Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Paulo Roberto Gotaç
Se vivo fosse, o historiador Sergio Buarque
de Holanda, autor da famosa frase dando conta de que o brasileiro é um
povo cordial, provavelmente estaria hoje bastante frustrado e
arrependido por tê-la um dia trombeteado.
Diante do impressionante aumento no número
de homicídios em todo o território nacional, da barbárie que nos choca ao
ver um cidadão punido por justiceiros e amarrado a um poste com cabo de
aço, da ação de vândalos ao incendiarem, pelos mais diversos motivos, cerca de
três ônibus por dia nas grandes metrópoles, dos arrastões nas praias e
restaurantes, da extrema violência da classe política ao atuar visando somente
à manutenção do poder, deixando de lado o interesse público, da macro-corrupção
e da micro, predadora, que, por exemplo, vê a verba destinada à merenda escolar
parar nas mãos de gestores indigestos, da agressão ao trabalhador quando
lhe são negados serviços essenciais, como saúde pública, segurança, educação
básica para seus filhos e mobilidade urbana digna, o nosso nobre intelectual
tentaria elucidar, talvez sem muito sucesso, o que tinha na cabeça ao
criar o conceito de cordialidade e como adaptá-lo a essa sociedade de
agora.
Consta que numa atitude meio desesperada,
tentou explicar, ainda à época da criação do mote, que não se tratava de
atribuir ao brasileiro uma postura de doçura mas de qualificar um produto
cultural que agia de acordo mais com o coração (daí o cordial) do que com a
razão.
A verdade porém é que o conceito que
ficou incorporado para sempre foi o primeiro.
Com isso, originou-se e vem-se agravando
nesses tempos atuais dominados pelo PT, uma dicotomia desconfortável,
reveladora de que todas as violências mencionadas, e mais algumas, estão a
transformar o homem brasileiro num ser rancoroso, sem a mínima fé na
autoridade e ansioso por transparência e honestidade.
É de todo aconselhável, portanto, que as
classes dirigentes parem de acreditar, como até hoje o fizeram, que as
crises que ora estão a se agigantar, cheguem a bom termo somente por conta
da pendor pacífico do povo. Urge que entendam que os tempos mudaram, que
comecem a trabalhar no sentido de ouvir a verdadeira voz que vem das ruas
e que assumam suas responsabilidades para com a sociedade no sentido
de transformá-la em um grupo realmente cordial, qualquer que seja o sentido
da palavra.
Caso contrário é licito esperar-se a
curto prazo o desenvolvimento de um clima fidagal de confrontos e
impasses.
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e
Guerra, reformado.
3 comentários:
Esse militar descobriu a pólvora! Vamos ver quanto tempo levará para usá-la. De conhecedores bananas, dos problemas que afligem o povo brasileiro, nós já temos o bastante. Aqui está um escrevendo essas linhas, agora. Mas vindo de um militar... é frustrante.
Frustante é vir de um idiota como vc. O país está uma bagunça. Da última vez foram os militares que consertaram ou não? Nosso país está alinhado com as piores ditaduras do mundo. E tem gente que ainda acha pouco. Pior é os militantes de partidos comunistas falarem em democracia. bando de fdp.
Os militares não consertaram nada! Eles protelaram. E você além de não saber escrever, também não entendeu nada. O idiota é você!
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