Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Sérgio Alves de Oliveira
Após muitos anos de omissão das
autoridades responsáveis pelo combate ao
crime relativo à coisa pública, particularmente no Serviço Público Federal, e
do silêncio sepulcral da Grande Mídia,
que certamente sempre soube de “tudo” -
provavelmente mais que a Policia, o
Ministério Público, a Justiça e os Tribunais de Contas, somados - finalmente as
janelas da chamada “democracia” brasileira foram abertas. As irregularidades de
“arrepiar” que apareceram nessas janelas, por exemplo, envolvendo os dois ex-Governadores do Rio de Janeiro,
certamente já eram conhecidas, porém guardadas
a “sete chaves”, ou seja, mantidas em segredo durante o longo tempo em que a
mídia e muita gente foram pagos para isso.
Mas o tempo passa. Agora Anthony
Garotinho e Sérgio Cabral não têm mais as chaves do cofre onde guardavam o
dinheiro que comprava tanta gente durante os seus respectivos “tempos”. Considerados
“descartáveis”, portanto. Bastou uma pequena centelha, nos “novos tempos”, que
a “bomba” explodiu. As minúcias dos crimes contra o erário levadas ao
conhecimento público pela imprensa, que finalmente abriu as “comportas” da
corrupção envolvendo esses personagens, com repercussões que certamente
envolverão muitos outros “figurões”, especialmente Lula e Dilma, que
politicamente sempre foram “íntimos” de
Cabral, e que supostamente teriam agido em parcerias promíscuas, só podem ser
concebidas na hipótese de que já fossem do prévio conhecimento dessa mídia.
O enquadramento desses dois
delinquentes políticos no esquema de “corrupção sistêmica” (expressão do Juiz
Sérgio Moro) pode ser considerada a ”gota d’água” para uma radical mudança de
conceitos no dicionário político. Definitivamente o Brasil não pratica nenhuma DEMOCRACIA,
apesar do mandamento constitucional inserido tanto no “preâmbulo” da
Constituição (“Nós,representantes do povo brasileiro, reunidos...para instituir
um ESTADO DEMOCRÁTICO...”) ,quanto no seu
artigo 1º (“ A República
Federativa do Brasil...constitui-se em Estado Democrático de Direito...”.
Provarei que esse preceito
constitucional não passa de uma enorme MENTIRA, de uma FANTASIA política, e que
o Brasil jamais praticou qualquer democracia, menos ainda na “Era PT”, iniciada
em 2003,até agora, porque apesar do “impeachment” de Dilma, o PT continua com forte influência no Governo, simplesmente
pelo fato de possibilitar e até favorecer a ascensão política de elementos
egressos da pior escória da sociedade.
Essa situação vivida pelo Brasil tem
precedentes na história de outros países. Até Adolf Hitler teve a capacidade de denunciá-las , na
sua “MeinKampf” (Minha Luta). Segundo o
“fuhrer”, a validade da democracia como método de escolha dos dirigentes
políticos dependeria essencialmente do “material” humano participante do
respectivo modelo democrático. E quando
ele aborda a política do seu país natal, relata que na consciência política que
dominava a Áustria de então,eram atraídos para a vida pública as mentalidades
mais vulgares, sendo convocados a fazer política muitos indivíduos que ele
caracterizava como a “baixeza da canalha”.
A dúvida que fica: se porventura essa
afirmação na “MeinKampf“ tivesse
procedência, teria essa realidade sido exclusivamente em relação à
antiga Áustria ? Ela não estaria acampada também em outros países ? E no
Brasil, como ficaria essa situação? Outra dúvida: não teria sido
mais por essas afirmações “ofensivas” aos políticos que no meio deles Hitler é
considerado hoje o facínora número UM da
humanidade, e que essas ofensas, relativas
a eles, seriam considerada mais graves, até mesmo que os horrores cometidos sob
assuas ordens?
Será que esses políticos canalhas que
tanto tripudiam Adolf Hitler seriam melhores que ele, desde o momento em que também matam,apesar de indiretamente,milhões
de pessoas,roubando do erário montanhas de dinheiro que poderiam melhor
socorrer a população especialmente de baixa renda , com investimentos
públicos na segurança e saúde? Onde está a moral desses patifes,
especialmente do Brasil - onde há grande concentração deles - para criticar
Hitler?
Mas em vista da demonização que os
“demônios” metidos na política fazem do nome do austríaco ,considero até a
possibilidade de ser atacado por eles – que só sabem se defender atacando – que
até dariam conotações de “nazistas”,e similares,às afirmações aqui contidas, e que
os colocam no banco dos réus.
Mas não é nada disso. Não estou
defendendo ou minimizando a ação criminosa de Hitler contra segmentos
populacionais, especialmente judeus,que igualmente condeno. O que estou
afirmando, isso sim, é que essa gente não é nada melhor que Hitler, e que
também mata milhões, apesar de fazê-lo por outras modalidades, dificilmente
perceptíveis à “olho nu”, dissimuladas, portanto fazendo jus à igual, ou até
maior,repulsa.
Conclusão: Hitler é, sim, responsável
pela morte de muitos, mas nunca roubou; porém esses canalhas da política que
hoje o condenam tanto também mataram e
continuam matando muitos, por outras formas,e além disso ROUBAM do erário, coisa
que Hitler nunca fez e que jamais foi ventilado nem mesmo no Tribunal de Nuremberg.
Mas agora retornado ao centro da
discussão aqui proposta,onde se afirma que no Brasil não existe democracia,e
que ela está somente no papel e não nos costumes da política e nas suas práticas,evidentemente
há que se encontrar o verdadeiro modelo que se instalou e tomou o lugar da democracia. Buscando socorro nos grandes
pensadores, demonstrarei que o modelo político realmente praticado no Brasil é
a OCLOCRACIA, que por sua definição seria a democracia deturpada, degenerada,
corrompida , “às avessas”, praticada
pela massa ignara em proveito da patifaria política.
Então é preciso “destrinchar” essa
chamada (erroneamente) democracia, mostrando as suas vísceras, e que ela longe está
de ser o que aparentemente representa. E
prova maior dessa afirmação não poderia ser conseguida que não pela simples
apresentação dos casos “Garotinho” e “Sérgio Cabral”,elementos que, conforme só
agora apurado, após tantos anos de suas falcatruas políticas, a exemplo de
tantos outros, jamais prosperariam numa verdadeira democracia. Essa gente ,
portanto, é produto da OCLOCRACIA, não da democracia.
Aristóteles (384 a.C-322 a.C) ,na sua
“Política”,classificava as formas de governo em duas grandes
vertentes: as PURAS e as IMPURAS. As PURAS seriam a MONARQUIA (governo
de um só); a ARISTOCRACIA (governo dos melhores); e a DEMOCRACIA (governo do povo). Já as formas
IMPURAS residiriam, respectivamente,
na TIRANIA (corrupção da Monarquia) ; na OLIGARQUIA (corrupção da Aristocracia); e
na DEMAGOGIA (corrupção da Democracia). Mas o filósofo somente abriu o caminho
para que outros pensadores de primeira linha prosseguissem na trajetória dessa
discussão.
E foi com POLÍBIO (203 a.C-120 a.C),
geógrafo e historiador da Grécia Antiga, que a ideia de Aristóteles tomou impulso. Baseado nos estudos que fez
sobre a realidade política de Roma da época, onde residiu durante longo tempo, Políbio manteve a
classificação das formas de governo proposta
por Aristóteles, porém substituindo
a “FORMA IMPURA” de governo ,representada
pela DEMAGOGIA, pelo que ele chamou de
OCLOCRACIA, que de fato foi uma expressão bem mais abrangente para caracterizar
a corrupção da democracia,onde se mantinha a “demagogia” como um dos elementos
que a caracterizavam, porém acrescida de diversos outros vícios que geralmente
somam-se a essa modalidade de corrupção da democracia ,dentre elas ficando mais
saliente a MENTIRA.
Para Políbio, a forma de governo mais
coerente com as necessidades e bem-estar do povo estaria numa combinação entre as
3 Formas Puras de Governo, ou seja, entre a Monarquia, a Aristocracia e a
Democracia.
Então a OCLOCRACIA representa o mesmo
que uma democracia meramente formal, desprovida de qualquer substância, sem essência,
praticando-a a massa carente de
consciência política, ignorante e completamente alienada das primeiras causas das próprias desgraças, portanto presa fácil
dos trapaceiros que entram na política. Não é nada difícil compreender, portanto,
as razões pelas quais para esse tipo
repugnante de gente “falar mal” da democracia é crime maior que falar mal da própria
mãe de cada um deles . E mesmo de Deus.
E são justamente eles os maiores
defensores do modelo que definem como sendo democracia (que é falsa) ,contaminado
com essa visão distorcida boa parte da
opinião pública “burra”, que cai nessa
armadilha. Todavia ,”eles” omitem que essa “coisa” que causa a desgraça do povo
e que os beneficia, que eles ainda têm a cara de pau de dizer que é “democracia”, não é nem nunca foi nenhuma democracia verdadeira, porém a sua contrária,a
OCLOCRACIA.
Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e
Sociólogo.
3 comentários:
É frustrante tentar postar um comentário neste blog e não conseguir porque o sistema é de uma burrice simplesmente "blogger".
São Roberto Belarmino, o maior filósofo do século XVII e ignorado justamente por ser santo, aperfeiçoando a análise de Políbio, propõe para a sociedade a mesma combinação das formas legítimas de governo adotada na Igreja Católica: a democracia vige na paróquia, gerida pelo pároco, em cooperação com os fiéis leigos; na diocese governa o bispo, amparado por todos os párocos, que são a sua aristocracia; e na Igreja reina o papa, assessorado por todos os bispos, em especial os do seu senado, que é o colégio dos cardeais.
Com base nesses princípios, atrevo-me a sugerir a seguinte Constituição:
Uma vez restaurado o Império do Brasil - estado legítimo usurpado pelo golpe republicano -, o povo governará os municípios, por meio de um prefeito eleito, assessorado e fiscalizado por todos os cidadãos, especialmente uma câmara composta dos dez mais votados; o colégio dos prefeitos elegerá, dentre os melhores e mais capazes deles, selecionados por concurso, o governador da província e seu vice, cuja permanência no cargo deverá ser referendada no segundo ano do mandato pelo voto popular; e a nação governar-se-á pelo Imperador, como chefe de estado e do Poder Moderador, por um primeiro-ministro como chefe de governo e do poder Executivo, por um Senado e uma Câmara, que comporão o poder Legislativo; o Senado terá dois senadores por província, sendo um deles o vice-governador de cada uma, e o outro de livre escolha do Imperador dentre os prefeitos eleitos; a Câmara será formada por deputados eleitos diretamente pela população de cada distrito eleitoral, cada um com 500 mil eleitores; o primeiro ministro será escolhido pelo Imperador, de uma lista sêxtupla indicada pelo Congresso Nacional - Senado e a Câmara, sendo três membros de cada casa - e investido mediante voto de confiança de ambas, após o qual formará o governo, que será submetido a referendo popular após um ano. O governo será destituído pelo Imperador, após voto de desconfiança da maioria absoluta do Congresso ou do eleitorado, que poderá manifestar-se, no primeiro ano automaticamente, e a qualquer tempo em recall convocado com a assinatura de um milhão de eleitores. A Suprema Corte será composta de 11 Juízes, escolhidos pelo Imperador dentre os 33 mais antigos desembargadores de todos os tribunais de segunda instância do país. O estado será politicamente unitário e administrativamente descentralizado, acabando-se com o pagode de órgãos executivos, legislativos e judiciais superpostos. Todos os serviços públicos e todos os impostos concentrar-se-ão nos municípios, que regulamentarão as leis gerais de acordo com as peculiaridades locais, e custearão proporcionalmente as despesas das respectivas províncias e do estado nacional. A capital da nação será a Corte Imperial do Rio de Janeiro, administrada por um prefeito nomeado pelo Imperador e sustentada por contribuições de todos os municípios. A arrecadação do imposto territorial do município da Corte será apanágio da Família Imperial, que a empregará para o seu próprio custeio e o que entender de proveito da cidade. As províncias gerirão os assuntos de interesse regional, exercerão a corregedoria e controlarão as contas dos municípios, e serão fiscalizadas pelo governo central.
Li notícia sobre pesquisa inglesa que afirmava que a burrice é genética. Como conseguir atuação abrangente de cidadãos inteirados da realidade e cientes do que seria necessário para melhor geri-la?
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