Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja
O general soviético Aleksandr
Sakharovsky costumava observar que o “nosso gosbezopasnost” – Serviço de
Segurança do Estado – mantivera a Rússia viva durante os últimos 5 séculos e
que venceria a guerra “contra o nosso maior inimigo, o sionismo americano” e,
por fim, faria a Rússia tornar-se líder mundial.
O seu sucessor, Vladimir Kryuchov –
que como diretor do KGB autorizaria o golpe de agosto de 1991 que depôs
Gorbachev por pouco tempo – compartilhava claramente da mesma fé fanática nogosbezopasnost da
Rússia. O sucessor de Kryuchov, Yevgeny Primakov, que fora um oficial do KGB,
veio a se tornar Primeiro-Ministro russo. De maneira mais notável, Vladimir
Putin foi o próprio chefe de todo o gosbezopasnost antes de ser
designado (não eleito!) presidente da Rússia.
No dia 11 de setembro d 2002, um
grande número de oficiais do gosbezopasnost se reuniu na Lubyanka.
Não foi para prestar solidariedade aos EUA no primeiro aniversário de sua
tragédia nacional de vítima do terrorismo, mas sim para celebrar o 125 aniversário
de Feliks Dzerzhinsky, o homem que criara a polícia política russa, uma das
instituições mais anticristãs e anti-semitas da História. No ano seguinte, o
slogan “Rússia para os Russos” começou a fazer estardalhaço na Rússia, e uma
pesquisa de opinião nacional mostrou que 42% da população era favorável a
que os judeus deveriam ser impedidos de ocupar cargos de Poder.
A Guerra havia chegado ao fim, mas
diferentemente de outras guerras essa não terminou com o inimigo derrotado
depondo suas armas. O selvagem KGB, que no curso de sua existência massacrou
pelo menos 120 milhões de pessoas em seu próprio solo e outros 70 milhões pelo
mundo comunista afora, não apenas sobreviveu como também transformou a Rússia
atual na primeira ditadura de um Serviço de Inteligência da História.
Hoje a Rússia pertence a Putin e a seus amigos do KGB. De
acordo com o respeitado jornal britânicoThe Guardian, Putin acumulou em segredo
mais de US$ 40 bilhões, tornando-se o homem mais rico da Rússia – e da Europa -.
Diz-se que ele detém, no mínimo, 37%
das ações, avaliadas em US$ 18 bilhões, da Surguntnefregs, a terceira
maior produtora de petróleo da Rússia; 4,5% das ações, avaliadas em US$ 13
bilhões daGazprom – a maior extratora de gás mineral do mundo -, e 75% das
ações, avaliadas em US$ 10 bilhões, da Gunvor, uma misteriosa empresa
comerciante de petróleo, sediada em Genebra. O fantoche de Putin. Dmitry
Medvedev, que foi o presidente russo até Putin – que chegara ao tempo limite –
recuperar o cargo em 2012, foi presidente da Gazprom, que é responsável
por 93% da produção e gás natural da Rússia e controla 16% das reservas do
mundo. O primeiro Vice Primeiro-Ministro de Putin, Igor Sechin, é presidente daRosneft,
a maior companhia de petróleo do mundo.
Petróleo e gás são responsáveis não
apenas pela fortuna exorbitante de Putin, mas também por 50% do orçamento russo
e por 65% de suas exportações. Quando o preço do barril de petróleo passou dos
US$ 122, no dia 6 de maio de 2008, analistas apontaram para ataques a oleodutos
da Nigéria e para tumultos no Iraque. A Rússia, contudo, fez uma fortuna.
Outros distúrbios no abastecimento estrangeiro de óleo podem dar à Rússia – e a
Putin – outras fortunas. O Kremlin de Putin parece estar bem consciente dessa
possibilidade.
No dia 12 de julho de 2006,
militantes doHezbollah – Partido de Deus -, um grupo fundamentalista
islâmico profundamente anti-semita, sediado no Líbano, mas armado pela Rússia
de Putin, lançou um poderoso ataque de mísseis contra Israel. A esse ataque se
seguiu uma ofensiva de Israel contra o atacante, que durou 34 dias. A maioria
das caixas de armas apreendidas pelas forças israelenses durante a ofensiva,
trazia a marca “Fabricante: Ministério da Defesa da Síria. Distribuidor: KBP,
Tula, Rússia”.
Em outubro de 2010, o mesmo Hezbollah, que tem apoio russo, conduziu um exercício simulado: a tomada de Israel.
Em outubro de 2010, o mesmo Hezbollah, que tem apoio russo, conduziu um exercício simulado: a tomada de Israel.
O Centro de Pesquisa do Golfo que,
patrocinado pela União Européia, fornece aos jornalistas uma perspectiva
interna da região do Golfo Central, descobriu que as forças militares doHezbollah estavam
armadas com uma grande quantidade de foguetes Katyusha-122, de fabricação
russa, que carregam ogivas 33-lb. OHezbollah também tinha foguetes Fajr-5,
de projeto russo e fabricação iraniana, que conseguem alcançar o porto
israelense de Haifa, e foguetes Zelzal-1, de projeto russo, que conseguem
alcançar Tel-Aviv. O Hezbollahtambém possui mísseis russos Scud, bem
como mísseis antitanque AT-3 Sagger, AT-4 Spigot, AT-5 Spandrel, AT-13
Saxhorn-2 e AT-14 Spprigan Kornet.
Com o passar do tempo, começaram a
aparecer indícios de que o Kremlin de Putin estava envolvido no despertar, e
depois no seqüestrar, as revoluções islâmicas de 2011. No Egito, o país
islâmico mais pró-americano, manifestações anti-governo começaram em 25 de
janeiro de 2011, quando as pessoas tomaram as ruas para protestar contra a
pobreza, o desemprego e a corrupção do governo. Poucos dias depois, a Praça
Tahrir, do Cairo, estava inundada de bandeiras verdes do Hezbollah,
misturadas com cartazes vermelhos com a foice e o martelo. Alguns dos jovens lá
presentes que supostamente estavam pedindo por democracia, podiam ser vistos
queimando a bandeira do próprio país que simboliza a democracia para a maior
parte do mundo, os EUA.
De acordo com a mídia, em 30 de
janeiro de 2011, uma unidade conjunta do Hezbollah com o Hamas
utilizou a destruição trazida pela rebelião no Egito para sublevar a prisão de
Wadi el-Natroun, no norte do Cairo, e dar fuga a 22 membros da rede
terrorista do Hezbollah, chefiada por Sami Shehab, que havia sido
condenado por planejar ataques terroristas no Cairo, no Canal e nas cidades do
Suez e contra turistas israelenses no Sinai, em 2007/2008. O plano era libertar
esses terroristas e quantos prisioneiros pertencentes à Irmandade Muçulmana
fosse possível, de modo a organizar e impulsionar os protestos de rua.
O líder do Hezbollah, Sayyed
Hassan Nasrallah, admitiu ter mandado Sami Shehab ao Egito como líder de uma
força de 22 homens encarregados de realizar ações terroristas com o propósito
de desestabilizar o governo pró-americano.
Em 20 de fevereiro de 2011, o Centro
de Inteligência e Terrorismo de Meir Amit divulgou um relatório publicado pelo
jornal egípcio Al-Masri Al-Taum, declarando que o verdadeiro nome do líder
terrorista do Hezbollah, recém libertado, era Muhamman Yussuf Ahmed
Mansour, que era um membro treinado da Unidade 1800 do Hezbollah – armado pela
Rússia – que tinha entrado no Egito com passaporte falso, que o identificava
como egípcio.
A conversão secreta do integrante do
Hezbollah Muhamman Mansour no egípcio Sami Shehab parece ser idêntica à
criação, pelo KGB, do líder da Organização pela Libertação da Palestina, Yasser
Arafat. O KGB trabalhou muito para transformar um marxista de naturalidade
egípcia, Mohammed Yasser Abdel Rahman Abdel Raouf Arafat AL-Qudwa AL-Husseini,
nome de guerra Abu Ammar, no Yasser Arafat, de naturalidade palestina.
Passaram-se muitos anos para que o KGB conseguisse prover Arafat de uma
certidão de nascimento palestina credível, e outros documentos de identidade,
para lhe construir um passado e para treiná-lo na escola de treinamento de
operações especiais do KGB em Balashikha, a leste de Moscou.
Mas, como disse Andropov, valeu cada
minuto. Em 1994, o Arafat, nascido e treinado no KGB, ganhou o Prêmio Nobel da
Paz. Ainda assim, somente em 2002 foram registrados 13.494 incidentes de
terrorismo contra israelenses cometidos pela OLP de Arafat. Mais de 600 civis israelenses
perderam a vida, mortos pelos “mártires” de Arafat.
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O texto acima é o resumo de um dos
capítulos do livro “Desinformação”, escrito pelo Tenente-General Ion Mihai
Pacepa – foi chefe do Serviço de Espionagem do regime comunista da Romênia.
Desertou para os EUA em julho de 1978, onde passou a escrever seus livros,
narrando importantes atividades do órgão por ele chefiado, e que influenciaram
diretamente alguns momentos históricos do Século XX -, e pelo professor Ronald
J. Rychlak - advogado, jurista, professor de Direito Constitucional na
Universidade de Mississipi, consultor permanente da Santa Sé na ONU, e autor de
diversos livros -. O livro foi editado no Brasil em novembro de 2015 pela
editora CEDET
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