Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Henrique Abrão
Sempre se cogita realizar uma CPI
para as loterias no Brasil, mas o assunto não pega marcha e sempre recua
abafado por grupos que se desinteressam pelo tema e apresentam motivações
subjacentes e particularizadas. Descremos das boas intenções dessas pessoas, pois
a sistemática das loterias mais do que uma comissão parlamentar de inquérito
precisaria uma varredura no sistema e apuração de irregularidades e
responsabilidades.
Há políticos e não são poucos os
quais se vangloriam de terem ganho mais de dez vezes, o que é uma coisa
bem complicada se analisarmos as probabilidades e os valores das apostas. Em
tempos de crise o governo tem forçado a barra para os prêmios ficarem
acumulados e normalmente quando sorteados são poucos os que ganham geralmente
de um a três, e ninguém tem mais informações.
A investigação é necessária,séria e
transparente para dar visibilidade aquela que se chama uma jogatina do
brasileiro, ter esperanças de um dia se tornar milionário, mas não passa de uma
enganação e manipulação, inclusive dos resultados, já que a forma de
apurarem e terem os dados não são convincentes. A responsabilidade é da caixa
econômica federal. Além disso é terceirizado o serviço com os sorteios em
várias cidades do Brasil. Muitas vezes transmitido ao vivo, mas isso nada ou
pouco significa, pois é fundamental entrarmos no coração da regra e
investigar a fundo quais as sinalizações, preparações e levantamento, se o que
sorteia já não tem de antemão os números que poderão sair para ninguém ganhar, ou
aquele que vai ganhar sem mais ninguém.
Bem a isso se soma uma séria
dúvida por que eles não autorizam os jogos pela internet e adiam a
implementação e não oportunizam os jogos mediante acesso eletrônico das apostas
até determinada hora do dia, pois o que acontece na prática é que muito antes
de sortear o resultado o grupo responsável já sabe os números que
hipoteticamente não sairão para que ninguém seja contemplado. É num plano
inverso você tem o prognóstico e monta no sistema os numerais que não serão
acolhidos nos jogos de milhões de brasileiros.
A Loteria ganha corpo a partir
da crise fiscal e do endividamento do estado, com o aumento das apostas e jogos
que se realizam todos os dias, exceção de domingo, único dia que as lotéricas
não funcionam e deixam de arrecadar. Além da comissão percustrar os dados
haveria de investigar as destinações dos recursos e suas aplicações conforme
determina a legislação. Contudo, até hoje não se observou um trabalho sério, com
primazia de um tempo útil de se chegar a um denominador comum e abater toda e qualquer
dúvida que levasse, minimamente, à dúvida ou contradição sobre a
segurança, impessoalidade, e a não vulnerabilidade dos que tem acesso aos
dados, números e bolas do sorteio.
E se indaga qual a razão de não se
realizar o sorteio eletrônico sem a participação de agentes, mas apenas
de um material próprio que contivesse os numerais e fossem lançados com a mesma
sistemática dos demais aspectos em relação aos que integram os trabalhos
mostrados pela televisão. E também há dias que o sistema trava e ocorre o adiamento
do sistema, muitas coisas que são verdadeiras incógnitas e acabam
colocando em risco o funcionamento das loterias que suplantam em remuneração
muitas empresas estatais do Brasil.
Seria de todo louvável que fizessem
uma radiografia e dessem o total arrecadado, mês, semestre e anual para
que tivéssemos a exata noção do que a Nação faz com a dinheirama e assim mesmo
mostra um endividamento profundamente preocupante. Enquanto não tivermos a
coragem de tocar o dedo na ferida e saber o mecanismo que nos socorre
nas loterias continuaremos a permitir falcatruas e mazelas.
Acontece também de várias
loterias ou todas não terem ganhadores ao longo de semanas,mera
coincidência ou jogo de azar ou sorte de alguns espertalhões de plantão, o povo
deve estar atento, o governo com as barbas de molho,e os que pretendem
se perpetuar atrás desse aparato fiquem preocupados pois um dia será repensado
o contexto e a sociedade civil terá em mãos elementos mais do que seguros para
continuar apostando ou parar de vez com a perda de tempo, de dinheiro e
da zebra.
Carlos Henrique Abrão, Doutor em
Direito pela USP, é Desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo.
Um comentário:
O QUE ME LEVANTA SUSPEITA É VER O JUDICIARIO NÃO DEIXAR PRENDER TRAFICANTES E NEM BANQUEIROS DO JOGO DO BICHO MESMO QUE EM FRAGRANTE, FAZER PARAR CPIS, E NÃO PERMETIREM QUE DIVULGUEM SEUS SALARIOS...
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