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Por Robson Merola de Campos
O que define o soldado brasileiro? Seria o seu patriotismo?
Ou sua fé na vitória, apesar de todas as dificuldades? O que define o soldado
brasileiro seria a farda que ele veste? Ou o juramento que um dia ele fez de
defender a Pátria com o sacrifício da própria vida? Seriam as marchas, a ordem
unida ou o uso do fuzil?
Um soldado é um cidadão fardado. Mas, ser soldado não é
apenas vestir a farda. É um estado de espírito. É uma vocação; quase um
sacerdócio. O verdadeiro guerreiro tem orgulho da corporação a qual ele
pertence, nutre amizade e respeito pelos irmãos de armas, porta-se com orgulho
nas formaturas. E quando a tropa, formada, canta a plenos pulmões o Hino
Nacional ou a Canção do Exército é impossível não ficar emocionado com tamanha
vibração e demonstração de patriotismo.
O soldado, não importando a sua posição na hierarquia
militar, é um cidadão que dedica a vida inteira ao serviço da Pátria. Não o faz
por compensação financeira, é evidente. Veja-se o exemplo dos generais
brasileiros que ocuparam a presidência entre 1964 e 1985. Nenhum deles
enriqueceu na função. Isso é público. É notório. É fato incontestável. No
Brasil dos dias atuais, quando quem ocupa o poder faz de tudo para ali se
manter, apelando para as manobras mais escusas e sem se preocupar honestamente
com o que é o melhor para a Nação, o exemplo de Humberto de Alencar Castelo
Branco, Arthur da Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e
João Batptista de Oliveira Figueiredo deveria ser um norte a ser seguido.
Ser soldado é ser vigilante. É estar atento às
necessidades da Pátria. É estudar o seu país, defender as suas fronteiras,
obedecer as ordens dos superiores, respeitar a Constituição Federal, venerar os
símbolos nacionais. Ao contrário do que muitos pensam a mais perigosa arma do
soldado não é o seu fuzil. Aliás, um soldado treina uma vida inteira com sua
arma desejando ardentemente jamais ter que dispará-la em uma situação de
conflito real.
A mais perigosa arma de um soldado é a sua inteligência. É
com ela, que o soldado planeja, treina, espera e vigia. É sua inteligência que
cimenta o espírito de corpo, uma liga que o une aos seus camaradas e o prepara
para a qualquer momento estar pronto para atender ao chamado da Pátria. E
defendê-la; mesmo que com o sacrifício da própria vida.
O soldado brasileiro foi muito injustiçado nos últimos
anos. Ouviu e ouve em silêncio as críticas e censuras que lhe são feitas. Nem
todas são construtivas. Ele sabe disso, e diligentemente, com o cuidado que
limpa e lubrifica o fuzil, separa o joio do trigo. Conhece quem critica num
ímpeto de querer um Brasil melhor e quem critica com a intenção de denegrir a
sua imagem. Aceita ambas as críticas devido ao seu alto grau de
profissionalismo e senso de hierarquia e disciplina. Mas, aceitar não significa
concordar. Engana-se quem acredita que o silêncio do soldado significa
fraqueza. Diz um provérbio oriental que “arrastar uma espada faz barulho;
desembainhá-la, não!”
O verdadeiro soldado brasileiro não é somente aquele que
está na ativa e integra as três Forças Armadas e as Forças Auxiliares. É também
aquele que um dia já teve a emocionante experiência e o privilégio de servir à
Pátria, e hoje integra a Reserva, quer remunerada ou não. Mas, como disse
acima, ser soldado é um estado de espírito.
Por isso, o soldado é também aquele que imbuído do mais
elevado senso patriótico vai para as ruas e manifesta a sua indignação diante
do descalabro atual do Brasil. Nesses momentos, não importando o sexo, a cor, a
idade, a roupa, a profissão ou a religião, somos todos irmãos de armas. Com um
único objetivo pela frente: devolver o Brasil aos brasileiros de verdade. Somos
milhões! E somos fortes. Miramos a vitória e com ela nos comprometemos. Nossa
meta é nosso futuro. Sabemos disso e trabalhamos para alcançá-lo.
Rui Barbosa, o maior jurista que o Brasil já teve,
reconhecido mundialmente por sua cultura jurídica e erudição, disse certa
feita: “uma nação que confia em seus direitos, em vez de confiar em seus
soldados, engana-se a si mesma e prepara a própria queda”. O ensinamento do
Águia de Haia permanece, especialmente nos dias de hoje, atual e pertinente.
Aos soldados do Brasil, especialmente àqueles que estão na
ativa, o reconhecimento pela sua honradez, bravura e patriotismo. Mais atual do
que nunca são os versos da sua canção, que resumem o seu credo e a sua fé de
ofício:
“Em nosso valor se encerra
Toda a esperança
Que um povo alcança.
Quando altiva for a Terra
Rebrilha a glória,
Fulge a vitória.
A paz queremos com fervor,
A guerra só nos causa dor.
Porém, se a Pátria amada
For um dia ultrajada
Lutaremos sem temor.”
Robson Merola de Campos é Advogado.
Um comentário:
[Assista] Soldados Bolivianos foram detidos por pescadores brasileiros em nossa fonteira e não serão soltos …
http://pensabrasil.com/assista-soldados-bolivianos-foram-detidos-por-pescadores-brasileiros-em-nossa-fonteira-e-nao-serao-soltos/
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