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Por Carlos I. S. Azambuja
Desde o primeiro atentado ao World
Trade Center em 1993, passando por um tiroteio diante da sede da CIA, até
à bomba nos Jogos Olímpicos de Atlanta, entre outros, nenhum desses
acontecimentos havia sido imputado pela CIA ou pelo FBI a algum organismo
denominado Al Qaeda.
No dia 11 de setembro de 2001, os EUA
e o resto do mundo puderam ver que um pseudo-financista excêntrico havia sido
associado, de modo distante e especulativo, a um ou dois eventos mas não
responsabilizado por eles. Segundo a CIA, talvez ele estivesse ligado ao
fracassado atentado a americanos no Iêmen, em 1992, e provavelmente houvesse
certa conexão entre ele e Ramzi Youssef, que praticara o atentado ao World
Trade Center em 1993 e fugira para as Filipinas.
Supostamente conhecidos, os
responsáveis pelos atentados terroristas discutidos pela mídia formavam um
conjunto desconexo, com ameaças aparentemente controláveis: à Inteligência
iraquiana, pelo atentado ao ex-presidente Bush; à Inteligência iraniana, pelo atentado
à Força Aérea Americana nas Torres de Khobar, na Arábia Saudita; dois
americanos excêntricos, pela bomba de Oklahoma; um clérigo egípcio, pelo plano
para explodir os túneis da cidade de Nova York; um aspirante a policial,
atuando como guarda de segurança, pela bomba nas Olimpíadas de Atlanta; um
grupo de sauditas, logo decapitados pelas forças de segurança, pelo atentado à
bomba contra a missão norte-americana em Riad; e um atentado à bala matando
dois agentes da CIA, nas portas da Agência, praticado por Rim Amal Kansi, que
quatro anos depois seria capturado no Paquistão por uma equipe da CIA.
Esse padrão regular de destruição e
mortes fez com que a administração Clinton iniciasse uma escalada de verbas
destinadas ao antiterrorismo. Paralelamente, Clinton enfocou o terrorismo em
uma série de discursos importantes: na Academia da Força Aérea, em Oklahoma, na
Universidade George Washington, em Anapolis, duas vezes nas Nações Unidas, duas
vezes no Monumento aos Mortos do vôo Panam 103, na Casa Branca, em Lyon, França
e em Sharm e-Sheik, no Egito. No entanto, a maior parte da mídia ignorou
essas advertências. Enquanto alguns funcionários federais encontravam-se
alarmados diante da ascensão do terrorismo e trabalhavam diligentemente contra
ele, outros, inclusive no FBI e na CIA, davam mostras de não terem percebido
ainda a urgência do assunto. É isso que nos dizem os livros que resgatam esse
passado.
Hoje sabe-se que o atentado ao World
Trade Center, em 1993, fora uma operação da Al-Qaeda. Na ocasião, todavia, esse
evento foi atribuído pela CIA e pelo FBI a Ramzi Youssef e ao xeque cego Omar
Abdel al-Rahman, ambos presos em 1995, e mais Muhammad Sadiq Awda. Todos
condenados pelos tribunais norte-americanos. Circulavam rumores de envolvimento
árabe nos incidentes contra as tropas norte-americanas na Somália, mas a CIA
não conseguiu confirmá-los.
Os detalhes do atentado à missão
americana de treinamento militar em Riad não foram bem esclarecidos devido à
falta de cooperação saudita. O atentado a Khobar, na Arábia Saudita, foi
praticado pelo Hezbollah saudita, sob a estreita supervisão da Guarda
Revolucionária do Irã. O Irã organizara também atentados terroristas em Israel,
Bharein e Argentina.
Os atentados de Oklahoma e Atlanta
haviam sido realizados por americanos ligados a milícias de origem local e a
extremistas religiosos. Outro atentado, potencialmente devastador, havia
envolvido também milícias americanas, que pretendiam explodir uma instalação de
armazenamento de gás. A vigilância do FBI sobre essas milícias evitou uma
calamidade e, finalmente, foi descoberto que a organização do terrorista
Bin Laden mantinha células em dezenas de países.
Apesar da falta de provas de uma participação
de Osama Bin Laden nessa série de eventos terroristas, membros importantes da
comunidade de Inteligência dos EUA, em 1993 e 1994 continuaram a solicitar que
se descobrisse mais sobre o homem cujo nome parecia soterrado nos relatórios da
CIA como “o financista terrorista Osama Bin Laden”, pois parecia
improvável que esse homem, que tinha um dedo em tantas organizações
aparentemente desconexas, fosse apenas um doador, um filantropo do terror. Tais
organizações pareciam ter um poder centralizador e esse centro talvez fosse
ele, que constituía o único elo conhecido entre os vários grupos terroristas.
Em 1991, o governo da Arábia Saudita
desistira de tentar persuadir Osama Bin Laden a cessar suas críticas à família
real, que havia permitido a presença de tropas dos EUA no país após a Guerra do
Golfo e à aliança militar do país com os EUA, determinando que ele deixasse o
país. Bin Laden decidiu ir para o Sudão, que na época era o supra-sumo do porto
seguro para terroristas de todos os matizes. O governo do Sudão era dominado
pela Frente Islâmica Nacional, chefiada por Hassan al-Turabi, um suposto
líder religioso. Bin Laden chegou com seu dinheiro e seus homens, árabes
veteranos da guerra no Afeganistão contra os russos. A maioria desses veteranos
seria presa caso voltasse para o Egito, Kuwait, Argélia ou Marrocos.
Para entender Osama Bin-Laden é
preciso entender o mundo em que ele operava: foi o ator principal de uma
emaranhada e sinistra teia de Estados patrocinadores do terrorismo, chefões de
serviços de Inteligência, como o ISI-Serviço Interno de Inteligência do
Paquistão, o VEVAK-Serviço de Inteligência do Irã, e terroristas
experientes. Há que entender também que nenhum sistema de defesa resiste à
determinação de alguém que quer tornar-se um mártir.
Como hoje se sabe, Bin Laden e
al-Turabi estabeleceram vários projetos conjuntos: uma nova companhia de
construção, uma empresa de investimentos, controle dos mercados sudaneses decommodities,
um novo aeroporto, uma estrada entre as duas maiores cidades, novos
acampamentos para treinamento de terroristas, uma fábrica de couro, residências
para veteranos árabes da guerra afegã, remessas de armas para a Bósnia, apoio a
terroristas egípcios em complôs para derrubar o presidente Mubarak e
desenvolvimento de uma indústria nacional de armas (incluindo armas químicas).
Os dois fundamentalistas eram almas gêmeas, compartilhando a visão de uma
batalha mundial para estabelecer um Califado puro.
Nas sombras e utilizando suas
empresas, Bin Laden coordenou uma vasta operação para introduzir na Somália e
em Cartum, no Sudão, em 1993, cerca de 3 mil terroristas de vários países, a
maioria dos quais que havia lutado no Afeganistão contra a invasão soviética,
bem como grandes quantidades de armas e equipamentos, além de 900 combatentes
do Hezbollah. Desde Cartum, organizou um conjunto de linhas de comunicação e
sistemas de apoio logístico, principalmente através da Etiópia e Eritréia. Em
26 de setembro de 1993, uma emboscada abateu um helicóptero Blackhawk em
Mogadício, capital da Somália, e as imagens na TV mostraram uma turba
arrastando os corpos dos militares americanos pelas ruas. Pode ser dito que
esse foi o início da luta contra as tropas norte-americanas e da ONU que
estavam na Somália e em 1º de março de 1994 grande parte das forças
norte-americanas já haviam deixado esse país.
Bin Laden, que já mantinha contatos
com o Serviço de Inteligência paquistanês, nessa época estabeleceu relações com
os Serviços de Inteligência do Irã (VEVAK) e do Iraque, que viriam a se mostrar
úteis em seu caminho para o alto. Os acontecimentos na Somália podem ser
considerados um marco em sua evolução, por ter sido a primeira vez que liderou
um empreendimento de vulto, com complexas tomadas de decisões e formulações
políticas.
Paralelamente, os muçulmanos
aproveitaram o colapso da União Soviética para buscar independência para a
província da Chechênia. Bin Laden enviou veteranos árabes afegãos, dinheiro e
armas para o conterrâneo saudita Ibs Khatab, na Chechênia, que parecia um
cenário perfeito para a jihad (guerra santa).
Também a Bósnia parecia se qualificar
para uma jihad. A queda do comunismo na Iugoslávia fez com que as
repúblicas étnicas naquela união artificial passassem a girar em torno de suas
próprias órbitas. A província predominantemente muçulmana da Bósnia por muito
tempo havia sido discriminada pelo centro cristão, e sua tentativa de
independência em 1991 havia sido brutalmente reprimida pelo governo de
dominação sérvia de Belgrado.
Ao contrário da jihad na
Chechênia, que a Rússia tentou manter longe dos olhos do mundo, a Bósnia
tornou-se o centro das atenções durante sua luta com a Sérvia. A partir de
1992, os árabes que anteriormente haviam sido mujahidins (aqueles que
travam a jihad) afegãos, começaram a chegar. Com eles vieram os
coordenadores, os homens do dinheiro, da logística e dos fundos de “caridade”.
Organizaram empresas e redes bancárias de fachada, tudo sob a coordenação
direta de Bin Laden. Tal como haviam feito no Afeganistão, os árabes criaram
sua própria brigada, supostamente parte do exército bósnio mas que operava por
conta própria. Osmujs, como se tornaram conhecidos, eram ferozes lutadores
contra os sérvios, se envolviam em horríveis torturas, assassinatos e
mutilações que pareciam excessivas até para os padrões balcânicos.
O presidente bósnio, Alija
Izetbegovic, decidiu aceitar toda espécie de ajuda que aparecesse. O Irã enviou
armas. A Al-Qaeda fez melhor: enviou combatentes, homens treinados e durões. Os
serviços de Inteligência europeus e americano começaram a rastrear o
financiamento e apoio aos mujs, chegando até Bin Laden, no Sudão, e até às
instalações que já haviam sido estabelecidas pelos mujs na própria
Europa Ocidental.
Essas ligações levaram à Mesquita
do Parque Finsbury, em Londres, ao Centro Cultural Islâmico, em Milão, e à Agência
de Auxílio ao Terceiro Mundo, em Viena. Também levaram àFundação Internacional
de Benevolência, em Chicago, e à Organização Internacional de Auxílio
Islâmico, na Arábia Saudita. Essas instituições de caridade estavam
fornecendo fundos, empregos, documentos de identificação, vistos de viagens,
escritórios e outros apoios à brigada internacional de combatentes árabes
dentro e ao redor da Bósnia. Antes do 11 de Setembro, os governos ocidentais,
entre os quais o norte-americano, não encontraram justificativa legal adequada
para fechar essas organizações.
O dinheiro fluía através de um
sistema financeiro imaginado e montado por Bin Laden. A princípio (meados dos
anos 80) esse sistema foi organizado na então existente Fundação Al-Qaeda,
uma instituição de caridade que Bin Laden criara para dar respaldo ao
treinamento de guerrilheiros islamitas no Paquistão. Esse sistema semilegal
multiplicou-se rapidamente por todo o mundo em uma miríade de contas bancárias
e obras de caridade aparentemente sem conexão e em organizações
multifacetadas que interagiam e enviavam pessoas e fundos.
Não existe nenhuma Osama Bin
Laden Inc. Em vez disso uma rede de companhias, empresas, parcerias e entidades
em nome de outras pessoas, que interagem entre si e, por fim, encontram-se
ocultas em outra camadas de entidades financeiras internacionais maiores, de
modo que seu envolvimento em quaisquer desses investimentos não possa ser
descoberto. Essas empresas administram investimentos, holdings imobiliárias,
transporte marítimo, empresas comerciais, projetos de obras públicas, empresas
de construção, locação de aeronaves, importação e exportação, empresas de
contratação e empresas agrícolas. Esses empreendimentos possuem negócios na
Ásia, África, Europa e América Latina. Com o seu envolvimento direto e o
seu profundo conhecimento dos negócios internacionais na era da informática,
solucionou os problemas relativos à movimentação clandestina e à lavagem de
grandes somas necessárias para dar suporte ao terrorismo e à subversão em todo
o mundo.
Além disso, Bin Laden mantinha
participação em negócios politicamente corretos, que ajudaram a sustentar
o Sudão, o Iêmen e o Afeganistão, numa ampla variedade de empresas e negócios
locais. Eis o resultado dos investimentos do Sudão no terrorismo
internacional: em novembro de 2004, segundo as Nações Unidas, 1,6 milhão de
pessoas passavam fome em Darfur, no Sudão, mas esse número poderia aumentar
para 2 milhões nos anos seguintes.
Enquanto isso os organismos de
Inteligência do Ocidente lutavam para deslindar a rede e concluíram, em meados
de 1993, que na ex-Iugoslávia, especialmente na Bósnia, a maioria dos fundos
para essas obras de caridade era coordenada pela Fundação
Mostazafin, uma fachada da Inteligência iraniana, que mantinha de 4 a 6
mil terroristas islamitas em operação na Bósnia, sob a proteção de cerca de 20
“obras de caridade” ou “projetos humanitários”. Desde então, a situação
não mudou muito.
No verão de 1995, a CIA
passou a desenvolver planos para uma equipe exclusivamente destinada a
investigar o que agora concordavam ser uma “rede Bin Laden”. E,
finalmente, em 1996, duas peças se moveram no tabuleiro: Bin Laden
dirigiu-se ao Afeganistão, fechando algumas de suas empresas em Cartum, Sudão,
e Jamal Al-Fadl, que tinha informações secretas sobre grande parte da “rede Bin Laden”
baseada no Sudão, procurou proteção americana, pois vinha desviando fundos e
receava que a Al-Qaeda o eliminasse.
O interrogatório de Fadl ajudou na
descoberta do tamanho e forma da rede. Foi descoberto que ela era
generalizada e ativa em mais de 50 países e dela faziam parte o xeque cego Omar
Abdel al-Rahman e Ramzi Youssef. Bin Laden não era apenas seu financiador e
mentor intelectual. Foi descoberto que a rede também tinha um nome.
Osama Bin Laden, filho de um empreiteiro da construção, chamara sua rede
terrorista pela palavra árabe Al-Qaeda (“A Fundação” ou “A Base”), uma
primeira peça, a base necessária para o edifício que seria uma teocracia
global, ogrande Califado.
Muitos dos nomes encontrados na
Bósnia, mais tarde, revelaram-se vinculados à Al-Qaeda. Entre os principais
estavam Abu Sulaiman Al-Makki, que mais tarde apareceria ao lado de Bin Laden,
em dezembro de 2001, quando o líder da Al-Qaeda elogiou os atentados de 11 de
setembro; Abu Zubair Al-Haili, que seria preso no Marrocos, em 2002, num complô
para atacar navios norte-americanos no Estreito de Gibraltar; Ali Ayed
Al-Shamrani, que foi preso, em 1995, pela polícia saudita e rapidamente
decapitado por envolvimento no atentado à missão americana de ajuda militar na
Arábia Saudita; Khalil Deek, que seria detido em dezembro de 1999, por seu
envolvimento no planejamento de atentados a bases americanas na Jordânia; e
Fateh Kamel, que seria delatado como integrante da célula “Conspiração do
Milênio”, no Canadá. Embora as agências de Inteligência ocidentais nunca
rotulassem a atividade dos mujsna Bósnia como uma jihad da
Al-Qaeda, está claro agora que era exatamente isso que ocorria.
O governo dos EUA fez da cessação da
guerra nos Bálcãs a sua mais alta prioridade de política externa, introduzindo
tropas americanas e elaborando a duras penas o Acordo de Dayton. Uma parte
desse Acordo previa a expulsão dos mujs da Bósnia após o
fim dos combates. Ainda não se sabia que eles eram da Al-Qaeda, mas sabia-se
que eram terroristas internacionais.
Em 1998, à medida que ficava claro
que a diplomacia não estava funcionando inteiramente, tropas francesas
invadiram uma das bases mujs restantes, que ainda operavam na Bósnia,
em violação ao Acordo de Dayton. Prenderam onze deles, entre os quais dois
diplomatas iranianos e nove mujs. A base estava cheia de explosivos, armas
e planos para atentados terroristas a tropas americanas e outras tropas
ocidentais. Ainda em 1998, um carregamento de explosivos plásticos C-4 foi
interceptado, na Alemanha, a caminho de uma célula terrorista da Jihad
Islâmica Egípcia. Havia indícios de que os explosivos destinavam-se a uma
rodada de atentados a bases militares americanas no país.
Os EUA ameaçaram o presidente
Izetbegovic com uma interrupção da ajuda militar e, depois, de uma cessação de
qualquer ajuda, se ele não implementasse integral e fielmente o Acordo de
Dayton, mediante a expulsão dos mujs.
Ainda em 1998, em maio, no
Afeganistão, Osama Bin Laden, já então um dos dirigentes da Frente Islâmica
Mundial para a Jihad (luta) contra Judeus e Cruzados –
constituída em março desse ano, agrupando terroristas de organizações de
diversos países - declarou “que as fronteiras geográficas não têm importância
para nós. Somos muçulmanos e desejamos o martírio. Não temos preconceito de cor
ou raça. Apoiamos cada muçulmano oprimido e pedimos a Deus que nos ajude e nos
faça capazes de ajudar cada muçulmano oprimido”.
Essa declaração antecedeu os
atentados terroristas simultâneos, organizados por essa Frente Islâmica, em 7
de agosto de 1998, uma sexta-feira, contra as embaixadas dos EUA em Nairóbi,
Quênia e Dar-es-Salaam, Tanzânia, que causaram 224 mortes e centenas de
feridos. Esses atos terroristas foram assumidos oficialmente pelo Exército
Islâmico para a Libertação de Lugares Sagrados, entidade até então
desconhecida, e patrocinados por um Estado terrorista: o Irã. Dez dias depois,
em 17 de agosto, a Frente Islâmica Mundial emitiu uma Declaração
endossando e elogiando as operações do Exército Islâmico, sendo que essa
Declaração foi divulgada praticamente ao mesmo tempo em que as mensagens do Exército
Islâmico sobre os atentados, não deixando dúvidas sobre suas ligações. O
fato de Bin Laden não receber créditos pelas operações, mas antes encorajar as
entidades locais a fazê-lo, identificando-se por nomes fictícios, tais como
esse “Exército Islâmico”, atrai para ele a estima dos comandantes locais, que
não o vêem como uma ameaça às suas posições pessoais.
Nesse mesmo ano de 1998, em outubro,
um alto funcionário de um Serviço de Inteligência árabe afirmou que Osama Bin
Laden havia adquirido armas nucleares táticas das repúblicas islâmicas da Ásia
Central criadas após o colapso da União Soviética. Evidências do número de
armas nucleares adquiridas pelos chechenos para Bin Laden variam de “algumas” (Inteligência
russa) a “mais de vinte” (Serviços de Inteligência de países árabes
conservadores). A maior parte das armas foi comprada em quatro dos antigos
Estados soviéticos: Ucrânia, Cazaquistão, Turcomenistão e Rússia. Os
preparativos para a utilização dessas armas passaram a constituir um grande
segredo.
Voltando à antiga Iugoslávia, somente
no ano de 2000, em sua última semana no cargo, Izetbegovic expulsou o líder muj remanescente,
Abu Al-Ma’ali, que foi acolhido pela Holanda. No entanto, Izetbegovic nunca
chegou a expulsar todos. Células da Al-Qaeda na Bósnia foram identificadas e
desmanteladas pela polícia bósnia até 2002.
Finalmente, analistas internacionais
apontam três fatores como tendência regional em favor do Islamismo: 1) É a
única ideologia crescente e verdadeiramente popular no Oriente Médio. Muitas
pessoas acreditam genuinamente que “o Islã é a solução”, mesmo que variem as
idéias do que possa ser esse “Islã”; 2) Os regimes conservadores
pró-Ocidente estão perto do colapso, mais por autodestruição do que por
qualquer outro fator, especialmente a Arábia Saudita; 3) A tendência histórica
dominante na região é a inflexível oposição à mera existência de Israel.
Em uma conferência realizada com os
chefes dos 56 escritórios regionais do FBI, antes de setembro de 2001, Richard
Clarke, Coordenador Nacional para Segurança, Proteção de Infra-Estrutura e
Antiterrorismo nos governos de George Bush, Bill Clinton e George W. Bush assim
definiu a Al-Qaeda:
“A Al-Qaeda é uma conspiração
política maquiada de seita religiosa. Ela comete o assassinato de inocentes
para chamar a atenção. Seu objetivo é uma teocracia à moda do Século XIV no
qual mulheres não têm direitos, todos são forçados a serem muçulmanos e a
Sharia (Lei de Deus) é o sistema legal, que corta mãos e apedreja pessoas até a
morte. Ela usa um sistema financeiro global para financiar suas atividades.
Essas pessoas são inteligentes, muitas estudaram em nossas universidades e têm
visão em longo prazo. Eles acreditam que pode levar um século até que alcancem
seus objetivos, um dos quais é a destruição dos EUA. Eles têm uma rede
eficiente de espiões e formam células e grupos de ataque que planejam suas
ações anos antes de agir. Eles são o nosso inimigo número um e estão entre nós.
Achem eles!”.
Dados
Bibliográficos:
“Bin Laden – O Homem que Declarou Guerra à América”, Editorial
Prestígio, 2002
“Contra Todos os Inimigos”, Richard A. Clarke, Editora
Francis, 2004
3 comentários:
A pergunta que todos devemos fazer-nos a nós mesmos é a seguinte:
Por que os Estados Unidos nunca ganhou uma guerra em todas as que eles se engajaram?
Agora lê isto que o coloco aqui abaixo:
In Brussels, Massoud had warned the world
The hero of the Afghan resistance had implored Europe to intervene against the Taliban and Bin Laden
BRUSSELS: It was in Brussels where Massoud had come to ask for European aid, in April 2001, to stop the Taliban. And it is in the same Brussels, in the days that followed his visit, the pieces of the puzzle that will lead to his assassination were collected.
Fate - and sad irony - that the hero of the Afghan resistance. Which disappear on 9 September 2001, in a suicide bombing, as a prelude to attacks of 9/11 ...
On 8 March 2001, the Taliban were exploding - ignoring the exhortations of the international community - two giant Buddhas of Bamiyan Valley, Afghanistan, classified as World Heritage by UNESCO. Destruction with the ultimate purpose to remove all traces of anti-Islamic statues in the country.
In the fight against radical Islam embodied by the Taliban and al-Qaeda murderous madness, a man tried for years to make its voice heard: Commander Ahmad Shah Massoud. But if, at the time, the voice of paragraph 2 of legitimate Afghan government was a few times, neither Europe nor the United States seem to have paid sufficient attention. Received in Brussels on 7 April 2001 by Louis Michel (then Foreign Minister), he was trying to raise awareness among Europeans of the importance of Pakistan in the struggle that opposed the Taliban.
Exert pressure, "without military engagement" against the supplier of men and arms to the fundamentalist movement countries was necessary to preserve world peace. A piece of history already gave him reason. But the days that followed actually confirmed - and unfortunately - it was announced: "There was a meeting in the North between the Taliban and Pakistan. They are preparing a new offensive with Bin Laden ... "
Map of surprise, in the aftermath of September 11, 2001, is therefore really playable. Although it is difficult to say that these attacks were preventable, the United States - and their allies - were warned. Long.
Since 1993 and the first truck bomb, in the basement of one of the WTC towers, which kill six people. Since 1998 and the succession of explosions, claimed in the U.S. embassies in Kenya and Tanzania (killing 224 people). Since 2000 and the suicide attack on the USS Cole.
On 11/09/2001, neither bin Laden or al-Qaida or the Taliban were unknown.
Já foi provado que 911 foi um ataque de Bandeira Falsa, então o que nos resta acreditar que Obama matou pela 8ª vez o Osama Bim Laden - Saiam da Matriz-
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