Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Henrique Abrão
Estamos
atravessando um período de plena destruição midiática. A imprensa raramente é
livre e independente e passa por adversidades financeiras no período da
globalização. Além disso certos setores jogam contra outros e fica muito
espinhoso para o cidadão de bem entender de que lado está a verdade. Ao lado
disso o esquema PEG PAG destruiu completamente o arcabouço institucional e fez
de muitas empresas um balcão de negócios.
Explico
com facilidade. O PEG significa Políticos Empreiteiras e Governo,o PAG -
Políticos Ambiciosos e Gananciosos. Vamos aos fatos. Não fossem os interesses
escusos da perpetuação no poder jamais poderíamos presenciar o verdadeiro
sucateamento da maior empresa brasileira, vítima incessante das auditorias, do
papel omisso da comissão de valores mobiliários, dos próprios administradores
sem a presumida boa-fé, e da própria União que os colocou nos cargos de direção
da empresa.
A
pergunta que sempre não pode deixar de ser feita é a seguinte. A estatal Petrobrás
responde pelos desmandos havidos no seio societário?
Absolutamente
não, quer por meio da responsabilidade objetiva ou subjetiva nada impele a
conclusão de pagar com os seus recursos os desacertos havidos, exceto supletiva
e subsidiariamente. A empresa se coloca como vítima de todo um estratagema
montado para sugar dela seus recursos e findar a transparência e transformar a
governança corporativa na governança corruptiva, lamentavelmente. E isso está
documental e cabalmente demonstrado nos processos abertos nos Estados Unidos da
América,são mais de quinze processando os administradores e a empresa.
Quem
deve pagar a conta é sem duvida alguma a União, os administradores a auditoria
e ainda a autarquia federal que simplesmente não tomou qualquer medida mais
eficaz e efetiva como xerife e policia administrativa do mercado.Perplexos e
estonteados os acionistas minoritários se perguntam porque o papel que estava 51
reais em janeiro de 2007 hoje bate menos de dez reais.
A
única explicação lógica, sensata e honesta,não pode ser outra, se refere aos
descrédito e a desconfiança, montaram e arquitetaram tudo como se fosse algo
surrealista e plausível que corrompe e mata os valores corporativos.
Enquanto
a mídia não voltar a ter seu papel de falar a verdade e projetar o que é
sintomático, continuaremos a tendo varias imprensas, a marrom, a vermelha, a
azul e assim por diante para ganhar dinheiro, seja quem for o empregador, repassatários
de recursos ou beneficiário com as insinceridades.É fundamental que a imprensa
redescubra seu papel e pare de se autodestruir isso somente faz o leitor perder
a credibilidade e não é sem razão que os periódicos a cada dia que passa perdem
assinantes e leitores.
O
ambiente arquitetônico PEG PAG precisa ser desmantelado custe o que custar. Polícia
federal, ministério público e o judiciário devem ser exemplares não apenas na
seara penal mas nas medidas administrativas e de responsabilização.Tirem os
dedos sujos da companhia! Ela com mais de meio século foi vitimizada pela ação
delituosa e incestuosa de governo, políticos empreiteiros, nada mais tormentoso
e deplorável quando a representatividade é apenas simbólica e retórica.
Não
sabemos se teremos a operação mãos limpas mas ao menos estamos tentando
destruir os dedos sujos que corrompem a tessitura de governabilidade, para que
a sociedade seja a primeira a fiscalizar e a última a se calar. E 2015 não será
diferente, embora os pessimistas de plantão vociferem os riscos que corremos,
temos que a primavera brasileira já chegou e descortinou horizonte novo com a
lei anticorrupção e inclusão daqueles que somente tem caráter e personalidade
pervertidos de trás das grades.
O
Brasil será extremamente melhor em 2015 com o solapamento da corrupção, com a
pulverização dos corruptos e o chamamento da sociedade de reconstrução do País.
E que todos aprimorem interna e
externamente seus desejos pela luta em prol de um 2015 dinâmico, economicamente
planejado e politicamente moralizado, cuja honestidade é o traço único da
representatividade.
Carlos Henrique Abrão, Doutor em
Direito, é Desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo.
Um comentário:
É uma infelicidade da época, que os doidos guiem os cegos.
"Autor: William Shakespeare
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