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Por Jorge Oliveira
Década Perdida, de Marco Antonio Villa, é
um livro recomendado a todos os brasileiros. Escrito com linguagem simples e
objetiva, farto em pesquisa, ele esmiúça com precisão o governo petista dos últimos
dez anos. O enfoque, portanto, é o governo do ex-presidente Lula, acusado de
mentiroso e farsante; frívolo de pensamento e de ideias. Mostra com clareza
cristalina como o Brasil foi iludido e como os cofres foram saqueados por um
bando de energúmenos que se apoderaram do poder sem qualificação e capacidade
para administrar o país.
No final das suas 275 páginas fica a
sensação de que mais gente – empresários, políticos e sindicalistas corruptos –
deveriam estar na cadeia fazendo companhia a Zé Dirceu, Zé Genoíno e
Delúbio Soares. O livro analisa ano a ano o governo petista até 2012. Ao juntar
as peças deterioradas do governo petista, Década Perdida abre para os incautos
as artimanhas do governo Lula que se projetou ao mundo com um discurso vazio,
cabotino e demagogo, envolvido em inúmeras CPIs que terminaram em pizza por
causa de um parlamento subserviente, bajulador e servil.
O livro de Marco Villa deveria ser lido
principalmente pelos eleitores petistas, não pelos militantes
fundamentalistas como Rui Falcão, mas por aqueles que ainda votam no PT
influenciados pelo marketing. Verá como o Brasil caminhou para trás nos últimos
dez anos, como as centrais sindicais foram compradas pelo governo (R$ 72
milhões entre os anos entre 2003 e 2006) em troca do silêncio, como José Dirceu
apresentou Marcos Valério ao Lula, como o homem que “está ajudando o PT a pagar
suas dívidas”, como o Frei Beto, no auge do êxtase da vitória do companheiro
Lula, fez uma louvação a dona Lindu, mãe do Lula, para abençoá-la por ter esta
senhora nordestina gerado o grande estadista Luis Inácio Lula da Silva.
Vale aqui registrar um trecho do servilismo
católico ao seu mais fiel seguidor:
“Obrigado, dona Lindu, por ter dado ao
Brasil um presidente de liderança, transparência ética e profundo amor ao povo
(…) O Brasil merece um futuro melhor. O Brasil merece este fruto do seu ventre:
Luiz Inácio Lula da Silva”.
O livro não traz grandes revelações sobre o
que o Brasil já conhece do petismo mas consegue magistralmente juntar nas
suas dezenas de páginas o quebra-cabeça para dar sentido a bandalheira do
partido na década, o envolvimento com os políticos de direita, com a elite
financeira e com os empresários corruptos. Mostra a compra dos deputados com a
anuência de José Dirceu para fortalecer a base do governo. E revela, sobretudo,
os maus hábitos de um ex-presidente que a todo discurso se dizia retirante e
fazia apologia do analfabetismo para se nivelar aos miseráveis e conquistar a
simpatia deles.
É assustador, por exemplo, como Lula tratava
seus auxiliares. Segundo narra o escritor Marcos Villa, historiador e
sociólogo, Marcos Aurélio, assessor para assuntos aleatórios, era saudado todos
os dias pela manhã com a frase: “Marco Aurélio, eu já mandei você tomar no cu
hoje?”. (extraído do livro “Viagem com o presidente”). O professor ria insosso
para o patrão e se portava como um verme esmagado pela bota do seu capataz.
O livro revela ainda as gafes
internacionais de Lula, o envolvimento do Lulinha, seu filho, com as
telefônicas de celulares, o dinheiro na cueca do irmão do Genoíno e os milhões
dos aloprados para comprar um dossiê falso contra José Serra. Critica a
oposição pela inércia em mostrar ao país as mazelas do PT, porque adotara a
estratégia errada de ir sangrando o Lula aos poucos, mas não contava, porém,
com a recuperação da sua imagem.
Década Perdida não deixa apenas o rei nu,
tira-lhe também a barba. Deixa entender que por trás daquele homem
barbudo existia uma caricatura, uma máscara que escondia uma pessoa amargurada,
frustrada e rancorosa. Que transformou a presidência da república num covil de
apaniguados e corruptos com o discurso leviano de que a “elite” era golpista e
contra os maltrapilhos que ele defendia ardorosamente.
Agora, o brasileiro torce para que Lula não
deixe crescer novamente a barba, como ele ameaça. A máscara não pode voltar
para o bem do Brasil!
Jorge Oliveira é Jornalista.
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