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Por Marco Balbi
O jornalista Elio Gaspari está preocupado com o cinquentenário da contrarrevolução de março de 1964 no ano que vem. Discorreu sobre o assunto em sua coluna nos jornais de 7 de abril.
Fez uma série de comparações com outros fatos da história do Brasil que
produziram rupturas, mas que, passados 50 anos, já não causavam divisão.
Afirma que “os comandantes militares relutam em reconhecer publicamente os crimes cometidos por oficiais” e que “a outra banda recusa-se a admitir que durante a ditadura o país teve um período de inédito progresso.”
Afirma que “os comandantes militares relutam em reconhecer publicamente os crimes cometidos por oficiais” e que “a outra banda recusa-se a admitir que durante a ditadura o país teve um período de inédito progresso.”
Para o jornalista é simples assim. Os oficiais e demais agentes do Estado, que
defenderam este Estado para evitar a implantação da ditadura do proletariado
devem ser crucificados, conforme prega a Comissão da Vingança. Os ideólogos
travestidos de bandidos, terroristas, guerrilheiros, sequestradores etc. só
precisam reconhecer a expansão socioeconômica do país no período. Não precisam
professar os seus crimes.
Gaspari conclui que o episódio de 1964 desencruaria. Não sei exatamente o significado utilizado aqui para o verbo encruar. Talvez convocando a personagem Madame Natasha ela resolva o enigma.
Gaspari conclui que o episódio de 1964 desencruaria. Não sei exatamente o significado utilizado aqui para o verbo encruar. Talvez convocando a personagem Madame Natasha ela resolva o enigma.
Para que não permaneçamos Eremildos resolvi repartir algumas ideias do Dr Ives
Gandra da Silva Martins, expressas recentemente quando ele participou de um
evento ocorrido no Clube Militar, como parte das comemorações dos 49 anos da
“reação democrática”, termo usado pelo debatedor.
Após traçar um esboço histórico sobre o aspecto político e jurídico de quem
participou da reação para depois se afastar temporariamente dela, fez um
contraponto perfeito aos objetivos pretendidos pelos partidários da luta armada
aos dos que buscaram, através da palavra, retornar ao estado democrático do
direito. E afirmou que, não fora a luta armada, o fim do regime de exceção, ele
não considera que o Brasil teve uma ditadura, ter-se-ia dado bem antes de 1985.
Ressaltou que a OAB assumiu papel preponderante na elaboração do projeto de lei
que resultou na Lei da Anistia, a qual considera um ponto primordial para a
pacificação nacional, anistiando a todos indistintamente. E que a Lei da
Anistia de 1979 foi absorvida na legislação constitucional de 1988 e ratificada
por recente decisão do STF.
O Dr Ives vê com bastante estranheza a criação da Comissão da Verdade e o
trabalho desenvolvido pela mesma. Reconheceria uma comissão composta por
historiadores isentos que buscasse escrever a história de um período que ainda
não foi totalmente esclarecido, ouvindo a todos e consultando todas as fontes
disponíveis. Mas, uma comissão que pretende a priori só ouvir uma das
componentes apresentará um relatório sem eficácia e que não se coaduna com o
espírito pelo qual foi estabelecida a anistia no Brasil.
Questionado se alguém convocado pela Comissão não comparecesse estaria
incorrendo em crime de desobediência respondeu que não, muito pelo contrário.
Uma vez que a comissão não obedece aos ditames da lei que a criou, quem
comparecer perante ela estará legitimando uma excrescência jurídica.
Espero que o Clube Militar tenha gravado o evento e disponibilize a gravação em
seu site. Deste modo a aula magna proferida pelo Dr Ives, secundado com
brilhantismo pelo Gen Lannes, que abordou a parte político-militar, tornar-se-á
conhecida pelos brasileiros ávidos por informações fidedignas, ajudando a
desencruar o episódio histórico, para gáudio de Elio Gaspari.
Assim ele
comemorará os 50 anos da reação democrática que evitou que o Brasil se tornasse
a república sindicalista de João Goulart e seus asseclas.
Marco Balbi é coronel do Exército e já está
reformado.
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