Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Aileda de Mattos Oliveira
A pesquisa em órgãos da imprensa, que com empenho
informativo divulgavam a subversão político-social há pouco mais de cinquenta
anos, parece não ser considerada de fundamental importância ao jornalismo
atual.
São constantes as omissões e deturpações de fatos,
principalmente os de cunho militar, sejam ou não contemporâneos de quem
escreve, e que chega a parecer má fé. Ou é mesmo má fé!
Como leitora de jornais, sem preferência por algum,
assinalo falhas que não deveriam ocorrer, principalmente, nos chamados
“jornalões”.
Se há diários que sequer explicam o significado de uma
sigla, ou não informam o local de um acontecimento, como se todos os leitores
fossem assíduos e morassem em São Paulo, o que podemos esperar, então, ao
tratarem de pessoas, de suas atuações nos cenários político e militar, quando
as informações devem ser verdadeiras, não caluniosas e imparciais?
O provincianismo dos nossos jornais salta aos olhos.
Noticiam o que lhes é conveniente, substituindo a verdade pela repetição
inconsequente de versões, na volúpia de agradar alguma potestade ameaçadora.
Deixam à mostra a aceitação tácita da mentira instituída no país, a partir do
domínio do sectarismo da esquerda que a usa com sórdida desenvoltura.
Entre tantos fatos, focalizamos dois dos mais recentes,
sem preocupação cronológica: o obituário do Coronel Carlos Alberto Brilhante
Ustra e a videoconferência do Comandante do Exército, General Villas Bôas.
Não divulgaram que o Cel. Ustra dirigia uma entidade que
agia em defesa da liberdade no país, convulsionado pela gangue da Dilma e de
seus comparsas desejosos de implantar uma ditadura cubana. Não foram feitas
referências ao trabalho do militar de impor segurança à cidade infernizada
pelos guerrilheiros que matavam também civis nas filas dos bancos assaltados,
nas ruas e em aeroportos. Não houve referência ao combate aos “aparelhos”, onde
num deles se homiziava a presidente e o seu bando que assassinou, por
detonação, o soldado Mário Kozel Filho que, de súbito, deixou de ser uma
pessoa, pela virulência do ato.
A cantata dos jornalistas se limita à repetição, sem
provas, contra o bravo Coronel Ustra, com unilaterais depoimentos de
adversários figadais do militar, justamente, por impedi-los de implantar o
terrorismo numa terra que continuam depravando;com a representação de uma atriz
de conhecida emissora de televisão que se calou ao ser contraditada; ou, ainda, porque o Exército
Brasileiro, apesar de todas as inverdades e calúnias, não cede à sedução do
poder que compra todos com simples abanar de um leque de cédulas. Isso causa
indignação à Causa seja a dos jornalistas seja a dos guerrilheiros, hoje, por
obra do destino cruel, assentados no trono da nação e recebendo indenizações.
No uniforme, porém, desbotado pensamento da imprensa, um
militar deveria estar impedido de emitir opiniões que não fossem as do seu
próprio estamento. Por isso, ao falar na situação difícil por que passa o
Brasil, de naturezas econômica, política, ética e que, “se ela prosseguir,
poderá se transformar numa crise social com efeitos negativos sobre a
estabilidade”, o General Villas Bôas trouxe preocupação a um jornalista que
parece ignorar a crise pela qual passa o país e talvez visse nas palavras do
Comandante alguma ameaça velada.
Tanto que “questionado” por ele sobre “a eventual crise
social”, o General teve que, em nota, explicar o óbvio de que a menção à crise
era “com o pensamento de legalidade, de estabilidade”.
O militar é um brasileiro fardado, é a materialização da
lei constitucional sobre soberania e unidade nacionais. Portanto, não há razão
para responder a questionamentos de quem está emparedado na ideia fixa do
antimilitarismo.
Para nós outros, o que faltou às palavras do General foi
clareza sobre a que “legalidade” e “estabilidade” se refere: as que
mantêm o governo na arraigada luta pelo poder, assinando decretos perigosos,
tornando secretos documentos de corrupção e permanecendo na contínua
locupletação com o dinheiro público? Ou as que esperam todos os brasileiros que
não abrem mão de sua soberania, de sua liberdade, de um governo democrático que
a duras batalhas foram mantidos pelos antigos líderes militares?
Desconhece a imprensa que o Exército e as demais Forças
exercem funções, além das restritas a cada uma. Ignora que elas amenizam as
agruras sociais de brasileiros, ainda sem inclusão na sociedade, sem trabalho,
sem estudos, perdidos nos recantos longínquos do Brasil, que nem os jornalistas
sabem que existem.
São os militares que tratam da saúde, da alimentação, dos
cuidados odontológicos dessa população, do transporte aéreo para hospitais,
problemas que deveriam ser solucionados pelo Governo Federal que esbanja, nas
prioridades do partido, o dinheiro destinado às políticas públicas.
São os militares que vivem o cotidiano dessa parcela de
brasileiros relegada pelos políticos e governantes, preocupados, apenas, em
disputarem a corrida da prevaricação.
Portanto, são eles que têm autoridade de analisar, de
maneira crítica, a elevação do termômetro social em todas as regiões do Brasil
e cabem-lhes alertar o país sempre que possíveis convulsões sociais estejam
levantando poeira no horizonte.
Isso não cabe a jornalistas, em salas refrigeradas,
limitados ao raquitismo da louvação à divindade, fora da realidade do passado e
do presente, sem ter fundamentos históricos e visão sociológica para um esboço
do futuro.
Aileda de Mattos Oliveira é Dr.ª em Língua Portuguesa.
Vice-Presidente da Academia Brasileira de Defesa.
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