Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por João Vinhosa
Não raro, em uma partida de futebol, um
time joga muito melhor que o outro, mas não faz gol, e, no final, leva um gol,
saindo derrotado. Daí, a máxima futebolística: “quem não faz, leva!”. Moral da
história: é bom que Aécio se cuide para não se dar mal.
Diante de tudo que ocorreu de 5 de outubro
para cá, o fato de Dilma não ter saído mortalmente ferida do debate da Band na
terça-feira (14) deu novo ânimo à tropa petista.
Desde o dia em que a apuração do primeiro
turno abalou o favoritismo de sua re-eleição, Dilma nunca teve melhor
desempenho que no citado debate. Tal surpreendente atuação, sob a ótica
eleitoral, pode, até mesmo, ser considerada brilhante.
Dilma chegou a chamar Aécio de mentiroso,
acusá-lo de “improbidade administrativa”, afirmar que sua irmã ocupava cargo
público indevidamente e que seu tio havia se beneficiado do aeroporto de
Cláudio.
Mais: atacou a impunidade no governo FHC,
no Mensalão Mineiro, no caso Sivam, caso do aeroporto de Cláudio e de Montezuma
e no Cartel do Metrô de São Paulo.
Mais ainda: criticou duramente Armínio
Fraga, obrigando Aécio se defender pelo fato de ter anunciado o nome do
economista para seu futuro Ministro da Fazenda.
Além disso, ao justificar sua ausência de
Minas – dizendo que de lá saiu em decorrência da perseguição política da
“ditadura” – Dilma posou de vítima dos militares.
Em suma, Dilma provou, com sobras, que
ainda não está derrotada.
Ficou demonstrado que não mais adianta
falar que Paulo Roberto Costa não foi demitido, e sim pediu demissão; nem mesmo
a comprovação dos elogios a ele – contidos na Ata de Reunião do Conselho de
Administração da Petrobras – surte mais efeito.
Ficou visto que os superfaturamentos da
refinaria Abreu e Lima não colam em Dilma e que a discussão de estatísticas
duvidosas (quantidade de creches, de escolas técnicas e taxa de desemprego) só
presta para dar fôlego a ela, que já deveria estar grogue.
Assim, nada mais resta fazer: Aécio tem que
nocautear logo Dilma para não ser surpreendido nas urnas.
E, incontestavelmente, a mais perfeita
maneira de abalar Dilma é obrigá-la a se manifestar sobre uma grave acusação
contra a qual ela não tenha a menor chance de defesa.
Mas, que grave acusação envolve diretamente
o nome de Dilma, e contra a qual ela não tem como se explicar?
A resposta é evidente para todos que
conhecem o caso Gemini – espúria sociedade da Petrobras com uma transnacional
para produzir e comercializar Gás Natural Liquefeito.
Tal sociedade foi arquitetada em 2003,
época em que Dilma acumulava os cargos de Ministra de Minas e Energia e
presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Tornando a coisa mais
escandalosa, com Dilma acumulando ainda tais cargos, foi firmado, em 29 de
janeiro de 2004, um fraudulento Acordo de Quotistas que possibilita
incomensuráveis superfaturamentos em detrimento da Petrobras. E, o que piora a
situação de Dilma ainda mais: durante anos, diversas denúncias sobre o assunto
foram protocoladas para ela, que nunca se dignou a respondê-las.
O que responderia Dilma, ao ser questionada
por Aécio sobre as seguintes acusações por mim categoricamente comprovadas: 1 –
o fraudulento Acordo de Quotistas da Gemini deixou, para sempre, a Petrobras
refém da sócia majoritária da Gemini; 2 – a sócia majoritária da Gemini pode,
inclusive, superfaturar contra a Petrobras a seu bel-prazer, amparada pelas
cláusulas 3.2 e 3.3 do Acordo.
Para que sejam preparados outros
questionamentos para Dilma sobre a Gemini, recomenda-se serem usadas as cartas
para ela protocoladas e o depoimento por mim prestado à Polícia Federal,
disponíveis no site “Maracutaias na Petrobras”. Outras fontes de consulta
encontram-se na série de vídeos “Saia do Armário, Dilma!” e nos arquivos do
blog Alerta Total. Os links para tais fontes encontram-se ao final.
Nessas alturas, com o objetivo de
demonstrar que Dilma não tem defesa com relação à Gemini, reportemo-nos à
campanha de 2010.
Na época, eu encaminhei à equipe de Serra
toda a documentação comprobatória do comprometimento de Dilma com o caso da
Gemini.
Apesar dos documentos serem incontestáveis,
o pessoal da equipe respondeu que a campanha tucana seria “programática”, e que
denuncismo era coisa de petistas.
Deu no que deu. Enquanto Serra era atacado
sob a alegação de que, se eleito fosse, iria privatizar a Petrobras, Dilma
navegava tranqüila no lago formado pela imensa incompetência do pessoal da
campanha de Serra.
Tendo perdido as melhores oportunidades,
Serra resolveu questionar Dilma sobre a Gemini no último debate, realizado na
TV Record em 25 de outubro de 2010. Naquele debate, Serra afirmou: “O atual
governo cedeu para a (...), uma multinacional, a sociedade do fornecimento de
gás liquefeito. A Petrobrás ficou com a menor parte, 40%. Ela favoreceu uma
multinacional em relação à ação da Petrobras, que tinha toda a condição para
fazer esse trabalho”.
Apesar de Serra ter citado duas vezes tal
espúria sociedade durante o debate, Dilma – que não tem defesa no caso Gemini –
não se manifestou sobre o assunto.
Acontece que, pelas regras daquele último
debate, um candidato perguntava e o outro candidato respondia; não havia
possibilidade de tréplica.
Depois da derrota de Serra, o Senador
Sérgio Guerra, então presidente do PSDB, criticou o procedimento do pessoal da
campanha relativamente aos documentos da Gemini, e falou que isso era mais uma
evidência de que havia infiltração petista na campanha.
Constatada a indesculpável falha da equipe
de Serra, quero deixar registrado os nomes das pessoas ligadas à campanha de
Aécio que estão recebendo o presente documento para darem o devido
encaminhamento:1 – Marco Túlio Chaves (assessor da liderança do PSDB); Paulo
Augusto (campanha de Aécio em Brasília); 3 – Ju (campanha de Aécio em São Paulo
– Ouvidoria).
A seguir, os links dos documentos
https://www.youtube.com/watch?v=Mch9yUu6aGs (“SAIA
DO ARMÁRIO, DILMA!” – PARTE 1)
https://www.youtube.com/watch?v=5H6MIj-ytAg (“SAIA DO
ARMÁRIO, DILMA!” – PARTE 2)
https://www.youtube.com/watch?v=302F6USwq7s (“SAIA
DO ARMÁRIO, DILMA!” – PARTE 3)
João Vinhosa é Engenheiro.
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