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Por Carlos I. S. Azambuja
Transcrevo abaixo o capítulo “Um Ano de Terror”, do livro acima intitulado, de autoria de Aaron J. Klein
Israel. Aeroporto Internacional de
Lod, 9 de maio de 1972, 16:10 h.
O terrorismo atingiu um pico impressionante em 1972. Grupos palestinos, frustrados por não conseguirem realizar ataques contra Israel a partir dos territórios ocupados da Margem Ocidental e da Faixa de Gaza, exportaram suas atividades para além das fronteiras do Oriente Médio.
O terrorismo atingiu um pico impressionante em 1972. Grupos palestinos, frustrados por não conseguirem realizar ataques contra Israel a partir dos territórios ocupados da Margem Ocidental e da Faixa de Gaza, exportaram suas atividades para além das fronteiras do Oriente Médio.
No decorrer de 1972, um número
recorde de ataques pesados foi perpetrado contra israelenses e judeus. A
ofensiva ousada dos palestinos incorporou muitas formas de violência.
Seqüestraram aviões, assassinaram diplomatas israelenses e enviaram
cartas-bombas por todo o continente europeu. Como resultado de suas ações, a
situação difícil do povo palestino começou a penetrar na consciência coletiva
mundial. O terrorismo – o método que escolheram – se mostrava bem sucedido.
Cada ataque mortal era mais violento que o anterior. As operações se tornaram
mais ousadas. Mais teatrais.
Em 8 de maio de 1972, o vôo 571 da
empresa belga Sabena ia de Bruxelas a Tel-Aviv, via Viena. A bordo havia 10
membros da tripulação e 90 passageiros, 67 deles judeus. Havia, ainda, 4
membros do Setembro Negro, um ramo amorfo da Fatah. Os terroristas (dois homens
e duas mulheres) estavam armados com granadas de mão e duas cargas de explosivos
de cerca de dois quilos cada.
No fim da tarde, enquanto o avião
sobrevoava a ilha grega de Rhodes, o comandante da célula terrorista calmamente
se dirigiu para a cabine do piloto, que estava com a porta escancarada. Puxou
um revólver carregado e ordenou ao piloto que pousasse em Tel Aviv – uma
ousadia, considerando que a principal unidade contra-terrorista de Israel, a
Sayeret Matkal, ficava a uns 8 quilômetros do aeroporto internacional de
Israel. O terrorista pegou o microfone e se apresentou: “Aqui é o capitão Kamal
Rifaat, seu novo comandante...”.
Numa rápida consulta telefônica, o
Ministro da Defesa, Moshe Dayan, herói da Guerra dos Seis Dias, em 1967, e a
Primeira-Ministra, Golda Meir, decidiram permitir o pouso no Aeroporto
Internacional de Lod. Assim que o avião tocou o solo foi imediatamente
escoltado até o final da pista. Em algumas horas, altos comandantes
se reuniram no aeroporto. Ao Ministro da Defesa, Dayan, e ao Ministro dos
Transportes, Shimon Peres, se juntaram o comandante das Forças de Defesa de
Israel, o Tenente-General David Elazar, e diversos outros generais das FDI,
incluindo o chefe da Inteligência Militar, o Major-General Aharon Yariv e o
Major-General Ariel Sharon (que mais tarde seria Ministro da Defesa e, depois,
Primeiro-Ministro). Moshe Dayan orientou Victor Cohen, chefe da Divisão de
Interrogatório do Shabak (Serviço Geral de Segurança de Israel) a fingir que
negociava com os terroristas. Moshe Dayan e Golda Meir não tinham a intenção de
atender às exigência exorbitantes deles – libertar 315 terroristas palestinos
condenados e presos em Israel -. Dayan apenas queria evitar que os terroristas
dormissem.
Em seguida, Dayan convocou a Sayeret
Matkal, unidade antiterror de elite, comandada por Ehud Barak, que
posteriormente se tornaria Primeiro-Ministro. Dayan instruiu a unidade a
danificar o avião e resgatar os reféns. Logo depois, Barak e oficiais de sua
equipe começaram a treinar, simulando um ataque a um Boeing 707 idêntico em uma
estrada próxima, do lado oposto do aeroporto, enquanto os mecânicos
incapacitavam o avião, tornando-o incapacitado para voar.
As negociações de Victor Cohen,
feitas através do sistema de rádio do avião, mantiveram os seqüestradores
acordados a noite toda, insistindo na exigência de que Israel abrisse as portas
das prisões. No dia 9 de maio, às 9 horas, depois de mais de 10 horas de
negociações contínuas, Cohen conseguiu convencer Rifa’at a deixar o piloto sair
com uma amostra dos explosivos para os israelenses. Cohen bancava o policial
bonzinho, dizendo precisar convencer o Ministro da Defesa Dayan – um temido
guerreiro, cego de um olho – de que eram realmente letais as intenções do
Setembro Negro.
O piloto, Reginald Levy, que viajava
a Israel para comemorar seus 50 anos com a mulher, forneceu detalhes
importantes às forças de segurança de Israel: o número de seqüestradores, sua
aparência física, o contorno dos pacotes negros - provavelmente explosivos –
que carregavam. Confirmou que não havia assentos perto das saídas de
emergência, o que era de suma importância para Barak e sua equipe, que sabiam
que o sucesso dependia de surpresa e rapidez. Levy disse aos seqüestradores que
Dayan concordara com as exigências. Os 315 prisioneiros palestinos seriam
liberados no aeroporto e dali enviados ao Cairo. O vôo 571 os encontraria na
capital egípcia e os reféns seriam soltos. Primeiro, uma equipe técnica de
mecânicos consertaria o avião.
Dezesseis comandos da Sayeret Matkal,
vestidos como mecânicos da El Al, com macacões brancos se aproximaram do avião.
Ficaram perto das saídas de emergência e ao longo das asas e, num assalto
sincronizado, invadiram a aeronave. Mataram imediatamente dois dos
seqüestradores, os homens, e prenderam as duas mulheres, inadvertidamente
matando um refém durante a operação. Os comandos controlaram a situação no
avião em 90 segundos.
A impressionante operação, a primeira
no gênero, logo ecoou pelo mundo. Uma onda de orgulho tomou Israel. A
ingenuidade israelense, para muitos, podia conquistar tudo.
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Kamaradas:
Kamaradas:
Sobre o texto acima transcrito, por
não dispor do endereço de e-mail do autor, enviei aos “Senhores da Ediouro
Publicações”, a mensagem abaixo:
Estou lendo o livro ‘Contra Ataque – O Massacre nas Olimpíadas de Munique e a Reação Mortal de Israel’, editado no Brasil pela Ediouro, em 2006, de autoria de Aaron J. Klein, apresentado na orelha do livro como ‘correspondente para assuntos militares e de Inteligência da revista Time no escritório de Jerusalém (...) escreve para o Malam, jornal do MOSSAD (...) é professor na Universidade Hebraica de Jerusalém e Capitão de Inteligência das FSI’ (Uma OBS: o autor deste artigo também é Capitão de Inteligência).
Estou lendo o livro ‘Contra Ataque – O Massacre nas Olimpíadas de Munique e a Reação Mortal de Israel’, editado no Brasil pela Ediouro, em 2006, de autoria de Aaron J. Klein, apresentado na orelha do livro como ‘correspondente para assuntos militares e de Inteligência da revista Time no escritório de Jerusalém (...) escreve para o Malam, jornal do MOSSAD (...) é professor na Universidade Hebraica de Jerusalém e Capitão de Inteligência das FSI’ (Uma OBS: o autor deste artigo também é Capitão de Inteligência).
Muito bem! Com todo esse respeitável
currículo, o Capitão Aaron Klein cometeu um equívoco, logo no início do livro,
na página 23, ao relatar a invasão, em 9 de maio de 1972, por parte da unidade
de elite antiterror Sayeret Matkal, de um avião de passageiros que fazia o vôo
571 da Sabena, de Bruxelas a Tel Aviv, seqüestrado por quatro membros (dois
homens e duas mulheres) do Setembro Negro, e autorizado a pousar no aeroporto
de Tel Aviv.
Relatou ele que 16 comandos do
Sayeret Matkal, vestidos como mecânicos da El Al, com macacões brancos,
invadiram o avião, mataram imediatamente dois seqüestradores, os homens, e
prenderam as duas mulheres, inadvertidamente matando um refém durante a
operação. Escreveu o autor: ‘A impressionante operação, a primeira no gênero, logo
ecoou pelo mundo...’.
O equívoco do autor: ‘a
impressionante operação’, não foi ‘a primeira no gênero’,Em 1 de julho de 1970
– quase 2 anos antes – quatro terroristas da Ação Libertadora Nacional (ALN)
seqüestraram, no Brasil, um Caravelle da Cruzeiro do Sul, obrigaram o piloto a
pousar no Aeroporto do Galeão e iniciaram uma negociação, exigindo a liberdade
de militantes da ALN, presos, O avião foi invadido por uma equipe do Centro de
Informações da Aeronáutica, os seqüestradores foram presos e ocorreu a morte de
um deles, posteriormente, no hospital.
Em Nome da Verdade, sugiro que esta
informação seja repassada ao autor do livro.
2 comentários:
.
acp
FALSO COGNATO!
INGENUITY, em inglês, significa ENGENHOSIDADE, em português.
A corrigir.
acp
.
O Professor Azambuja poderia declinar os nomes dos sequestradores do Caravelle?
Devem estar recebendo - se sobreviveram - polpudas pensões por seu esforço vital em prol da "democracia" que visavam.
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