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Por Dênis Rosenfield
A ex-presidente Dilma,
definitivamente, é uma ingrata. Respondeu com belicosidade a uma proposta de
compaixão!
A senadora Katia Abreu, ao propor o
fatiamento da pena do impeachment, em um acerto com o Presidente Renan
Calheiros e o Presidente do Supremo, Ricardo Lewandovsky, contando com o apoio
maciço do PT, usou um argumento assaz curioso.
Disse que tinha acertado com a agora
ex-presidente essa proposta, pois Dilma Rousseff apenas tinha como
aposentadoria rendimentos de R$ 5,000 mensais, o que seria insuficiente para o
seu sustento. Necessitaria de outro cargo público, como o de, por exemplo, dar
aulas em universidades. Apelou para a compaixão dos senadores.
Evidentemente, não teve a mesma
preocupação com o bem estar de aproximadamente 12 milhões de desempregados, que
chegaram a essa lamentável condição graças à política econômica do governo
petista. A mesma pessoa que cometeu crime de responsabilidade é a que levou ao
caos econômico e social atual.
Ora, o que fez posteriormente a
ex-Presidente? Respondeu que a manobra que a favoreceu não a tinha como
destinatária, mas o ainda deputado Eduardo Cunha! Logo, seria o PT que estaria
apoiando uma eventual absolvição do deputado! Da mesma maneira, a senadora que
tanto a apoiou, sua maior amiga, seria, também, um instrumento deste deputado.
Enquanto senadores petistas,
comunistas e afins do PMDB procuravam aliviar a pena da ex-presidente, para que
possa viver “dignamente”, pobrezinha, a própria faz um discurso, logo após,
cuja característica maior foi a belicosidade. Nem soube reconhecer o agrado
oferecido pelos “seus” senadores.
Anunciou a resistência, prometendo um
até logo, como se o seu afastamento fosse simplesmente transitório. Anunciou a
“luta” e a “resistência”, como se estas estivessem ao seu alcance.
Evidentemente, não tem força nem tropas para alcançar o seu objetivo. Seu
discurso já caiu no vazio.
Contudo, ele mostra que em nenhum
momento reconheceu os seus erros, exime-se de qualquer responsabilidade pelo
desastre brasileiro e, ainda mais, anuncia que, se tiver condições, continuará
a lutar contra o Brasil.
Felizmente, ninguém mais lhe dá
ouvidos, nem o PT que gostaria de virar esta página. Apenas os seus próximos
ainda prestam atenção aos seus discursos. Os seus pedidos baseados em uma
suposta humildade nada mais foram do que uma maneira de encobrir unhas prontas
para o ataque.
A agressividade estava estampada em
seu rosto. É uma ingrata!
Denis Lerrer Rosenfield é um
escritor, professor universitário de filosofia, polemista e articulista dos
jornais O Estado de S. Paulo, O Globo, Diário do Comércio e Zero Hora..
Originalmente publicado no jornal Zero Hora em 9 de setembro de 2016.
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