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Por Carlos I. S. Azambuja
Esta matéria é um breve histórico
sobre a trajetória do conflito entre aEta-Basca e o governo da Espanha, conflito que assumiu
características de guerra permanente. Além disso, os acordos firmados entre
Espanha e França sobre a repressão conjunta à ETA moldaram a consciência de grande parte da população basca
de que era preciso lutar contra o governo de Madri.
Esse sentimento se generalizou,
sobretudo durante a Guerra Civil (1935-1937) quando a repressão – que atingiu,
inclusive padres bascos - determinou a afirmação de uma cultura de resistência
do povo basco contra o que foi denominado fascismo franquista e tudo o que ele representava.
Nos anos 60 surgiu a Euskadi Ta Askatasuna (ETA) como organização armada, nacional e socialista, que se
intitulou vanguarda dos trabalhadores e dos setores populares, e que seria o protagonista mais destacado de EUSKAL
HERRIA (País Basco) e a
organização mais combatida por todos os governos espanhóis desde então.
Mais tarde foi constituída a coordenação
política de uma rede de organizações sociais, sindicais e políticas: a Kas
- Koordinadora Abertzale Sozialista (Coordenadora Popular Socialista) e, no seu rastro, em 1979, seria fundado o instrumento de
mediação político-institucional desse espaço independitista e socialista: a Herri
Batasuna.
Euskal Herria é o único território do Estado espanhol onde a transição
política pactuada pelo governo que sucedeu o general Franco e as lideranças da
oposição não foi aceita.
A maioria do povo basco rejeitou a Constituição
de 1978 - pacote político institucional da transição - aprovada no restante da
Espanha. Também não aceitou o Pacto de Moncloa, o Estatuto dos Trabalhadores - pacote econômico-trabalhista - e, em 1986, pronunciou-se
majoritariamente contra o ingresso da Espanha na Otan.
Posteriormente, nos anos 80, a ETA passou a desfechar uma série de ações armadas em diversas
cidades espanholas, especialmente Barcelona, Madri e Saragoza, afastando do
movimento de solidariedade para com a Organização uma importante base de apoio
político.
Após mais de uma década de impasses,
o movimento conseguiu reunir a maioria dos partidos, forças sindicais e sociais
bascas num fórum que aprovou uma declaração política em favor de uma
articulação negociada e pacífica do conflito, exigindo o direito à
autodeterminação e o regresso dos presos da ETA ao País Basco,
uma vez que eles estavam espalhados em diversas prisões, principalmente no Sul
do país e alguns na França.
A “Declaração de
Lizarra-Garazi” (cidade basca onde o fórum foi
realizado) quebrou o aparente isolamento da Izquierda Abertzale (Esquerda Popular).
Diante disso, a ETA divulgou uma “Declaração Unilateral de Trégua Armada Indefinida”, considerando que a “Declaração de Lizarra-Garazi” poderia abrir um espaço para afirmar a vontade da sociedade basca em favor da negociação para uma solução pacífica e política do conflito.
Diante disso, a ETA divulgou uma “Declaração Unilateral de Trégua Armada Indefinida”, considerando que a “Declaração de Lizarra-Garazi” poderia abrir um espaço para afirmar a vontade da sociedade basca em favor da negociação para uma solução pacífica e política do conflito.
Surgiu, assim, uma coligação política
impulsionada por Herri Batasuna,
ampliando o espaço da Izquierda Abertzale que se chamou Euskal Herritarrok (Cidadania Basca).
Nesse âmbito, os sindicatos Lab (diretamente vinculados à Izquierda Abertzale) e o Ela-Stv (tradicionalmente ligado ao partido da burguesia basca, o PNB-Partido
Nacional Basco) e que representam cerca de 60% do
movimento sindical, exigiram o reconhecimento por parte do governo espanhol da Euskal
Herritarrok como espaço próprio de negociação
coletiva.
A proposta de negociação a favor do
processo de autodeterminação tornou-se mais forte com a criação da primeira
instituição nacional basca, que reuniu vereadores e prefeitos das cidades das
regiões que constituem o território natural dos bascos: a Comunidade
Autônoma Basca, Navarra e o País Basco francês. Em decorrência, o governo espanhol, através do 1º Ministro
José Maria Aznar, reconheceu publicamente a beligerância da ETA, e aceitou negociar com ela. Esse foi considerado o
acontecimento político de maior importância na história do País
Basco.
Esse fato, em contrapartida, iria
permitir manter ou acrescentar um acúmulo de forças e fazer avançar as lutas do País
Basco.
Segundo fontes antiterroristas
espanholas, a ETA renovou
completamente sua infraestrutura e passou a dispor de 5 comandos operativos com
30 ativistas e cerca de 100 colaboradores. Seus artefatos, normalmente aderidos
ao fundo dos automóveis demonstraram uma trágica eficácia. A ETA conta também com centenas de jovens treinados em lutas de
rua e no chamado “terrorismo de baixa intensidade”.
Em 12 de julho de 2003 a direção da ETA-Basca divulgou uma Nota declarando que “quer
impedir ou dificultar as ações internacionais da Espanha, e por isso as
empresas multinacionais serão considerados alvos militares”. O grupo fez também ameaças a jornalistas e empresários (oligarcas,
ricos banqueiros e líderes econômicos) assim como aos membros das forças de Segurança do Estado,
do Exército e a “todos que colaborem com as Forças Armadas”. Além disso, a ETA afirmou que continuará extorquindo empresas, exigindo o
chamado “imposto revolucionário”.
No entanto, meses depois, em 9 de dezembro de 2003, foi capturado na França o
chefe militar da ETA, Gorka
Palácios Alday, cujo nome constava de uma lista de terroristas organizada pela União
Européia.
Sem dúvida, a Eta sofreu um grande debilitamento, considerando que no ano
2000 levou a cabo 44 ações terroristas que deixaram 23 mortos, enquanto que em
2003 perpetraram 17 ações que resultaram na morte de 3 pessoas. Assim, ao que
tudo parece indicar, a ETA, depois
de mais de três décadas de violência que deixaram cerca de 800 mortos, estaria
perto de seu fim. Na França e na Espanha estão presos 696 membros da ETA, dos quais 400 foram detidos nos anos de 2002 e 2003.
Posteriormente, em 16 de janeiro de
2004, a Corte Constitucional, a mais alta instância jurídica da Espanha, manteve na
ilegalidade oBatasuna, partido considerado
o braço-político da ETA.
Atividades da Eta-Basca na América Latina
Não é segredo que desde meados dos
anos 80 a ETYA estabeleceu
uma sólida rede de apoio em vários países da América Latina, como México,
Venezuela, Uruguai e Nicarágua, entre outros, inclusive para a arrecadação de
fundos, com o recurso até mesmo a atividades criminosas, como assaltos e
seqüestros. Data desse período a aproximação da ETA com os regimes de Cuba e Nicarágua, que então atuavam
ativamente como “exportadores da revolução”.
Na Nicarágua, em cooperação com os
Serviços de Inteligência sandinistas e cubano, a ETA organizou uma rede internacional de seqüestradores, não
apenas para autofinanciar-se, mas também para financiar outras organizações
voltadas para a guerrilha.
Posteriormente, o grupo se
incorporaria ao aparato do Foro de São Paulo. Finalmente, em maio de 1993, as atividades da ETA vieram à luz, quando explodiu em Manágua um bunker subterrâneo onde eram escondidas as armas e demais
materiais e documentos tais como passaportes falsos e uma relação de 77
empresários latino-americanos “seqüestráveis”, dentre os quais o empresário Abílio Diniz, seqüestrado
em São Paulo, em 1989.
Essa rede era supervisionada por
Manuel Piñero Losada, já falecido, que foi chefe da Inteligência cubana e homem
da estrita confiança de Fidel Castro por mais de 30 anos e que na época era o
chefe do Departamento América,
órgão de Inteligência do Comitê Central do Partido Comunista Cubano.
Corroborando o debilitamento da ETA, em um Comunicado enviado à imprensa em 4 de fevereiro de 2004, essa
organização afirmou que está disposta a dialogar com o governo espanhol,
negociando uma solução para o conflito, a fim de colocar um fim à sua campanha
terrorista de mais de três décadas.
Finalmente, deve ficar claro que
quando existe uma ameaça terrorista de caráter internacional, os órgãos de
segurança dos países ameaçados se coordenam. Foi assim, na década de 70, na
América Latina, quando os serviços de diversos países passaram a trocar
informações com a finalidade de combater a Junta de Coordenação
Revolucionária (JCR), criada em 1974
por organizações terroristas do Chile, Argentina, Uruguai e Bolívia, após a
deposição de Salvador Allende, no Chile – essa coordenação dos Serviços de
Inteligência foi denominada pelas esquerdas de Operação
Condor - e continua sendo assim, conforme nos
dá conta a notícia divulgada em 21 de novembro de 1998 pela France-Press:
“O presidente francês,
Jacques Chirac, e o Primeiro-Ministro Lionel Jospin, confirmaram ao chefe de
governo espanhol, José Maria Aznar, a adesão da França à luta antiterrorista na
Espanha, ao ser concluída, ontem, a reunião de cúpula França-Espanha, em La
Rochelle”. Ou seja, esses dois países passaram a
fazer aquilo que condenaram enfaticamente nos anos 70, na América Latina:
coordenar seus Órgãos de Inteligência e suas polícias para combater o
terrorismo.
Nesse caso, todavia, é interessante
observar que o diligente Juiz espanhol Baltasar Garzón, que acusou e manteve
preso o general Pinochet, acusando-o de responsável pela chamada Operação
Condor, não viu motivos para fazer o mesmo
com o presidente Jacques Chirac e o 1º Ministro José Maria Aznar.
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.
Um comentário:
Sr. Sergio não se preocupa, já esta em ação um plano para exterminar 80% da população, a Nova ordem mundial.
Vc deveria ler as noticia na India a coca cola esta sendo processada por roubar aguas do subterraneo.
Cada 1 litro de refrigerante gasta-se 2 litros de agua.
Mas eles já devem ser donos do aguifero Guarani, veja a reportagem no You tube, la diz que esse aguifero pode abastecer por 2500 anos.
https://www.youtube.com/watch?v=jXh0fAAfJMo
Prestem atenção PH do sangue humano 7,30 a 7,40, PH de um refrigerante 2,5 a 3,5 quanto mais alto o PH da Agua mais alcalino, qto mais baixo mais acido, o Cancer se desenvolve em ambiente acido.
Por tanto senhor Sergio era melhor suspender a produção de refrigerante, pois a maioria da população não ficaria doente, aqui vc cita coca cola com exemplo, eles são exemplo de vender a morte a população desinformada.
Reportagem sobre o aquifero guarani:
Vejam esta palestra para medicos:
https://www.youtube.com/watch?v=z4I50nAtuvA
Coca cola um exemplo de empresa
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