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Por Paulo Ricardo da Rocha Paiva
Véspera
do ataque, um tenente comandante de pelotão de petrechos do Regimento Sampaio
está agoniado. Seu estado físico desaconselhava arremeter com seus pracinhas o
morro maldito. O comandante do batalhão já pensava em substituí-lo mas o jovem
estava decidido: participaria da luta como soldado, se deslocado do comando de
sua fração. Neste interim, outro tenente, este comandante de pelotão de canhões
anticarro, armamento sem previsão pelo terreno impróprio para carros de
combate, se oferece para juntar-se ao amigo esfalfado e galgar junto com ele a
elevação.
E
assim foi. São 6 horas da manhã. Infantaria brasileira em guarda! Calar baionetas!
O
1º RI-REGIMENTO SAMPAIO vai fazendo a escalada debaixo de metralha, pagando seu
tributo de sangue. Eis que, 16:20H, a artilharia divisionária concentra fogos
sobre o Monte Castelo. Começava o anoitecer, noite de inverno europeu chega num
repente. A posição inimiga, sob um dilúvio de fogo, logo será assaltada por uma
infantaria au riverde ensandecida.
Como
tantos, o bravo Tenente Godofredo, completamente esgotado, se manteve na
liderança de seus homens durante todo o ataque. Com ele, sempre, seu irmão em
armas, o Tenente Paiva. Às 17:45H, com o assalto já em fase final, a artilharia
alonga fogos permitindo aos infantes fazer a limpeza final do butim de guerra e
o preparo para um eventual contra-ataque.
Quando
da reorganização, os dois oficiais estão juntos num abrigo confraternizando. É quando
um mensageiro vem avisar o Tenente Paiva. O comandante do batalhão queria ter
com ele. Os amigos se despedem. Posteriormente, mais à retaguarda, este se
depara com soldados observando uma mortalha ensanguentada.
Curioso ele indaga sobre aquele corpo. A tristeza calou fundo, ali estava seu
amigo. Um obus inimigo explodira no abrigo que ambos ocupavam, vitimando
Godofredo. 21 de fevereiro de 1945!
Quantos
brasileiros sabem desta data? Ah! Mas 12 de junho de 2014, desta ninguém esquecerá!
Povo sabido este nosso!
Paulo
Ricardo da Rocha Paiva é Coronel de Infantaria e Estado-Maior, na reserva.
2 comentários:
Enquanto existirem homens compromissados com o Brasil, como o Senhor, esses heróis não serão esquecidos.
Boa tarde, Coronel!
Me chamo Marieta Carvalho e sou neta do soldado Antonio Francisco Carvalho, que lutou no pelotão do comandante Godofredo Cerqueira Leite. Tenho uma boa quantidade de fotos da época, e posso escanear e lhe enviar caso o senhor se interesse.
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