Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Renato Sant´Ana
Entre estudantes que ocuparam uma
escola no Espírito Santo, uma menina espevitada sentenciava diante das câmeras
de TV: "Essa PEC [241] congela os gastos públicos por 20 anos e..." É
claro que falava com sinceridade. Tão sincera quanto enganada! Mas quem terá
metido aquilo em sua cabeça?
Roberto Freire, deputado federal por
São Paulo e presidente nacional do PPS, escreveu: "A esquerda mais
avançada, conectada ao século XXI e ao mundo do futuro, defende, neste exato momento,
o ajuste econômico e a responsabilidade fiscal propostos pelo governo de Michel
Temer para tirar o Brasil do buraco. Apoiar a Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) 241/2016, que busca racionalizar os gastos públicos, não é uma bandeira empunhada
por esquerda ou direita - mas por todos os que temos compromisso com um país
mais justo, sustentável e digno para os seus cidadãos. E esse é apenas um dos
exemplos que evidenciam a diferença entre uma esquerda autoritária, arcaica e
dogmática e aquela mais democrática, dinâmica e plural."
Evoco Roberto Freire de cujo
esquerdismo ninguém duvida. Aliás, a menina espevitada não deve saber que ele
foi, em 1989, o candidato do Partido Comunista Brasileiro à Presidência da
República. Será um reacionário?
Freire tem razão. Apoiar a PEC 241
não é bandeira de direita nem de esquerda, mas de quem quer reduzir
desigualdades coibindo abusos e tornando a economia equilibrada. Ora, a PEC
"busca racionalizar os gastos públicos", como diz ele. Mas não congela:
fixa um teto para os gastos. Noutras palavras, submete as despesas primárias da
União a um teto determinado pelos gastos do ano anterior corrigidos pela
inflação. Detalhes que esconderam da menina espevitada...
Não é que a PEC não mereça reparos. E
não se dirá que é a redenção de todos os males. Até porque, sozinha, de pouco
ou nada adiantará. Mas quem, sem motivação meramente ideológica, estaria contra
a sua existência? Como ser contra uma regra que diz "se não há dinheiro,
não faça dívidas"? Olhem para a Venezuela, que tem as MAIORES JAZIDAS DE PETRÓLEO
DO MUNDO. Governada por cabeças de grêmio estudantil que ignoram o que seja
"responsabilidade fiscal", acabou afundada na maior miséria econômica
e política. Tanto lá (com o chavismo) quanto aqui (com o PT e assemelhados), a
cartilha aplicada é a do Foro de S. Paulo. Sim, eis a infeliz coincidência: as
lideranças que atacam a PEC 241 são as mesmas que defendem o regime
venezuelano. Toda a gritaria é feita pelos bolivarianos, que afundaram o
Brasil.
Os meninos que estão
"ocupando" escolas - que jamais se revoltaram contra o péssimo ensino
praticado por seus professores - fariam melhor se parassem de brincar de
revolucionários e fossem estudar um pouco.
Renato Sant'Ana é Psicólogo e
Bacharel em Direito.
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