Por Marcos Coimbra
A insegurança e a violência progridem no Brasil às escâncaras. Sabe-se
que o combate à violência deve ser concretizado através de ações de curto,
médio e longo prazo em todas as expressões do Poder Nacional. Na expressão
econômica, no médio e longo prazo, há necessidade de adoção de um novo modelo
econômico, distante do neoliberalismo imposto a nós pelo sistema financeiro
internacional.
É vital o fortalecimento do mercado interno, a diminuição significativa
da imoral taxa de juros praticada, a adoção de um novo processo de substituição
de importações, procurando obter-se a autossuficiência na produção de itens
estratégicos, a elaboração de um plano nacional de desenvolvimento capaz de ser
cumprido, a ascensão ao poder político de brasileiros patriotas e não de
representantes do capital estrangeiro.
Investimento na infra-estrutura, o
retorno do setor público à situação de poupador positivo, por intermédio da
diminuição da sonegação e de uma reforma tributária capaz de fazer com que os
bancos e os banqueiros paguem também impostos proporcionais ao lucro auferido.
Na expressão psicossocial, o mais importante é o investimento maciço na
educação, procurando recuperar a qualidade perdida do ensino, desde o básico
até o superior. A valorização de nossa língua, costumes e tradições. O
incentivo às atividades culturais. O aprimoramento progressivo da saúde
pública, buscando a melhoria do seu atendimento e procurando a universalização
do atendimento. A adoção e o fiel cumprimento de código de ética para os meios
de comunicação.
Na expressão militar, é significativo, além da justa remuneração dos
profissionais, o aumento de verbas destinadas ao treinamento, adestramento e
aprestamento da tropa. O investimento em ciência e tecnologia bélica, a
recuperação da indústria bélica nacional, o domínio da tecnologia nuclear.
Na expressão política, há necessidade de uma imediata reforma total. O
Poder Judiciário deve agir mais rapidamente, com maior proximidade com o povo.
É imperiosa a mudança de critério para preenchimento dos cargos de Ministro e
outros, de político para meritório, em especial nas Altas Cortes. O Poder
Legislativo deve possuir menos membros, eleitos com a utilização do voto
distrital, devendo ser submetidos a cursos de qualificação e severos critérios
de recrutamento, com eliminação sumária dos impuros. Os Tribunais Eleitorais
deveriam ter caráter permanente de fato. A apuração eletrônica só pode ser
mantida com a impressão dos comprovantes, para a apuração em paralelo, em caso
de recontagem. É urgente a redução da maioridade penal de 18 anos para 16 anos
ou menos.
Voltando ao tema segurança, em curto prazo, nunca se disse tanta bobagem
em tão pouco tempo. Idéias estapafúrdias como a campanha do desarmamento civil,
atendendo à imposição do exterior. Também voltam os "policiólogos" de
plantão a pregar a unificação das polícias e a desmilitarização das polícias
militares. As Forças Armadas brasileiras possuem um efetivo total de cerca de 300.000
homens, incluídos os conscritos. O efetivo total das polícias militares no
Brasil (Estados e DF) é mais do dobro do efetivo das tropas do Exército.
Somente a de São Paulo é em torno de 140.000 combatentes.
Podem surgir problemas sérios colocando em risco a manutenção da
integridade territorial do país. Por isto, as polícias militares devem
continuar militarizadas e subordinadas à Força Terrestre, para melhor controle.
Há lugar para as duas polícias. O importante é que sejam complementares,
eficazes, não superpondo funções e mais integradas, inclusive com as guardas
municipais (poderia ser uma polícia comunitária), em especial na área de
inteligência, devendo haver um comando único, assessorado por um estado maior
composto de um representante de cada instituição. É evidente que deve existir
integração entre todos os subsistemas que participam do conjunto (Judiciário,
Ministério Público, subsistema penitenciário, Polícias Federal, Rodoviária,
Ferroviária e outros).
Marcos Coimbra é Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da
Academia Brasileira de Defesa e da Academia Nacional de Economia e Autor do
livro Brasil Soberano. Sítio : www.brasilsoberano.com.br
- Correio eletrônico : mcoimbra@antares.com.br
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