Colrnelius Castoriades
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja
Cornelius Castoriades, nascido em
1922, na Grécia, estudou Direito, Economia e Filosofia em Atenas. Sob a
ocupação do seu país, organizou um grupo que se opôs à política chauvinista do
PC Grego, depois adere a uma organização trotskista. Chega à França em 1945 e
funda no PC, com Claude Lefort, uma tendência que rompe com o trotskismo em
1948 e se transforma no grupo “Socialismo ou Barbárie”. Em junho de 1968
publicou, com Edgar Morin e Claude Lefort, “Maio de 1968, a Brecha”.
Posteriormente, em 1975, “A Instituição Imaginária da Sociedade”; em 1978,
“Corredores do Labirinto”, e “Socialismo ou Barbárie”, editado no Brasil
em 1983 pela Brasiliense.
Colrnelius Castoriades faleceu em
dezembro de 1997.
O texto abaixo é um dos capítulos de
seu livro “Socialismo ou Barbárie”, editora Brasiliense.
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Há um Estado na medida em que ainda
não há “administração pura e simples das coisas”, onde existe sempre a possibilidade
de coação a indivíduos ou grupos, onde a decisão da maioria impõe-se às
decisões das minorias, onde subsistem limitações à liberdade dos indivíduos.
Não existe mais Estado na medida em que os organismos que exercem o Poder não
são nada mais do que as organizações produtivas locais da população, onde as
instituições de organização da vida social são apenas um aspecto dessa mesma
vida, onde aquilo que subsiste das instâncias centrais está sob o controle
direto e permanente dos organismos de base.. Esta é a situação inicial.
O desenvolvimento da sociedade só
poderá trazer uma atrofia rápida – o “perecimento” – dos traços “estatais” da
organização social: as razões do exercício da coerção desaparecerão
gradualmente, o campo do exercício da liberdade dos indivíduos ampliar-se-á. (É
claro que não falamos aqui das “liberdades democráticas” formais, que a
sociedade socialista poderá, no total, ampliar consideravelmente desde seus
primeiros tempos, mas das liberdades essenciais – não do direito à vida, mas do
direito de se fazer o que se quiser da própria vida).
A política numa tal sociedade,
desembaraçada da desordem e da mistificação atuais, nada mais é do que a
procura, a discussão e a adoção de soluções aos problemas de caráter geral que
digam respeito ao futuro da sociedade – quer se trate de economia, de educação
ou de relações internas entre as diversas categorias e classes sociais. Essas
decisões se referem ao conjunto da população, e lhe pertencem.
Sobre esses problemas políticos, é
provável e mesmo certo que haverá orientações diferentes, das quais cada uma
será, ou desejará ser sistemática e coerente; haverá pessoas que partilharão
estas orientações, que se encontrarão dispersas local e profissionalmente.
Essas pessoas se agruparão para defender suas orientações. Em outras palavras,
formarão os partidos. Os Conselhos, em escala nacional, deverão decidir se
consideram a orientação de tal ou tal partido compatível com o estatuto da nova
sociedade, e, portanto, se esse partido poderá funcionar legalmente.
Seria inútil tentar dissimular que há
uma contradição entre a existência de partidos e a função dos Conselhos. É
impossível que os dois se desenvolvam simultaneamente. Se os Conselhos
cumprirem sua função eles serão o lugar, eles serão o local principal não
somente de confrontação, mas de formação das opiniões políticas.
Ora, um Partido é sempre um lugar exclusivo de formação da opinião dos
militantes – ao mesmo tempo um pólo exclusivo da sua lealdade.
A existência paralela de Conselhos e
de partidos significa que uma parte da política real se desenvolverá fora dos
Conselhos, e que as pessoas tenderão a agir nos Conselhos em função de decisões
tomadas fora deles. Se esta tendência devesse predominar, causaria rapidamente
a atrofia e finalmente o desaparecimento dos Conselhos. Inversamente, o
desenvolvimento socialista poderá ser caracterizado pela atrofia progressiva
dos partidos.
Essa contradição não pode ser
suprimida por uma penada ou por “disposições estatutárias”. A existência de
partidos traduz a persistência de traços herdados da sociedade capitalista. E
muito particularmente a persistência de interesses divergentes e de ideologias
que lhes correspondem, mesmo após seu desaparecimento. As pessoas não formarão
partidos a favor ou contra a teoria dos quanta, nem a partir de simples
divergências de opinião sobre tal ou qual ponto particular. A vida ou a atrofia
dos partidos será a medida exata da capacidade do poder operário de unificar a
sociedade.
O que constitui os partidos não é a
divergência de opiniões como tal, mas a divergência sobre pontos fundamentais e
a unidade mais ou menos sistemática de cada “conjunto de opiniões”; em
outras palavras, uma orientação de conjunto que corresponda a uma ideologia
mais ou menos definida, que por sua vez decorre da existência de situações
sociais que conduzem a aspirações contraditórias. Enquanto existirem essas
situações e as aspirações que elas suscitam forem assim “projetadas”
politicamente, não se poderá “suprimir” os partidos – e na medida em que elas
desaparecerem será absurdo pensar que se formarão novos partidos a partir d
“divergências” em geral.
Se existirem partidos que exprimam a
sobrevivência de interesses ou de ideologias divergentes, existirá igualmente
um partido operário socialista, partidário desta orientação. Ele será aberto a
todos os partidários do Poder dos Conselhos e diferenciar-se-á de todos
os outros, ao mesmo tempo em seu programa e em sua prática, principalmente
neste aspecto: sua atividade fundamental terá como objetivo apenas que os
Conselhos concentrem todo poder e que se tornem os únicos centros da vida
política. Isso implica, portanto, que ele lutará contra a detenção do Poder por
um partido particular, seja ele qual for.
Com efeito, é evidente que a
estrutura democrática do poder da sociedade socialista exclui o fato de que um
Partido “detenha o Poder”- estas palavras não têm mais sentido no quadro que
descrevemos. Na medida em que grandes correntes de opinião se formam e se
separam a respeito de questões importantes, é possível que os que ostentem a
opinião majoritária sejam eleitos as Conselhos com maior freqüência do que
outros, etc.
O que não é, todavia, fatal, pois um
delegado a um Conselho é eleito essencialmente sobre uma base de confiança
total que não depende necessariamente de sua tomada de posição sobre tal ou tal
questão. Mas os partidos não serão organismos que pretendam o Poder; e a
Assembléia Central dos Conselhos não será um “parlamento operário”; as pessoas
não serão a ele designadas enquanto membros de um Partido. O mesmo vale para o
governo extraído dessa Assembléia.
O papel de um partido operário
socialista será, sem dúvida, grande no início; terá de defender de modo
sistemático e coerente esta concepção, deverá empenhar-se numa luta para
desmascarar e denunciar as tendências burocráticas, não de um modo geral, as
onde elas se apresentarem concretamente. Do mesmo modo – e, talvez, sobretudo
-, ele será o único capaz, no início, de indicar rapidamente os caminhos e os
meios de organização e de dominação da técnica e dos técnicos, permitindo,
permitindo a estabilização e o florescimento da democracia operária.
O trabalho do Partido poderá, por
exemplo, acelerar consideravelmente a construção dos mecanismos de planificação
democrática que analisamos acima. De fato, o Partido é a única forma sob a qual
pode realizar-se, já na sociedade de exploração, uma fusão entre intelectuais e
operários – fusão que, de outra maneira, esta sociedade torna impossível – e
que possa, portanto, permitir a rápida colocação da técnica em benefício do
Poder Operário.
Mas se, alguns anos após a revolução,
o Partido “continuar a se desenvolver”, isto será o mais certo sinal de que ele
está morto, enquanto partido operário socialista.
5 comentários:
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acp
Daninhas palavras de um monstrúo comuna.
acp
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acp
Ao lado de apresentar ao povo as barbaridades dos terroristas é necessário permitir e incentivar qiue o povo se arme e se defenda.
Os terroristas precisam enfrentar um povo em armas.
acp
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acp
O EB tem, ou teve, a estratégia de resistência.
Em caso de invasão de parte do pátrio território por força não-deslocável por convencionais tropas haveria utilização de reservistas e regulares para atividades de erodição de posições.
O CIGS chegou a testar armas para tal atuação. Escolheu a carabina Puma .38
acp
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acp
Falso! Inexiste tal decálogo!
Nunca houve catalogação de donos de armas. Os comunas distribuíram armas às mancheias ao povo nas revoluções. Depois, tiveram de pedir que as devolvessem, pois não sabiam quem as tinha!
Ao tempo dos bolcheviques inexistiam meios de comunicação de massa, nada de rádio ou tv.
lenin era um conservador em termos sexuais.
Nunca trataram de democracia.
Nunca desmereceram a Rússia
Greves realizaram.
Eram subversivos, não podiam evitar que os czaristas contivessem a subversão, as greves, as bagunças.
Não se puseram contra a moral. Não derrubaram a honestidade. Inexistia votação de interesse dos comunas.
acp
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acp
Escreva um seu artigo seu a desmentir o falso decalogo de lenin que desde que a internet existe engana tolos. Aquele, sobre greves, libertinagem, armas... Nem lenin nem nenhum comuna o escreveu.
Ou pesquise e publique artigo de outrem.
acp
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acp
Falso! Inexiste tal decálogo!
Nunca houve catalogação de donos de armas. Os comunas distribuíram armas às mancheias ao povo nas revoluções. Depois, tiveram de pedir que as devolvessem, pois não sabiam quem as tinha!
Ao tempo dos bolcheviques inexistiam meios de comunicação de massa, nada de rádio ou tv.
lenin era um conservador em termos sexuais.
Nunca trataram de democracia.
Nunca desmereceram a Rússia
Greves realizaram.
Eram subversivos, não podiam evitar que os czaristas contivessem a subversão, as greves, as bagunças.
Não se puseram contra a moral. Não derrubaram a honestidade. Inexistia votação de interesse dos comunas.
acp
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Escreva um seu artigo seu a desmentir o falso decalogo de lenin que desde que a internet existe engana tolos. Aquele, sobre greves, libertinagem, armas... Nem lenin nem nenhum comuna o escreveu.
Ou pesquise e publique artigo de outrem.
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