Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Cláudio Belodi
Muita gritaria se tem presenciado nos
noticiários devido as medidas que o governo pretende adotar em relação às
mudanças na seguridade social. Todos, obviamente, defensores da manutenção ou
melhoria da distribuição da riqueza, por convicções ideológicas e outros por
contraposição política. Porém são poucos os que ponderam sobre a capacidade de
suporte da sociedade de gerar riqueza suficiente para manter as regalias
obtidas.
Quem esteve próximo ou participou da
administração de negócios sabe muito bem que os recursos são finitos. Não
existe poder capaz de realizar qualquer extravagância além das posses.
Claro que na democracia todos devem
ser ouvidos. Mas a democracia é o primado da ponderação, do princípio do
tolerável, do aceitável e possível socialmente. A possibilidade de diálogo é o
que fortalece o ideal democrático. Quando se pende em proteção de uma elite ou
classe, distancia-se da equidade social.
No caso da previdência social, as
conquistas(?) obtidas pelos brasileiros se assemelham aos sabores gregos. Anos
a fio de empoderamento assistencial que desgastou a economia, até eclodir a
incapacidade do próprio povo se auto sustentar. Resultado – sociedade falida.
Não sabemos se os projetos que
tramitam são bons ou ruins no longo prazo, mas temos certeza que o diálogo
poderia ser mais frutífero e os projetos melhorados, ao invés do barulho
promovido pelos contrários, se contribuíssem com ideias de sustentabilidade do
processo. A manutenção do status quo levará a previdência à falência e somar
novas conquistas acelerará a derrocada. Por que não começar por desinchar o
funcionalismo torto da previdência, como por exemplo estarem vinculados a CLT,
já que a previdência, apesar de estar administrada pelo Estado, é propriedade
dos contribuintes da seguridade? Por que o funcionalismo da previdência
pertence ao estatuto do funcionário público? Se eles cuidam da merreca do
cidadão comum deveriam pertencer ao mesmo instituto jurídico.
A previdência brasileira caminha para
um presente de grego. Sem nenhum trocadilho com a falência da Grécia.
Os notórios contrários o fazem para
manter posição, porque jamais foram capazes de se debruçar sobre orçamentos,
sua execução e exequibilidade. Gritam como se estivessem numa partida de
futebol – qual a diferença no meio da multidão se o grito for devido a um bom
lance, ou se, se espantam pela perda do gol. Apenas fazem barulho.
Neste momento crucial o importante é
contribuir com soluções, porque o problema da previdência não se trata de um
projeto de governo e sim da garantia futura de assistência a cidadãos. Claro
que sempre buscamos o melhor, contanto que o melhor seja viável. O extremo
melhor pode virar presente de grego.
Claudio Belodi é Empresário no setor
de Tecnologia e Arquitetura Ambiental.
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