Por Paulo Roberto Gotaç
Dois meninos. Nascidos quase ao mesmo tempo. Um no
Reino Unido, provável futuro rei, em berço de ouro, em hospital de ponta, pais
famosos e ricos. O outro, em algum ponto do Brasil, sem pais conhecidos,
encontrado por policiais no interior de uma caixa de sapatos.
O inglês, após o nascimento, aconchegado pela mãe,
foi para um palácio da família, o brasileiro, sem aconchego maternal, para uma
delegacia, levado por policiais que o encontraram por acaso; lá aguardou as
autoridades tutelares.
Ambos demoraram um pouco a possuir nomes.
O nobre finalmente recebeu nome igual ao de vários
reis antepassados. O plebeu, do Brasil, recebeu nome de padre atual, que por
acaso peregrina por aqui, que emociona através da simplicidade e conclama todos
a serem portadores da esperança. Tomara que os dois recém nascidos portem
bastante esperança.
Para um será mais difícil que para o outro.
George já é uma esperança. Francisco precisará da esperança redobrada de
todos nós para ele próprio ser portador dela.
Paulo Roberto Gotaç é Capitão-de-mar-e-guerra, reformado.
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