Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Milico das Medalhas
(EXCELENTE RESPOSTA VINDA DE UM
OFICIAL MILITAR ao Marcos GOTO - técnico do atleta da ginástica, a RESPEITO DE
SUA CRÍTICA ÀS FORÇAS ARMADAS PEGAREM ATLETAS DE ALTO NÍVEL E OS TORNAREM
MILITARES!)
Ô, Marcos Goto!!! Que coisa hein!!! Você nunca consegue deixar seu atleta brilhar mais que você, né!? Vira e mexe você solta uma pérola. Mas não é que dessa vez você estava certo? Pois é. Enquanto tem um monte de gente criticando sua declaração a respeito do Programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas (PAAR), eu vou te dar razão.
Ô, Marcos Goto!!! Que coisa hein!!! Você nunca consegue deixar seu atleta brilhar mais que você, né!? Vira e mexe você solta uma pérola. Mas não é que dessa vez você estava certo? Pois é. Enquanto tem um monte de gente criticando sua declaração a respeito do Programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas (PAAR), eu vou te dar razão.
Sabe por que? Porque realmente não é
missão das Forças Armadas preparar atletas de alto rendimento para o país.
Claro que não. Basta ler lá na Constituição Federal, em seu Art. 142, e com
certeza você não encontrará nada escrito sobre competir jogos olímpicos, pagar
salário pra atleta e etc.
Ou seja, você está correto.
E de quem seria a missão? Essa é
fácil né? Clubes, federações, confederações, comitê olímpico, ministério do
esporte, secretaria de alto rendimento e por aí vai.
Menos as Forças Armadas.
Aí entramos no “x” da questão. Que
diabos esses atletas estão fazendo nas Forças Armadas?
Bom, se você leu as missões das
Forças Armadas naquele artigo que citei, verás que uma delas é a defesa da
Pátria. Ou seja, é missão das Forças Armadas defender seu país. Para isso temos
pessoal, material, doutrina, preparação, adestramento, tudo voltado para esse
fim.
Falando mais especificamente de
pessoal, você sabe qual é uma das principais ferramentas no adestramento da
tropa? Não sabe? Então, te respondo. É o desporto.
É no desporto que desenvolvemos
preparação física de nossos soldados. É no desporto que desenvolvemos atributos
que jamais conseguiríamos simular em tempos de paz, como: coragem, lealdade,
camaradagem, espírito de grupo, iniciativa, disciplina, hierarquia, respeito,
capacidade de superação, entre tantos outros.
Nem preciso te explicar isso, né?
Você sabe muito bem que a mesma disciplina de um atleta de alto rendimento, a
mesma dedicação, a mesma coragem, a mesma capacidade de superar obstáculos,
buscamos em nossos soldados.
A diferença, Goto, é que você é
técnico de não sei quantos atletas. Dez? Quinze?
Nós temos que formar 250 mil desses
aí. Só no Exército. Bastante, viu? Juntando Marinha e Aeronáutica dá muito
mais. Pois é. É bastante. Eu pelo menos acho.
Pra fazer esse povo todo se manter em
atividade física diária, condicionado física e mentalmente, e em condições de
cumprir aquela missão constitucional, utilizamos vários métodos. Corrida,
natação, treinamentos em circuito, esportes individuais, coletivos, competições
internas, externas, somente dentro do Exército, entre as Forças Armadas do
Brasil, entre as Forças Armadas do mundo. Enfim, é no desporto que fazemos essa
máquina girar.
Sendo bem sincero e te revelando o
primeiro segredo, o PAAR é um programa voltado pras nossas Forças Armadas.
Nosso objetivo é seguirmos a preparação que somos exigidos por lei. Pode
parecer egoísta, mas não é. É que focamos em nossa missão.
Mas você deve tá se perguntando até
agora “po, esse cara falou, falou, falou, mas até agora ainda não respondeu por
que meu atleta é um militar”.
Então vamo lá. Que rufem os tambores!!!!!
Então vamo lá. Que rufem os tambores!!!!!
Sabe por que?
Porque trazendo esse camarada para as
fileiras do Exército, Marinha e Aeronáutica, ele passa a ser mais um integrante
nessa busca diária em mantermos esses 250 mil militares motivados a treinar. E
não só isso.
Eles participam de nossas competições internas, dão aula em escolas de formação, dão palestras para nossos militares, dão clínicas esportivas na Escola de Educação Física do Exército, eles participam de formaturas, desfiles, eventos militares. Ou seja, passam a fazer parte de um núcleo nas Forças Armadas que é responsável por manter todos esses mais de 300 mil motivados com a atividade física.
Eles participam de nossas competições internas, dão aula em escolas de formação, dão palestras para nossos militares, dão clínicas esportivas na Escola de Educação Física do Exército, eles participam de formaturas, desfiles, eventos militares. Ou seja, passam a fazer parte de um núcleo nas Forças Armadas que é responsável por manter todos esses mais de 300 mil motivados com a atividade física.
É através das competições esportivas,
que começam lá no pelotão com 30 homens, que vemos esse grupo ganhar coesão,
espírito de corpo. É no vôlei, no futebol, no cabo de guerra, na natação, numa
prova de revezamento. É lá que a gente vê o camarada brigar, chorar, se
esforçar até a exaustão.
Portanto, com essa explicação já
batemos dois objetivos do PAAR: estimular a prática esportiva de nosso público
interno e transmitir conhecimento para nossos militares.
Agora vem a sua pergunta capciosa né?
Vai, pode fazer que eu sei que ela vem.
E nas Forças Armadas tem argolas?
Pois é. Não temos ginastica olímpica,
apesar de termos em colégios militares e utilizamos muita técnica de
transposição de obstáculo com corda. Mas você acha mesmo que o seu atleta,
campeão olímpico, manja somente de argolas? Se você pensa que sim, peço
desculpas. Você está sendo injusto com ele.
Um campeão olímpico é simplesmente um
camarada que superou todos os habitantes do mundo naquilo que ele se propôs a
fazer. Tá bom ou quer mais?
Sendo sincero mais uma vez, eu quero
esse cara na minha empresa. Eu quero esse cara na minha instituição. Eu quero
que esse cara passe exatamente esses valores aos meus homens, aos meus soldados,
aos meus alunos dos Colégios Militares. Isso faz parte do meu objetivo. Manter
minha tropa motivada para a prática da atividade física, mas também, transmitir
conhecimento. Em argolas? Em qualquer coisa. A maioria dos esportes do programa
servem para desenvolver atributos da área afetiva. Portanto, seu atleta tem um
valor que talvez você não esteja enxergando. Mas nós enxergamos esses valores
nele, ou neles.
Mas seguimos em frente. Já falamos de
dois objetivos.
Um outro objetivo é representar as
Forças Armadas em competições nacionais e internacionais. Lembra que eu falei
que a máquina gira com competição esportiva? Pois é. E ela ocorre em todos os
níveis. No nível mundial, ela é utilizada mais como uma ferramenta de amizade
através do esporte do que outra coisa. E funciona muito bem. Você já deve ter
visto uma coreana do norte tirando uma foto com uma coreana do sul e por aí
vai.
Pois então. É isso. O lema maior do
desporto militar é “Amizade através do esporte”. Olha que bacana. O seu atleta
passa a ser um meio de levar esse lema para todo mundo. E em competições
militares. O fato de sermos Forças Armadas não quer dizer que queremos uma
guerra. Pelo contrário. Trabalhos justamente pela manutenção da paz.
Um quarto objetivo é projetar força, mas esse vou pular porque não vai nos interessar agora.
Um quarto objetivo é projetar força, mas esse vou pular porque não vai nos interessar agora.
E o último objetivo, pode acreditar,
é colaborar com o desenvolvimento do desporto nacional. Veja bem. Para que tudo
isso que eu falei acima ocorra, esse militar (atleta) recebe um soldo,
obviamente; um plano de saúde, que todos os militares possuem e pagam por isso,
inclusive eles; os direitos e deveres de qualquer militar (por isso o corte de
cabelo, a barba bem feita, a continência a bandeira, o culto aos nossos
símbolos nacionais); a utilização de nossas instalações esportivas; e por aí
vai.
Ou seja, indiretamente, nós acabamos
colaborando com o desenvolvimento do desporto nacional. Percebeu?
INDIRETAMENTE.
Já leu sobre o SPLISS. Os pilares
básicos para se tornar potência olímpica. Apoio financeiro, instalação
esportiva, ciência, e por aí vai? Então. Temos tudo nas Forças Armadas.
Ah, nossas instalações esportivas não
são de ponta porque somos ricos não. É que nosso ginásio que foi construído em
1936 ainda tá de pé e inteirinho. Se chama Leite de Castro e fica na Escola de
Educação Física do Exército. Foi o primeiro ginásio da América do Sul e a
EsEFEx a primeira escola de educação física do Brasil.
Tá pegando a matéria?
Nós temos porque cuidamos. Por isso
temos pista de atletismo, piscina olímpica, campo de futebol, estande de tiro,
quadras e etc. O Bernardinho treina lá nesse ginásio. Há pelo menos 14 anos, eu
acho. Ou até mais. É um dos que ajudam a cuidar.
Nossas pistas de atletismo estão lá.
Outras viraram estacionamento.
E por aí vai.
E por aí vai.
O salário do atleta tá lá também.
Todo segundo dia útil do mês. As vezes tem bolsa que cai. Bolsa que não cai. O
nosso tá lá.
Nosso plano de saúde tem assistência
médica, odontológica, fisioterápica e laboratorial, em todo território
nacional. Afinal de contas, deu problema em Natal, tinha tropa nossa lá. Deu
problema em qualquer parte do Brasil, lá estaremos. O que vocês chamam de área
de cobertura de plano de saúde ou lugar pra viver, nós chamamos de Brasil.
Eu mesmo já morei em tudo quanto é
canto e até no exterior. Tudo pelo meu país e pelas Forças Armadas.
Mas eu falei tudo isso, querido Goto,
justamente pra dizer que você tem razão. Não é mesmo missão das Forças Armadas
formar atletas de alto rendimento para representar o Brasil em Jogos Olímpicos.
Parabéns. Você está correto.
Cobre de quem tem essa missão.
A nossa é a defesa da Pátria, a
garantia de seus poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes,
da lei e da ordem.
E seu atleta, esse camarada
espetacular, foi voluntário para fazer parte dessa equipe. Parabéns pra ele. E
parabéns pra você que o ajudou a chegar onde chegou. Ele ajuda a desenvolver a
instituição a qual faz parte, e nós, indiretamente, o ajudamos na sua
caminhada.
E antes que fique a dúvida com
relação as verbas do programa, nosso efetivo continua sendo o mesmo. A única
diferença é que nós mudamos a qualificação dos militares que fazem parte das
Forças Armadas. É como se sua empresa tivesse quarenta funcionários. Você
diminuiu para trinta e contratou mais dez em outras especialidades. Ou seja,
seu orçamento segue igual mas com outros profissionais, que a meu ver, você
deve julgar importante para os objetivos de sua empresa.
Bom, acho que era isso, amigo. Nos
vemos em breve. Forte abraço e força na remada.
Ah, já ia esquecendo. Países como EUA,
Alemanha, França e Itália tem muito mais atletas militares que nós nos jogos
olímpicos. Pode ter certeza. Mas lá é que legal, né? Nós somos só um país
tupiniquim querendo alguns segundos de fama ao prestar continência pra nossa
bandeira. Já já passa.
Viva o país do outros. Viva!!!
Milico das Medalhas é Patriota.
8 comentários:
ESPERA AI. ESTAMOS PAGANDO OS MILITARES PARA BRINCAREM DE PICK ESCONDE??? EU SABIA QUE ESSA MÉRDA VIROU BRINCADEIRA... TEREMOS QUE POR ESSES FDP É PARA TRABALHAR PARA O PAIS POIS QUALQUER CIDADÃO QUE TIVER AS MORDOMIAS QUE ELES TEM SE TORNAM CAMPEÃO...
Muito bom! E até esclarecedor para nós!!
Recadinho ao Marcos Esgoto: Quem fala o que não deve dá bom dia cavalo.
O texto merece uma medalha de ouro.
Show!!!!
Explicação muito esclarecedora para os civis sobre a mentalidade patriótica dos militares e sua atuação competente na sociedade
Parabéns, excelente resposta, este técnico do Zanetti, tinha que publicamente, pedir desculpas pelas besteiras que falou.
Esgoto perdeu a oportunidade de ficar calado em vez de falar besteira.
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