Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja
O “arsenal psicológico”, em cujo
imago se situa a propagação de uma idéia e que torna todo sacrifício que se
exige parecer significativo e necessário, tem o seu correlato na “guerra
psicológica”. No âmbito do arsenal psicológico é a própria população, principalmente
as FF AA que são visadas.
Já a primeira tarefa da guerra
psicológica consiste em abalar a motivação para o serviço militar di
adversário, com o argumento de que tentem convencer os soldados e a população
do outro lado de que a idéia central que lhes serve de motivação é falsa,
mentirosa, vazia de significação.
Quando essa idéia deriva de uma
fórmula política, esta deve ser posta sob fogo cruzado e outra fórmula política
deve ser posicionada, normalmente em nome da liberdade. O objetivo é tornar
claro aos soldados do adversário de que uma vitória da causa porque ele luta
vai representar, para ele, repressão, pelo menos em certas esferas da sua vida,
subjugação e pobreza.
Quando a idéia que serve à motivação
militar do adversário e baseia nos conceitos de nação e terra-mãe, os objetivos
passam a ser:
- mostrar de maneira convincente como tais idéias são destituídas de credibilidade, vazas, ultrapassadas;
- mostrar de maneira convincente como tais idéias são destituídas de credibilidade, vazas, ultrapassadas;
- substituí-las por outras idéias,
será assim sustentado, que correspondem melhor à realidade e às necessidades da
época. Um apelo a algum tipo de compromisso internacional, qualquer que
seja o campo, também tem aqui o seu lugar, lado a lado com o lançamento de que
a suspeição de que a Nação e a terra-mãe do governo adversário são apenas
disfarces para os objetivos egoístas, expansionistas e até criminosos, com que
se extremam os objetivos das pessoas, sempre tão altruistas, nobres e
idealistas.
Se a idéia de liberdade e libertação
– independente de quem e de que – desempenhar um papel fundamental na motivação
militar do adversário o esforço da guerra psicológica consistirá em acusar
convincentemente de responsável por uma onda de repressão e qualquer tipo,
pretendida ou já realizada, de modo que os soldados e a população do adversário
comecem a questionar a veracidade do apelo à liberdade, em que
acreditaram previa mais irrefletidamente.
O êxito será particularmente obtido
se conseguir condenar o adversário aos olhos do mundo, e assim, em última
análise, a própria população por repressão racista, nacionalista, social e
econômica a uma minoria. Em determinadas circunstâncias, essa propaganda e
tornará particularmente eficaz quando a alegada minoria reprimida for pequena
e, desde o início, indefesa.
Um meio comprovado de abalar a
vontade inimiga de defender, reside em mostrar a idéia – pela qual os soldados
estão prontos para lutar e a população para aceitar os sacrifícios decorrentes
– como utópica, irrealista; anunciar repetidamente a imutabilidade e a
irreversibilidade de determinadas realidades e apelar à razão, ao senso da
realidade e à sobriedade dos membros das FF AA adversárias ou da população,
como um todo.
Finalmente, buscar-se-á apelar à
necessidade de segurança das pessoas, particularmente pessoas desse nosso
tempo. Para esse fim serão utilizados todos os méis de propaganda disponíveis
para ilustrar graficamente os imensos perigos à espreita de soldados e cidadãos
adversários caso o governo deles inicie, conduza ou prossiga um governo militar
como planeja fazer. Nessa “operação insegurança”, as apregoadas “reduzidíssimas
chances” de sobrevivência tem a sua segurança gravemente comprometida (em
outras épocas tais chances seriam evidentemente maiores e só poderiam ser
garantidas caso o governo caso o governo do adversário aquiescesse em ceder.
Além de tudo isso, tais ações de
propaganda serão complementadas por operações terroristas para intimidar os
soldados e parte da população, deixando claro o risco que estão correndo se
continuarem a apoiar o governo. Se na Angola de 1969, três quintos de todos os
atos de terrorismo, desencadeados do Congo e da Zâmbia por partisans, tivessem
sido dirigidos contra a população negra angolana. tal “insegurança” teria
significado com toda a certeza um dos objetivos básicos dessa operação de
controle nitidamente centralizador.
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O texto acima é um dos capítulos do
livro “A Guerra Irregular Moderna”, de autoria de Friedrich August Von Der
Heydte, editado em 1990 pela BIBLIEX.
A Guerra Irregular, segundo o autor, vem substituindo, gradativamente, a guerra convencional, porquanto não se prende às leis e às normas internacionais já estabelecidas. Em sua advertência, o autor cita as diferentes formas de atuação desse tipo de guerra, que já se fez presente, inclusive na América Latina.
A Guerra Irregular, segundo o autor, vem substituindo, gradativamente, a guerra convencional, porquanto não se prende às leis e às normas internacionais já estabelecidas. Em sua advertência, o autor cita as diferentes formas de atuação desse tipo de guerra, que já se fez presente, inclusive na América Latina.
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.
2 comentários:
Lembro ter lido, na década de 80, artigo no caderno cultural do jornal O Estado de São Paulo, questionando a utilidade da existência de Forças Armadas em um profetizado governo global. A atual degradação salarial dos militares brasileiros não cumpriria esse plano de desmantelamento?
Enquanto o tempo passa, os "zumbizinhos" dominados do PT continuam com as invasões das escolas, sem saber qual a realidade das coisas, correndo o risco de perderem o ENEM em troca de transformarem alguém(?) em "lider" estudantil para uma carreira política podre futura.
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