Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Paulo Roberto Gotaç
Se for feita uma comparação entre os dois últimos
pronunciamentos da Presidente Dilma e qualquer outro por ela proferido há mais
de dois meses, não acreditará tratar-se da mesma figura pública.
A de hoje despojou-se da arrogância que ostentava
naquela época, quando dava chutes desajeitados em estádios recém concluídos,
superfaturados, e pagos com dinheiro público, embora, nas declarações recentes,
tenha garantido que as obras são financiadas e os recursos retornarão em
benefício do povo, fato que foi questionado amplamente pelos órgãos de imprensa
que tiveram acesso a dados financeiros correspondentes.
Por outro lado, o tom de otimismo artificial
daquele momento, deu lugar hoje a uma perplexidade desatinada, seguida do
anúncio de medidas açodadas, como uma Constituinte fantasma - já desmentida.
São elas completamente divorciadas do conteúdo, ainda não totalmente decifrado
pela sua equipe de marqueteiros, do clamor assustador e bem vindo das
ruas.
Na expectativa de ver o governo federal reconhecer
a sua alienação e insensibilidade em relação ao estado de indignação que vinha
se acumulando no seio da sociedade ao longo dos últimos anos e conclamar
lideranças ilustres, intelectuais e políticas, sem distinção de partidos, para,
num esforço comum, encontrar propostas capazes de se materializar a curto
prazo, o que se viu foi a tentativa de formar pactos hipotéticos e convocar
uma reunião - marcada por propostas generosas, de bolso de colete - com
número de participantes proibitivamente grande, a partir da qual, pelo menos,
poderia ser decidida, como primeira providência de âmbito nacional, exatamente
a redução da quantidade cadeiras daquela imensa mesa cuja cabeceira localiza-se
a anos-luz da outra extremidade.
No pano de fundo dessas manobras delirantes, é
indisfarçável intenção de preservar a imagem da Presidente, visando à
reeleição, projeto prioritário do PT para 2014.
Outro subproduto do miraculoso do despertar da
sociedade foi a inquietação produzida no Parlamento que, num frisson que há
muito não se via na casa, votou contra a PEC 37 - contrariando as previsões
sinistras de aprovação - e se prepara para deliberar sobre outras matérias
importantes que dormitavam nos gabinetes antes do recado das ruas.
Deus ajude o
povo brasileiro e o mantenha acordado daqui por diante visando à higienização
urgente das instituições e à elevação do padrão ético da nossa, até hoje,
lamentável classe política.
Paulo Roberto Gotaç é
Capitão-de-mar-e-guerra reformado.
2 comentários:
Prezado Senhor Paulo: pegando somente o término do seu excelente texto:
"Deus ajude o povo brasileiro e o mantenha acordado daqui por diante visando à higienização urgente das instituições e à elevação do padrão ético da nossa, até hoje, lamentável classe política"
Penso que devemos fazer isso sim, começando pelos municípios em que moramos.
Aqui por exemplo a situação é critica proporcionalmente à nação. Executivo e Legislativo. Este último, por exemplo, tem 9 vereadores. Destes 5 são funcionários públicos ( a lei não é clara sobre incompatibilidade horários) e cumprem expediente na Prefeitura até 14 horas, depois sim estão livres para irem a Câmara onde tem um gabinete com assessor, telefone de linha e celular as custas do erário e só vão em média dois dias por semana, ficando lá por duas horas por um salário de 4 mil. O Presidente, funcionário público ganha mais 6 mil, mas trabalha em mais dois empregos Estado/Município por ser concursado. Este mesmo presidente utilizou até o presente 3 mil reais ( está no site Transparência, ainda bem) tem um Motorista e carro com celular pago pela câmara 24 horas por dia, Assessor de gabinete, Assessor Jurídico, diretor Geral, diretor Legislativo, um telefone de linha e um celular todos pagos pela Câmara. Os funcionários de carreira são seis. O orçamento repassado é de 2 milhões/ano. De quebra o Presidente emprega mais dois estagiários indicados pelos amigos vereadores. A cidade tem cerca de 8 mil habitantes. Candiota se emancipou em 1992 e já nasceu e vive assim com a complacência da maioria do Povo, infelizmente.
Prezado Senhor Paulo: pegando somente o término do seu excelente texto:
"Deus ajude o povo brasileiro e o mantenha acordado daqui por diante visando à higienização urgente das instituições e à elevação do padrão ético da nossa, até hoje, lamentável classe política"
Penso que devemos fazer isso sim, começando pelos municípios em que moramos.
Aqui por exemplo a situação é critica proporcionalmente à nação. Nem de Executivo nem de Legislativo. Este último, por exemplo, tem 9 vereadores. Destes 5 são funcionários públicos ( a lei não é clara sobre incompatibilidade horários) e cumprem expediente na Prefeitura até 14 horas, depois sim estão livres para irem a Câmara onde tem um gabinete com assessor, telefone de linha e celular as custas do erário e só vão em média dois dias por semana, ficando lá por duas horas por um salário de 4 mil. O Presidente, funcionário público ganha mais 6 mil, mas trabalha em mais dois empregos Estado/Município por ser concursado. Este mesmo presidente utilizou até o presente 3 mil reais ( está no site Transparência, ainda bem) tem um Motorista e carro com celular pago pela câmara 24 horas por dia, Assessor de gabinete, Assessor Jurídico, diretor Geral, diretor Legislativo, um telefone de linha e um celular todos pagos pela Câmara. Os funcionários de carreira são seis. O orçamento repassado é de 2 milhões/ano. De quebra o Presidente emprega mais dois estagiários indicados pelos amigos vereadores. A cidade tem cerca de 8 mil habitantes. Candiota se emancipou em 1992 e já nasceu e vive assim com a complacência da maioria do Povo, infelizmente.
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