Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Sérgio Alves de Oliveira
Observados os passos dados até agora
pelo Governo Provisório de Michel Temer, após mais de um mês da sua posse, em virtude
do processo de impeachment contra Dilma, em andamento, o que já se pode antecipadamente
concluir é que nada mudará de substancial, na hipótese de confirmado,ou não,o
impedimento.
A fim de dar uma aparência de
mudanças, assim ludibriando mais uma vez o povo brasileiro, rotineiramente presa
da pior escória da sociedade, atraída a fazer política, o governo deu uma
grande mexida nos cargos da Administração Federal, trocando nomes, porém nunca mentalidades. Deu-se o que o povo já se
acostumou a dizer: trocaram as moscas, mas a “m...” continuou a mesma!
Apesar de toda a “mexida” nos cargos
de confiança do Governo, de primeiro,
segundo e terceiro escalões, onde foram aproveitadas em altos postos pessoas envolvidas até o “pescoço” com as
falcatruas governamentais que hoje estão sendo apuradas na Justiça, SURPREENDENTEMENTE
não tocaram nos Comandos Militares das 3 Forças, permanecendo os mesmos nomes que
deram sustentação, na base da “moral armada”, ao governo substituído, apesar de
ali ter sido instalado o maior núcleo de corrupção já visto no mundo, superior
mesmo à situação antes vivida pela Itália, que deu origem a “Operação Mãos
Limpas”, que inclusive tem servido de inspiração para o Juiz Federal Sérgio
Moro, de Curitiba, no combate à
corrupção local. Mas esse “apoio armado” não pode ter qualquer outra
interpretação que não seja total CONIVÊNCIA com a criminalidade que se instalou
fundo nos governos do PT/PMDB (e outros delinquentes menores), o que fica muito
distante dos princípios éticos cultivados na caserna pelos militares decentes.
Várias são as hipóteses que podem ser
cogitadas. Mas em qualquer delas há em comum
uma forte INTERDEPENDÊNCIA entre o Poder Executivo e o Poder Militar. Para se
manter no poder, assim evitando qualquer eventual contratempo de interrupção anormal dos
mandatos eletivos, sem dúvida é atitude inteligente do Governo investir pesado
no Poder Militar, na verdade o único que teria a força necessária para
desbancar qualquer governo, a qualquer tempo, nem importando os motivos, ”comprando”
os seus principais comandantes, na verdade a preço muito barato,quase de um
quilo de “banana”, com o fim único de garantir-lhes a "permanecência"
nos cargos desejados, ao contrário dos políticos onde o preço de apoio é mais
caro.
Por essa razão o “investimento”
militar é sempre mais barato. Desse modo a “troca” de garantias recíprocas
se dá mediante poderes concentrados em poucas mãos, pelo lado do Poder
Executivo Federal, no Presidente da República, e pelos militares nos comandos das 3 Forças Armadas. Neste sentido
é até bem provável que os 3 Comandantes Militares que foram nomeados no governo
do PT tenham agora “trocado a camiseta”, vestindo a do atual Governo. Suas posições parecem
bastante cômodas para o futuro próximo. “Eles” devem permanecer, independentemente
do resultado final do impeachment, com Dilma ou Temer. E as tropas que se... danem.
Restaria ainda uma derradeira
hipótese: não estaria havendo uma troca recíproca de garantias entre a “banda
podre” do Poder Executivo (Presidência da República), com a outra “banda podre”
do Poder Militar, seus comandantes?
Mas nessa relação espúria mantida
entre o Governo e os comandos militares que permanecerem ,apesar da troca de
“patrão”, o que mais chama a atenção é o fato da manutenção das PUNIÇÕES do
Governo substituído pelo atual Governo, uma das quais aquela que aplicaram ao então
Comandante Militar do Sul, General
Hamilton Mourão, tirando-lhe o comando, por ter este
manifestado em círculo restrito, em Porto Alegre, a sua opinião sobre a
situação vigente do Brasil político, as quais não merecem nenhum reparo em
vista das verdades ali contidas.
Mas o pior de tudo é que essa
iniciativa de punição teve origem exatamente numa “exigência”do Senador Aloysio
Nunes, ex-guerrilheiro e “capanga” de Carlos Marighella,”naqueles tempos”, de quem foi motorista, que inclusive foi um dos autores do assalto ao
trem-pagador, em agosto de 1968, de onde levaram 108 milhões, e que, para
espanto dos que ainda conseguem pensar, está tão prestigiado pelo atual governo
que chegou a ser brindado com a sua liderança no Senado Federal.
O resultado não é outro: premia-se e
prestigia-se um (ex?)-bandido , e pune-se um militar decente de alta patente só pelo fato de dizer a
verdade. Porventura estaríamos regredindo aos tempos da Grécia Antiga, época do
império dos Sofistas, onde o maior dos
crimes era dizer a verdade? Pior que matar, roubar e estuprar?
Essa relação dos comandos militares “fieis”
aos dois governos (ao do PT e ao do PMDB), na verdade é de difícil
interpretação. Não se sabe ao certo quem está mandando, ou quem está usando
quem. Talvez o Governo Temer estaria servindo justamente à “banda podre” das
Forças Armadas, para garantia da sua própria sustentação? Ou seriam as Forças
Armadas, pelos seus altos comandos,
que estariam a serviço da “banda podre”
da política ?
As respostas deverão ser buscadas por
cada leitor no fundo da sua consciência.
Releia o artigo: Comando Militar do Sul ou Exército Sul Brasileiro?
Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e
Sociólogo.
Um comentário:
SÓ MUDA AS MOSCAS, OU SE TEM UM GOVERNO FIRME E DURO OU VAI TUDO VOLTAR A SER O QUE ERA. "SAFADEZA MIL"
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