Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Percival Puggina
Alguém pode me citar um presidente
com mandato posterior à fundação do PT que não tenha sido alvo de campanhas
semelhantes à que presentemente se dirige contra Michel Temer? Parece-me que a
infinita reiteração denuncia insubmissão a toda autoridade não alinhada ao
partido. Não por acaso, essa é uma conduta radical muito semelhante à do
Islã político, merecedor de persistente proteção da esquerda mundial.
Apenas para comparar, lembro
que somente após 12 anos de sucessivos governos petistas a sociedade
brasileira foi às ruas. E o fez com a intenção – perceba-se a diferença – de
cobrar das instituições uma solução para a tragédia em moto contínuo e para os
encordoados escândalos proporcionados pela organização criminosa que operava no
governo e em sua base de apoio. É importante ter em vista essa diferença. Uma
coisa é o direito popular de se manifestar às instituições.
Outra é mobilizar milicianos e
militantes para ações típicas de agitprop (agitação e propaganda, no melhor
estilo da KGB) com a intenção de promover convulsão e prejudicar o país,
interna e externamente. Flagrada numa pichação “Fora Temer”, a deputada
comunista Jandira Feghalli explicou que aquele era um ato subversivo. E, claro,
“democrático”. Em recente manifestação promovida pela CUT e pelo MTST, Luíza
Erundina afirmou que “não sairemos das ruas até esse governo cair”.
Cair como, dona Luíza? Tipo Tomada da
Bastilha? Se estamos sob um governo constitucional, golpeá-lo reunindo
milicianos, esbravejando bandeiras vermelhas, espatifando vidraças, queimando
pneus e estimulando o caos, não é … golpe?
No Estado de Direito existe um modo
legal de fazer as coisas. Até para ir às ruas pode-se sair de casa dentro da
lei e fora da lei. As manifestações contra o governo Dilma e contra a
corrupção ocorreram com prévia notificação às autoridades da segurança pública
indicando local e percurso, solicitando proteção e acompanhamento policial.
Opiniões foram expressas e soluções reivindicadas dentro da ordem, com
legitimidade formal.
Fora do Estado de Direito, temos o
que está sendo promovido pelos partidos de esquerda, com inequívoco intuito
subversivo, na sincera expressão da candidata do PCdoB à prefeitura do Rio de
Janeiro. Se querem destituir Temer, busquem fundamentos constitucionais e peçam
seu impeachment.
Não entendo, mas admito como possível
e legítimo que pessoas amem Dilma Rousseff, exaltem sua gestão, tenham e
mantenham adoração religiosa pelo PT, desconheçam as manifestações das ruas
pelo impeachment, considerem que a ex-presidente seja de uma correção sem par e
que, para ela, a verdade se imponha como grande soberana das próprias
manifestações. Acredito que existam pessoas convencidas de que seu impeachment
ocorreu sem justa causa, fruto de tenebrosas maquinações da direita. Juro que
acredito!
Creio, também, na possibilidade de
que, para muitos, Lula seja outro modelo de virtudes. Admito que outros tantos
não atribuam qualquer importância a seus desvios de conduta e ao
vertiginoso enriquecimento de toda família Lula da Silva. Mas me permito,
pelo viés oposto, não atribuir qualquer importância às suas opiniões, crendices
e critérios de juízo moral. Na linha de tiro das minhas opiniões continuam
todos os corruptos e corruptores, todos os fora da lei, todos os subversivos e
todos os golpistas inglórios.
Percival Puggina (71), membro da
Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular
do site www.puggina.org,
colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de
Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões;
A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+. Originalmente publicado em 15
de setembro de 2016.
2 comentários:
A má fé do PT e seus acólitos ficou clara desde antes de sua chegada ao poder. Um partido que foi contra tudo que se tentou fazer de bom no país, nos últimos tempos que antecederam sua gestão, só por isso já demonstra sua índole corporativista. O PT é apenas uma tribo que declarou guerra à sociedade da qual extrai todos os seus benefícios, é uma conjugação de predação e estupidez embalados por uma voraz obstinação pelo poder. O PT jamais lutou por uma sociedade equilibrada mas apenas por uma sociedade dominada. Tomara que, pelo menos um contingente razoável de brasileiros, tenha tomado consciência que justiça social não se faz com distribuição de benesses mas com qualificação dos menos favorecidos.
Com a crescente automação, a qualificação não garante emprego digno para a população que chega ao mercado de trabalho, tornando-a sensível ao canto da sereia socialista. As soluções psicopáticas do Governo Mundial e seitas secretas (aborto, eutanásia, ideologia de gênero), antes de serem satanistas, mostram uma profunda incompetência dessas elites para liderar o mundo que está surgindo.
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