Vladimir Putin
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja
Depois que Vladimir Putin e seus
ex-colegas tomaram o Kremlin, a guerra contra a America sionista explodiu na
Europa Ocidental com a mesma fúria de quando seu ápice na Guerra Fria. Pouco
depois de termos adentrado o novo milênio, milhões de europeus começaram a ir
às ruas, não para celebrar a liberdade de que gozam por ter a América os tirado
debaixo dos coturnos nazistas e soviéticos, mas para condenar os EUA
por sua nova guerra contra o terrorismo.
Mais uma vez a esquerda européia se
mobilizava contra seu arquiinimigo, a América sionista, persuadindo outras
pessoas, mundo afora a se juntar às manifestações conduzidas com toda a paixão
de encontros religiosos. Em 2001, quando os terroristas de Osama Bin Laden
declararam guerra aos EUA por meio de seus ataques suicidas com aviões, esses
grisalhos marxistas europeus que tinham ido às ruas para se manifestar contra
os americanos quando eram jovens estudantes da Sorbonne, empenharam suas
canetas para condená-los novamente.
Os russos, que fornecem o estímulo
ideológico dessa nova ofensiva antiamericana se tornaram mais perturbadores que
os fuzis Kalashnikov que os terroristas da Al-Qaeda estavam apontando para nós.
O filósofo francês Jacques Derrida, que dizia ter rompido com o marxismo, mas
que ainda se enchia de emoção ao ouvir ”A Internacional”, começou a pregar que
a guerra islâmica contra os EUA era justificada porque os americanos eram
culturalmente alienados. Derrida, em seguida, pediu uma “nova Internacional”
para unir todos os ambientalistas, feministas, gays, aborígenes e outras
pessoas “despossuídas e marginalizadas” que combatiam a globalizada guiada
pelos EUA.
Antonio Negri, um professor da
Universidade de Pádua, que fora o cérebro por trás das Brigadas Vermelhas – um
dos grupos financiados pelo KGB nos anos 1970 – e que cumpriu pena de prisão
por seu envolvimento no seqüestro e assassinato do ex-Primeiro Ministro
italiano Aldo Moro, é co-autor de um livro violentamente antiamericano, chamado Império.
Nele, Negri justifica o terrorismo islâmico como sendo a ponta de lança da “revolução
pós-modernista” contra a globalização norte-americana – o novo “Império”
-, que ele diz estar desfazendo os Estados-Nações e criando desemprego em
massa. O New York Times – que omitiu qualquer envolvimento de Negri com o
terrorismo – foi longe, a ponto de chamar essa versão moderna do Manifesto
Comunista de “o livro mais intenso, mas perspicaz do momento”.
No dia 14 de dezembro de 2002, o
Secretário (de estilo soviético) do Conselho Mundial da Paz (WPC), uma criação
soviética controlado pelo KGB, ainda chefiado por Romesh Chandra, convocou uma
reunião do seu Comitê Executivo que, com vigor, “condenou a escalada extremamente
perigosa da agressividade americana em escala global”. Um apelo internacional
foi lançado pelo “Secretariado do WPC”.
O documento do WPC reconhecia que “o
Conselho Mundial da Paz havia participado ou co-organizado essas manifestações”,
e pediu aos “movimentos de paz que intensificassem as suas lutas, realizassem
iniciativas para mobilizar as pessoas e formassem elos com o crescente
movimento popular, ao mesmo tempo estimulando sua ação autônoma, e ajudando a
formar um movimento de paz, amplo e militante. contra a nova ordem mundial”. O
Comunicado oficial do WPC, publicado na conclusão daquela reunião, dizia, com
típico estilo soviético: “A administração criminosa de Bush está intensificando
seus preparativos para um ataque unilateral ao Iraque, e esse unilateralismo da
hegemonia está se tornando a maior ameaça à paz mundial”. O Comunicado também
chamava “os povos e movimentos do mundo que aspiravam à paz e à justiça a unir
suas vozes contra a guerra americana no Iraque”.
No início de 2003, o mesmo Chandra,
homem escolhido pelo KGB para o cargo e então presidente honorário do Conselho
Mundial da Paz, declarou 12 de abril como “o dia mundial das manifestações”, e
convocou as pessoas do mundo inteiro a organizarem protestos pedindo que todos
os governos “parem de apoiar os assassinos americanos e britânicos”, e
insistindo que a Assembléia Geral da ONU se reunisse para fazer cessar a guerra
no Iraque. Braços do WPC em pelo menos 57 países se juntaram aos esforços,
convocando manifestações antiamericanas. No fim de semana de 12 a 13 de abril,
mais manifestações pela paz ocorreram simultaneamente mundo afora,
com maior concentração em Atenas e Moscou.
O Partido Mundial dos Trabalhadores
(WWP) se juntou à refrega. Era outra organização de fachada do KGB. O WWP, que
é sediado nos EUA, convocou manifestações antiamericanas no dia 12 de abril de
2003 em Washington, Seattle, S.Francisco e Los Angeles para condenar a “ocupação
colonial do Iraque” e pedir “mudança de regime em Washington”.
O WWP foi criado pela comunidade do
KGB em 1957, com a missão inicial de ajudar o Kremlin a criar uma impressão
favorável da invasão soviética da Hungria em 1956 entre os sindicatos e a
população “de cor” dos EUA. Era dirigido por um secretariado estilo soviético,
cujos membros eram secretamente treinados e doutrinados pelo KGB, que também
financiava suas operações do dia a dia. Em 1959 o WWP ganhou o seu próprio
jornal,Trabalhadores do Mundo, que era editado pelo Departamento de
DESINFORMAÇÃO do KGB e foi, por um tempo, impresso na Romênia junto com a
revista do Kominform (For Lasting Peace, for Popular Democracy). Para ocultar a
mão do KGB e dar ao jornal um apelo mais amplo, os primeiros números mostravam
Lenin e Trotski segurando um cartaz que dizia: “Negros e Brancos se Unem e
Lutam por um Mundo dos Trabalhadores”.
Atualmente, o WWF tem um escritório
nacional em New York e 18 sedes regionais por todo o país, cujos endereços
estão disponíveis na Internet. Agora, o WWF se apresenta como um partido
nacional marxista-leninista que promove o socialismo, apóia as lutas da classe
trabalhadora e a liberação mundial lésbica/gay/bi, organiza protestos e
denuncia o racismo e o sexismo.
O jornal do WWF, Mundo dos
Trabalhadores,também permanece em atividade e mantém a sua retórica dos tempos
da Guerra Fria. Seu sitedeclara: “Somos marxistas independentes”(Observação
minha: Uma piada! Como se isso fosse possível!), cujo objetivo “é a solidariedade
de todos os trabalhadores e oprimidos contra esse sistema imperialista
criminoso”.
Ao longo dos anos o WWF criou várias
organizações de fachada, seguindo diretrizes soviéticas, como a Jovens
contra a Guerra e o Fascismo, Ação Unida do Trabalho e o Sindicato
dos Recrutas Americanos. Mais recentemente o WWF criou uma organização de
fachada chamadaANSWER, isto é, “Act Now to Stop War and Em Racism” (Aja Agora
para Deter a Guerra e Acabar com o Racismo). A Answer é um conjunto
de grupos, sediado nos EUA, consistindo de muitas organizações antiguerra e de
militância por direitos civis. Formada após os ataques do 11 de setembro, a Answer,
desde então, ajudou a organizar muitas das maiores manifestações antiguerra dos
EUA, incluindo protestos de centenas de milhares de pessoas contra a Guerra do
Iraque. É apoiada por vários órgãos comunistas estrangeiros – o Partido
Comunista Libanês, o Novo Partido da Holanda, o Partido Comunista de La
Argentina – e por várias organizações anti-americanas – o Tribunal
Italiano de Crimes da OTAN, O Partido Verde Americano, a Amizade
Canadense-Cubana -.
A Answer foi a principal
organizadora das grandes manifestações anti-americanas nos EUA nos dias 12 e 13
ded abril de 2003. Seu site contém vários folhetos anti-americanos prontos –
entre eles, “Cerquem a Casa Branca” e “Vote pelo Impeachment de Bush” –
que podiam ser baixados, impressos e postados. Answer também forneceu
dúzias de ônibus para transportar os manifestantes “espontâneos”, por mais de
cem cidades dos EUA onde estavam marcadas as principais manifestações
anti-americanas.
Vale notar que o fim da Cúpula sobre o Iraque, organizada
pelo presidente Putin em São Petersburgo, à qual compareceram o chanceler
alemão e o presidente francês, coincidiram com as manifestações anti-americanas
de 12 de abril de 2003, organizadas pelo Conselho Mundial da Paz e seu rebento
americano, o Partido Mundial dos Trabalhadores.
Os políticos e a mídia dos EUA
ofereceram várias explicações sobre a onda européia de ataque à América:
a Europa se sente irrelevante porque Washington não lhe pediu permissão para
iniciar a guerra contra o terrorismo; ao longo dos últimos 25 anos, a Europa
gastou toda a sua riqueza em Estado de bem estar social e programas sociais, e
agora está envergonhada em admitir que sua força militar não é adequada; a
Europa sempre favoreceu a política de apaziguamento; a Comunidade Européia está
demasiadamente absorvida por sua integração interna e não quer se distrair com
a batalha contra o terrorismo, assim como não queria se envolver em seu próprio
conflito balcânico; os EUA falharam em resolver o problema da fome mundial e
isso deixou os países árabes e muçulmanos loucos de raiva.
Apesar de haver algumas verdades em
todas essas explicações, a outra razão de maior força que é universalmente
ignorada: a sobrevivência da máquina de DESINFORMAÇÃO do KGB, advinda da Guerra
Fria, a qual passou mais d 40 anos realizando operações anti-americanas com o
propósito de desacreditar “o principal inimigo do Kremlin”.
Nos anos 1970, Yuri Andropov
sinalizou que “agora o que temos que fazer é manter a máquina em funcionamento”.
Andropov era um juiz sagaz da natureza humana. Ele compreendia que, no fim, o
envolvimento soviético original seria esquecido e, então, a máquina de
DESINFORMAÇÃO ganharia vida própria. É apenas o modo como funciona a natureza
humana.
Na Rússia, quanto mais as coisas mudam, mas parecem
permanecer as mesmas. Como dizem os franceses: Plus ça change, plus c’est
la même chose.
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O texto acima é o resumo de um dos
capítulos do livro “Desinformação”, escrito pelo Tenente-General Ion Mihai
Pacepa – foi chefe do Serviço de Espionagem do regime comunista da Romênia.
Desertou para os EUA em julho de 1978, onde passou a escrever seus livros,
narrando importantes atividades do órgão por ele chefiado, e que influenciaram
diretamente alguns momentos históricos do Século XX -, e pelo professor Ronald
J. Rychlak - advogado, jurista, professor de Direito Constitucional na
Universidade de Mississipi, consultor permanente da Santa Sé na ONU, e autor de
diversos livros -. O livro foi editado no Brasil em novembro de 2015 pela
editora CEDET.
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