Artigo
no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por
Adriano Pires
Após gerar grande expectativa nos
agentes do mercado, o Governo divulgou as medidas para o setor elétrico que,
infelizmente, não contribuem para mitigar o risco de racionamento de energia.
O Governo tem hoje dois problemas: um
quantitativo e outro financeiro. O quantitativo diz respeito ao eventual
déficit de oferta de energia elétrica, caso o regime de chuvas continue
adverso. O problema financeiro diz respeito ao acionamento das térmicas e ao
descasamento de caixa das distribuidoras, que estão expostas involuntariamente
às variações de preço e compram parte da sua energia no mercado livre e vendem
mais barato para seus consumidores. No anuncio de ontem (13/03), só a questão
financeira foi atacada e, mesmo assim, de maneira populista, evitando os
reajustes tarifários imediatos que elevariam a inflação. O Governo parece mais
preocupado com o calendário político, apesar do custo em elevação, continuando
a optar por tarifas mais baixas. A conta, que já supera R$ 20 bilhões, só começará
a ser paga em 2015, após as eleições presidenciais.
É preciso que o Governo se
conscientize da questão quantitativa para que tome medidas de incentivo a
redução do consumo elétrico enquanto houver tempo. Em 2001, o
racionamento/racionalização do consumo de energia elétrica evitou o apagão.
Cabe lembrar que naquela ocasião ninguém ficou sem luz. Não houve corte de
carga elétrica, mas sim um racionamento econômico, no qual cada agente ficou
livre para optar como reduzir o consumo. Se não chover e o Governo não admitir
a gravidade do problema, poderemos ter apagão, de fato, pela 1ª vez na história
desse país.
Adriano
Pires é Especialista em Infraestrutura. Originalmente publicado no blog do
autor, em O Globo on Line, em 14 de Março de 2014.
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