Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Paulo Roberto Gotaç
Segundo divulgado recentemente pela
imprensa, a Polícia Federal tenta há sete meses ouvir, sem sucesso, o
ex-presidente Lula.
O objetivo da convocação é fechar o
inquérito decorrente da investigação determinada pelo Ministério Público
Federal, a fim de apurar o repasse ilegal de recursos da Portugal-Telecom ao
PT, com base em denúncia do operador do mensalão, Marcos Valério, condenado
e preso, formulada em depoimento à Procuradoria-Geral da República em 2012,
segundo a qual, Lula seria o intermediário da operação.
Inacreditável que uma instituição policial
pertencente ao estado brasileiro não consiga interrogar um cidadão desprovido
de regalias especiais, sem mandato político e, portanto, sem dispor do
famigerado foro privilegiado.
Ao esquivar-se, o ex-presidente, sob a
alegação de estar assoberbado com o envolvimento na campanha eleitoral visando
à reeleição de Dilma, escarnece do aparelho investigativo federal e ostenta uma
atitude típica de quem se considera uma espécie de proprietário do Brasil e,
portanto, legitimado ao se enquadrar no velho chavão do "sabe com quem
está falando".
Infelizmente ele tem plena consciência que
sua postura e sua herança de corrupção e escândalos, inúmeros, com
desdobramentos no governo atual que tenta a reeleição, não alterarão, ou pouco
alterarão, a tendência de favoritismo possibilitada por seus eleitores, uma
parte despreparada e atendida por programas populistas e demagógicos e outra,
constituída por uma classe média - da categoria não odiada por Marilena Chaui -
com forte viés ideológico, ultrapassado e míope.
É um quadro triste e preocupante que enche
de tensão a parcela consciente da sociedade.
A verdade é que nossa frágil democracia
precisa urgentemente de uma reforma de princípios, antes que desapareça num
trágico sumidouro.
Deus, olhe por nós.
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e
Guerra, reformado.
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