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Por Marcos Coimbra
O Desenvolvimento Nacional caracteriza-se
pelo aperfeiçoamento do Homem, da Terra e das Instituições, os chamados
elementos básicos da nacionalidade, nas cinco expressões do Poder Nacional:
política, econômica, psicossocial, militar e científica e tecnológica. Desta
forma, ele abrange não só a expressão econômica do Poder Nacional, como também
as outras quatro expressões do Poder.
É necessário ainda recordar a diferença
entre os conceitos de crescimento econômico e desenvolvimento econômico. O
crescimento econômico caracteriza-se por um aumento quantitativo na produção de
bens e serviços, graças à atuação de um ou de dois fatores de produção
preponderantes, geralmente capital e tecnologia, expresso, por exemplo, pelo
aumento do Produto Interno Bruto (PIB).
Já o desenvolvimento econômico é
caracterizado por um aumento, não só quantitativo, como também qualitativo, em
função da participação harmônica de todos os fatores de produção,
consubstanciado por um processo de transformação social, com o progressivo
deslocamento da mão-de-obra do setor primário para o setor secundário e para o
setor terciário, expresso, por exemplo, pelo crescimento do PIB, com minimização
das disparidades de renda, a nível pessoal, regional e setorial.
Existe um fator inibidor em nosso ritmo de
crescimento, representado pela baixa taxa de investimento existente na nossa
Economia, mantendo-se em torno de 18% do PIB, enquanto na década de 70 chegou a
ser de 25%. Esta deficiência deve ser compensada pelo aumento da importação de
máquinas, equipamentos e outros. Porém, tal providência provoca um aumento
considerável em nossas importações o que vem ocasionando um aumento expressivo
no déficit do balanço de pagamentos em transações correntes.
E o pior, em nossa pauta de exportações
cresce o percentual de matérias primas e de produtos de baixo valor agregado,
enquanto do lado das importações aumenta a compra de bens de elevado valor
adicionado, agravando nosso problema de dependência econômica e tecnológica.
Analisemos o nível da atividade econômica,
o qual é função do montante da demanda agregada, expresso pelo valor da despesa
interna bruta (DIB). A DIB é constituída pela soma do consumo das famílias, do
consumo do governo, do investimento e das exportações. No momento, como já
expresso, o investimento ainda é modesto. A recuperação viria, então, por onde?
As exportações estão crescendo, até o
momento, graças principalmente ao valor das commodities no mercado
internacional. Mas até quando, considerando-se a real possibilidade de um
desaquecimento da economia da China? O consumo do governo aumenta o gasto
despiciendo, em especial com a contratação de “cumpanheiros”, superfaturamento,
“mensalão”, publicidade farta, viagens e diárias faraônicas, “bolsas
eleitoreiras” etc.
A recuperação está sendo sustentada também
pelo crescimento do consumo das famílias, graças principalmente ao crédito
irresponsável. Fica então difícil acreditar numa recuperação sustentada da
Economia, no nível previsto pelos mais otimistas. Para haver crescimento, é
vital haver não só um aumento da demanda global, como também da oferta global,
não só no curto prazo.
Existe a progressiva deterioração da
infra-estrutura econômico-social, provocando o “apagão” logístico, os rentistas
ganhando do setor produtivo, o desemprego mascarado, empregos de baixa
qualidade, salários em torno de 2 salários mínimos para a maioria dos
considerados empregados, a desnacionalização das nossas atividades econômicas,
a corrupção desenfreada, a crescente dependência ao exterior, a exclusão
social, a miséria, a desesperança
Para que os bons tempos da Economia
Brasileira retornem, é vital uma mudança radical no atual modelo econômico
imposto por FHC e mantido pelas administrações Lula/Dilma, de inteira
subserviência aos ditames do sistema financeiro internacional, com a abdicação
da Soberania Nacional, apenas capaz de fazer o Brasil retornar à situação de
colônia.
Teremos que colocar no poder outra administração,
compromissada verdadeiramente com os interesses nacionais, capaz de multiplicar
por menos um o atual modelo, substituindo, de início, a
"variável-meta" de estabilidade da moeda para pleno emprego dos
fatores de produção com sua digna remuneração. E planejar não só a retomada do
crescimento econômico, como também do desenvolvimento econômico.
A hora é esta! Os políticos que serão
candidatos em 2014 possuem o dever de apresentar suas sugestões de políticas e
estratégias correlatas, em um plano nacional de desenvolvimento, contendo
prazos, vinculando-se tudo aos recursos humanos e materiais existentes, para
julgamento dos eleitores.
Marcos Coimbra, Professor, é Membro do
Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e Autor do
livro Brasil Soberano. Sítio: www.brasilsoberano.com.br - Correio eletrônico: mcoimbra@antares.com.br
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