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Por Paulo Roberto Gotaç
A Presidente Dilma resolveu não
aceitar temporariamente as credenciais do embaixador da Indonésia,Toto
Ryanto, confirmando a existência da sombra nas relações entre os dois
países que o nosso mago da diplomacia, Marco Aurélio Garcia, havia antecipado,
por ocasião da recusa de reconsiderar, a pedido do governo brasileiro, numa
clara tentativa de interferência nas leis de um país soberano, a pena de morte
imposta pela sua justiça ao traficante Marco Archer, flagrado tentando lá
entrar com 14.5 kg de cocaína, quantidade suficiente para degradar a vida
de uma boa quantidade de usuários viciados e introduzir outros no jugo das
drogas.
À
mesma cerimônia na qual o embaixador indonésio teve seu comparecimento
vetado, um dia após o Presidente Nicolás Maduro ter determinado , sem
julgamento, a prisão do líder oposicionista Antonio Ledezma, Prefeito da área
metropolitana de Caracas, também se apresentou com as respectivas credenciais,
aceitas, a embaixadora da Venezuela, Maria Lurdes Urbaneja Durant.
Questionada
se a atitude unilateral, arbitrária e anti-democrática do Sr. Maduro, não
estaria causando constrangimento, a nossa Presidente afirmou que a aceitação de
um embaixador não pode, é evidente, ser influenciada por questões internas do
país que representa.
Ora,
partindo do princípio válido de que as resoluções da justiça da Indonésia fazem
parte do arcabouço de suas questões institucionais internas, conclui-se,
seguindo seu raciocínio, ser inconsistente o adiamento do recebimento das
credenciais de embaixador daquele governo.
Mais
uma vez nosso país dá demonstração de sua baixa estatura diplomática, ao lidar
com situações análogas, usando interpretações opostas mas convenientes à
condução de sua equivocada política externa.
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
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