Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Renato Sant'Ana
Nada imprevisível, a não ser para alguns cronistas
esportivos. A seleção de futebol da Venezuela - que enfrentou o Brasil na
terça-feira, 13/10/15 - proporcionou cenas de consternação: venezuelanos
aproveitaram a viagem ao Brasil para adquirir itens básicos de subsistência
como creme dental, sabonete e outros produtos de higiene.
Os rapazes da Globo - que mencionaram o fato com
negligência na jornada esportiva - decerto não se ligam no que acontece na
Venezuela: escassez de comida, remédios, até papel higiênico falta. E a população
ainda tem que suportar o deboche do ditador Nicolás Maduro que teve o peito de
dizer: "Falta papel higiênico porque a população está comendo mais!".
Se não fosse um tão desbragado desrespeito à dignidade das pessoas, seria
engraçado.
Com efeito, o caos econômico ali é inseparável da tragédia
política. Com Nicolás Maduro, a ditadura instalada por Hugo Chávez ganhou
contornos de totalitarismo, agudizando-se a centralização do poder. Sem prestar
contas a ninguém, Maduro expropria redes de supermercados, por exemplo, sob o
pretexto de que a corporação faz "guerra contra o povo" para prejudicar
a imagem do governo. Por esse expediente, várias empresas já foram encampadas
por PDVAL, a rede de supermercados estatais. O resultado é escassez e filas
imensas nos supermercados, o público disputando comida: nunca tem para todos. A
cada tanto, forma-se um tumulto, que a polícia dissolve a pauladas.
É a infâmia de um Estado policial. Para que se tenha
ideia, a polícia do regime prendeu dois diretores da conhecida rede de
farmácias Farmatodo, Pedro Angarita e Agustín Álvarez (presidente-executivo e
vice-presidente de operações da empresa): foram acusados de tentar desestabilizar
o governo. Qual o fato imputado? Ignorando a escassez, o governo os acusou
de provocarem longas filas para a venda de artigos de
primeira necessidade. Também, o Serviço de Inteligência Bolivariana levou preso
Fray Loa, diretor geral da Federação Venezuelana de Licores e Afins, sem qualquer
acusação formal, restando supor-se que a causa da prisão foi o fato de o
diretor anunciar que estava por acabar a cerveja no país por falta de
matéria-prima (que é importada). Episódios desse tipo se multiplicam. É o
autoritarismo mais cruel do continente.
Fato é que muitos outros executivos e empresários são
mantidos na cadeia, acusados pelo governo de acumular bens de primeira necessidade
"para irritar consumidores". Analistas econômicos destacam, ainda,
que os estoques não são repostos porque o governo vem restringindo aos comerciantes
os dólares necessários à importação. É o retrato de uma economia que, pelo
intervencionismo governamental, entrou em recessão no ano passado e registra
elevada inflação e desabastecimento.
Por outro lado, é grave a crise institucional: judiciário
e ministério público são levados a cabresto pelo poder central. Note-se que
(exemplo acima citado) foi Nicolás Maduro quem anunciou a detenção dos dois executivos
em fevereiro depois de acusá-los de fazer parte de uma "guerra econômica",
segundo ele para desgastar sua popularidade. E a Procuradoria venezuelana,
CLARAMENTE GOVERNISTA, poucos dias depois ofereceu acusação, apontando boicote
e desestabilização econômica.
Como se vê, estão presentes dois elementos característicos
do totalitarismo: a exacerbada centralização do poder (pretensão de o Estado
controlar até a vida privada) e a designação de um inimigo a combater-se. No
caso do chavismo, o inimigo são todos os ditos capitalistas, nacionais e
estrangeiros, reais e imaginários. E como se não bastasse perseguir e meter na
cadeia empresários e executivos, em março de 2015 houve acentuado recrudescimento
da opressão do regime: cinicamente Maduro tirou proveito das patacoadas ditas
por Barack Obama (pateta nº 1 do ocidente), que classificou a Venezuela como
"uma ameaça à segurança dos EUA". A tolice de Obama ajudou o ditador
a acumular mais poder, justificar a repressão e desviar a população dos muitos
problemas econômicos, como a grave escassez de produtos básicos. E, com a
anuência de um legislativo viciado, ele obteve autorização para governar por decreto
até o fim do ano.
Um dos piores efeitos desse quadro é a incerteza crônica
que mata a esperança, eis o padecimento dos venezuelanos. Como ser indiferente
ao sofrimento daquela gente? Inútil falar do governo brasileiro, que ajuda a sustentar
o totalitarismo venezuelano. Mas como compreender a passividade bovina de
tantos brasileiros de boa inclinação moral? Não perceberão que nosso governo,
mais do que apoiar o regime chavista, vem tentando implantar algo semelhante
por aqui?
Renato Sant'Ana é Psicólogo e Bacharel em Direito.
7 comentários:
Hugo Chaves tinha cara de idiota e de fato era, chegando ao cúmulo de entregar a própria vida na mão dos "médicos" cubanos, negando-se a se tratar pela medicina "capitalista", o que apressou sua morte em algumas décadas!!! Pior, não posso nem dizer que foi melhor para os venezuelanos, pois hoje lá manda um ditador pior que Huguito!!!
O sonho de 10 entre 10 petistas é implantar essa maravilha de regime no Brasil!! Se não forem detidos agora, vão conseguir!!!
...e bruzundunga abraça essa camarilha, né. A história será dura com eles .
AF disse:
Algumas considerações:
1- Caindo o regime comunista no Brasil, cai os de toda a América Latina em seguida.
2- O mais cruel é que a miséria do país foi calculada e causada intencionalmente para fazer o povo ficar fraco, miserável, dependente do governo e gastando energia para tentar sobreviver. E ISSO TAMBÉM ESTÁ SENDO FEITO NO BRASIL!
3- Portanto, considerando os itens acima, principalmente o segundo, TEMOS QUE TIRAR IMEDIATAMENTE ESSES COMUNISTAS do governo, do STF, do congresso e do comando da maquina pública, ou seja, de todas as instituições governamentais deste pais.
4- Por causa do 3 itens citados, as FFAA têm o DEVER de intervir; já deveriam ter feito; não o fazem porque OS COMANDANTES E DEMAIS OFICIAIS DO ALTO COMANDO SÃO COMUNISTAS OU SÃO MERCENÁRIOS, ou os dois!
5- Portanto, cabe ao povo se unir e enfrentar, por TODOS OS MEIOS NECESSÁRIOS, esta corja de comunistas, inclusive, com a ajuda dos patriotas dentro das FFAA.
"Serviço Bolivariano de Inteligência"? Como, se são mutuamente excludentes?
Bolivarianismo é o sonho da "presidenta". Somente não levado a cabo porque ainda existe oposição. Mas eles não desistiram! Olho vivo!
Há, há! Concordo.
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