Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja
O texto abaixo é um dos capítulos do
livro “História do Marxismo”, de Eric Hobsbawn.Eric John Ernest Hobsbawm (Alexandria, 9
de junho de 1917 - Londres,1
de outubro de 2012, foi
um historiador
marxista britânico reconhecido
como um importante nome da intelectualidade do século
XX. Ao longo de toda a sua vida, Hobsbawm foi membro
do Partido
Comunista Britânico.
Livros publicados
· A Era das Revoluções;
· A Era do Capital
· A Era dos Impérios
· Era dos Extremos - o breve século XX
· Sobre História
· Globalização, Democracia e Terrorismo
· Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1979 (Segunda Edição)
· História Social do Jazz
· Pessoas Extraordinárias: Resistência, Rebelião e Jazz
· Nações e Nacionalismo desde 1780
· Tempos Interessantes (autobiografia)
· Os Trabalhadores: Estudos Sobre a História do Operariado
· Mundos do Trabalho: Novos Estudos Sobre a História Operária
· Revolucionários: Ensaios Contemporâneos
· Estratégias para uma Esquerda Racional
· Ecos da Marselhesa : Dois séculos revêem a Revolução Francesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
· As Origens da Revolução Industrial. São Paulo: Global Editora, 1979.
______________________________
Ainda não sabemos qual possa ser o futuro do marxismo. No entanto, cem depois da morte de Marx, é possível avaliar com certa confiança seus extraordinários resultados.
· A Era do Capital
· A Era dos Impérios
· Era dos Extremos - o breve século XX
· Sobre História
· Globalização, Democracia e Terrorismo
· Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1979 (Segunda Edição)
· História Social do Jazz
· Pessoas Extraordinárias: Resistência, Rebelião e Jazz
· Nações e Nacionalismo desde 1780
· Tempos Interessantes (autobiografia)
· Os Trabalhadores: Estudos Sobre a História do Operariado
· Mundos do Trabalho: Novos Estudos Sobre a História Operária
· Revolucionários: Ensaios Contemporâneos
· Estratégias para uma Esquerda Racional
· Ecos da Marselhesa : Dois séculos revêem a Revolução Francesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
· As Origens da Revolução Industrial. São Paulo: Global Editora, 1979.
______________________________
Ainda não sabemos qual possa ser o futuro do marxismo. No entanto, cem depois da morte de Marx, é possível avaliar com certa confiança seus extraordinários resultados.
Jamais algum pensador sobreviveu com
o mesmo sucesso ao seu lema programático: “Os filósofos têm somente
interpretado o mundo. Trata-se, porém, de transformá-lo”. As idéias de Marx
tornaram-se as doutrinas que inspiraram os movimentos operários e socialistas
da Europa. Por meio de Lenin, principalmente, e da Revolução Russa, elas se
tornaram a quintessência da doutrina internacional da revolução social no
Século XX, universalmente acolhida como tal, desde a China até o Peru.
Através da vitória de partidos e
governos identificados com essas doutrinas, algumas versões dessas idéias se
tornaram a ideologia oficial de Estados, em que, neste momento, vive algo como
um terço do gênero humano, para não mencionar os movimentos políticos de
dimensão e importância variada que a elas se referem no resto do mundo. Os
únicos pensadores individualmente identificáveis que alcançaram uma comparável
são os fundadores das grandes religiões do passado, e, talvez, excetuando-se
Maomé, nenhum triunfou numa escala comparável com a mesma rapidez. Sob esse
ponto de vista, nenhum pensador laico pode ser comparado a Marx.
Em que medida o próprio Marx teria
aprovado o que se fez em seu nome, e o que pensava de doutrinas muitas vezes
transformadas num equivalente laico das teologias, oficialmente aceitas como
incontestavelmente verdadeiras – eis uma questão que pode levar a discussões
interessantes, mas acadêmicas. Resta o fato de que, por mais distantes que tais
doutrinas possam estar de suas idéias originárias, tais como podemos documentar
ou deduzir, aquelas são historicamente derivadas destas, e a derivação pode ser
diretamente demonstrada, seja no pensamento, seja na ação, pertencem à história
do marxismo.
Em que medida tais desdobramentos
estão logicamente implícitos nas idéias de Marx – isto é uma questão distinta e
separada, que tem sido objeto de muitas discussões, sobretudo pelo fato de que
os governos e os regimes constituídos sob o me de Marx (associado, em geral,
até agora, àquele que alguns líderes revolucionários, que a ele sucederam,
declarando-se seus discípulos, como Lenin, Stalin, Mao, etc,) têm tido, até
hoje, uma certa semelhança de família – ou, antes, compartilharam a
característica negativa de serem diferentes da democracia
liberal.
Responde a AL problema não é tarefa
desta História do Marxismo, mas duas observações podem ser feitas.Na
medida em que um conjunto de ideais sobrevive a que as elaborou, deixa de estar
confinado ao âmbito do contudo e das intenções originais. Nos limites muito
amplos traçados pela capacidade exegética dos homens, ou até pela
disponibilidade humana de declarar um nexo com um predecessor amado ou
predileto, aquele bloco de idéias está sujeito a uma série imprevisivelmente
vasta de mudanças e transformações práticas e teóricas.
Os regimes que se disseram cristãos e
que derivaram sua autoridade de um corpo específico de textos, variaram do
reino feudal de Jerusalém aos Shakers, do império czarista à república
holandesa, da Genebra de Calvino à Inglaterra hannoveriana. A teologia cristã,
em diferentes circunstâncias, absorveu Aristóteles e Marx. Todos poderiam
asseverar que, de algum modo, derivaram dos ensinamentos de Jesus, embora isso
habitualmente não provocasse satisfação em outros cristãos igualmente
convictos.
Os volumes desta História do
Marxismo devem ter mostrado como é amplo o espectro de idéias e de
práticas que pretendem derivar dos textos de Marx, ou com eles serem
compatíveis, diretamente ou por intermédio de seus sucessores. Se não
soubéssemos que todos reivindicaram uma tal derivação, por certo poderíamos
considerar as diferenças existentes entre os kibutzim sionistas e o Cambodja de
Pol Pot, entre Hiferding e Mao, entre Stalin e Gramsci , entre Rosa de
Luxemburgo e Kim ll Song, como mais acentuadas do que suas afinidades.
Não existe nenhuma razão teórica
pelaqual os regimes marxistas tivessem de tomar uma certa forma, muito embora
haja boas razões históricas para porque aqueles regimes que se constituíram num
curso relativamente breve a partir de 1917 – por revolução autóctone, por
imitação, por conquista – num certo número de países às margens ou fora do
mundo industrializado, tenham desenvolvido características comuns, positiva ou
negativamente.
Este volume busca examinar o marxismo
a partir de quando ele deixa de ser identificado – como havia ocorrido em
medida crescente entre 1917 e o apogeu staliniano – com um determinado modelo
de revolução e de construção do socialismo e com um determinado movimento
internacional, sob a direção centralizada, ou, pelo menos, a orientação
preestabelecida do Partido Comunista da URSS. A prática política marxista não
mais se conforma, ou tende a não se conformar, ao modelo bolchevique. Por isto,
caiu o argumento segundo o qual a teoria marxista implica necessariamente o leninismo
e só o leninismo – ou uma outra escola qualquer que pretenda representar a
ortodoxia marxista -.
Pode-se dizer, contudo, que qualquer
outro corpo de idéias – inclusive as de Marx – se transforma necessariamente ao
se tornar uma força política significativa, capaz de mobilizar as massas, quer
isto ocorra através de partidos, movimentos, governos, quer se realize por
outros meios. Do mesmo modo, qualquer corpo de idéias se transforma, ainda que
somente por causa da formalização, estabilização e simplificação pedagógica, no
momento em que começa a ser ensinado nas escolas primárias e secundárias, ou
mesmo só nas universidades.
Interpretar o mundo e mudá-lo não é a
mesma coisa, por mais que se trate de duas coisas organicamente ligadas. Se
isto acontece por meio da formação de um núcleo informal de crenças, como
aquelas como aquelas que distinguiam os homens de negócios do Século XIX e seus
cronistas do conteúdo efetivo do pensamento de Adam Smith – em que, de todo
modo, acreditavam apoiar-se -, ou – no caso oposto – por meio de dogmas
formais, em relação aos quais não se tolera nenhuma divergência, isto é questão
secundária. Resta o fato da transformação.
Com efeito, a história das idéias, e
particularmente a história das idéias políticas, se ocupa, sobretudo, em
desvendar o significado e a intenção dos pensadores, assim como os contextos
originais e as referências de seu pensamento, ocultos por interpretações
póstumas. Os únicos autores que escapam a esse destino são os que ninguém
jamais leva a sério, ou aqueles tão estritamente identificados com uma origem
específica no tempo e no espaço que são imediatamente esquecidos. O Adam Smith
de hoje não é o Adam Smith de 1776, a não ser para um pequeno grupo de
estudiosos especializados. O mesmo vale inevitavelmente para Marx,, ainda que,
como mostra este volume, os últimos decênios do Século XX tenham criado
diferentes marxismos a partir do Marx original.
Quanto mais um pensador consegue
mudar o mundo, tanto mais seu pensamento estará sujeito a mudanças póstumas.
Sob o ponto de vista da história, o impacto do marxismo é, sem dúvida, o
sucesso mais importante de Marx. Decerto, também o impacto intelectual foi
quase tão importante, mas não pode ser separado do impacto político, ainda mais
por marxistas. Não são muitos os pensadores, cujos nomes, por si só, evocam
transformações fundamentais do universo intelectual dos homens.
Marx está entre eles, ao lado de
figuras como Newton, Darwin, Freud. Esses nomes, sozinhos, indicam que as
transformações com as quais cada um deles se identifica não são comparáveis
senão pelo fato de que penetraram muito além dos setores especialistas dos
respectivos campos, até atingir todo o mundo da cultura. Não se quer sustentar
que Freud ou mesmo Darwin tivessem a mesma estatura e de Newton.
No entanto, quaisquer que fossem suas
capacidades e a natureza de seus sucessos intelectuais, os nomes que compõem
uma lista semelhante são poucos. A colocação nela de Marx dificilmente pode ser
contestada. Mas é peculiar em dois sentidos. Em primeiro lugar, porque
aconteceu em termos práticos só depois de sua morte, como esta História mostrou:
poucos, na verdade, poderiam prever uma tal fama quando Marx ainda era vivo.
Em segundo lugar, isto foi obtido na
presença de um Século de críticas persistentes, maciças, apaixonadas e, sob o
ponto de vista intelectual, de modo algum negligenciáveis. Muitas, entre as
melhores mentes, dedicaram esforços intensos na tentativa de demonstrar os
erros e as lacunas de Marx, inclusive tantos que, tendo sido adeptos do
marxismo, mais tarde se tornaram seus críticos. O fato de serem objeto de
crítica e de contestação, pelo menos por um certo período, acontece não
raramente aos pensadores que transformam o universo intelectual; todavia, o
percurso de outras figuras do gênero parece ter sido menos tempestuoso, e as
críticas intelectualmente sérias, em outros casos, parece terem se circunscrito
aos seus campos de investigação específica.
Marx sobreviveu a um Século de fogo
concêntrico dirigido conta suas idéias, por quem tivesse ao alcance da mão uma
caneta, uma máquina de escrever, uma tribuna, ou – em certos casos – a tesoura
do censor e o departamento de polícia. Ao fim de um tal Século, sua estatura
intelectual não é posta seriamente em dúvida. Ainda mais: suas idéias restam
importantes mesmo entre aqueles que rejeitam suas conclusões e as atividades
práticas de seus seguidores.
Existem três razões possíveis para
esse notável primado. Sem dúvida, o marxismo tem sido constantemente combatido
porque, desde os anos subseqüentes à morte de Marx, sempre foi identificado,
por uma parte ou opor outra – mas em geral em amplas zonas do mundo -, com
fortes movimentos políticos que constituíam uma ameaça para o status quo,
e, depois de 1917, com regimes estatais considerados fatores de subversão
perigosa da ordem internacional. O marxismo jamais deixou de representar forças
políticas formidáveis. Ainda por cima, ele sempre permaneceu, em teoria,
internacional, dando assim a seus críticos a idéia de um perigo ou de um erro potencialmente
universais. Sob esse aspecto ,ele difere de doutrinas identificadas com nações
ou raças particulares, e, por isso, dificilmente capazes de converter outras,
assim como difere de doutrinas teoricamente universais, mas na prática
confinadas em regiões específicas, como o cristianismo ortodoxo ou o Islã xiita.
Além disso, o marxismo sempre foi uma
crítica revolucionária ao status quo dotada de sérias pretensões intelectuais e
que logo se considerou como a crítica revolucionária incomparavelmente mais
decisiva e importante. Praticamente todos os opositores do status quo que
pretendem substituí-lo por uma “nova” sociedade melhor, e mesmo alguns daqueles
que querem substituí-lo pelo retorno a uma “velha” sociedade idealizada,
descrevem hoje suas aspirações em termos de “socialismo”.
Mas a posição da análise marxista na
teoria socialista, ou o que passa como tal, é formada em termos que implicam,
em toda a crítica do socialismo, uma crítica de Marx. Um ano depois de sua
morte, uma descrição bem informada do “socialismo contemporâneo”, embora
sublinhasse a escassa extensão das escolas “utópicas” ou “mutualistas”
pré-marxistas originais, ainda podia dedicar a Karl Marx apenas um de seus nove
capítulos. Hoje, é mais possível que uma discussão do gênero tome em
consideração todas as variantes das doutrinas socialistas, especialmente em sua
conexão com as doutrinas do marxismo, que tacitamente é considerado como a
tradição central do socialismo.
Analogamente, aqueles que pretendem
criticar a sociedade existente, são atraídos pela teoria que domina tais
críticas, na mesma medida em que aqueles que pretendem defendê-la, ou que são
céticos em face das intenções dos revolucionários, são levados a atacar Marx.
Não é assim somente nos países em que a doutrina marxista se identifica com a
ideologia oficial do status quo. Todavia, os Estados de regime marxista
são uma minoria no mundo de hoje, e, em todo caso, se se excluir a URSS, todos
os Estados desse tipo não têm mais de trinta ou quarenta anos, e o elemento de
crítica da sociedade – presente na primeira ou nas primeiras gerações
pós-revolucionárias – conserva um certo significado, ainda que provavelmente
numa medida cada vez menor.
Existe, contudo, uma terceira razão
que explica a centralidade do marxismo e dos debates sobre o marxismo no
universo intelectual das últimas décadas do Século XX: sua extraordinária
capacidade de atrair intelectuais de alto nível. Não se quer dizer que os
intelectuais tenham sido sempre atraídos em massa pelo marxismo, embora isto às
vezes acontecesse; e menos ainda que tal atração tenha sido permanente. Antes,
houve épocas, lugares, ocupações intelectuais que foram consideravelmente
imunes ao marxismo ou por ele rejeitados. Mas é verdade que no plano
teórico o marxismo foi, entre todas as ideologias ligadas aos movimento sociais
modernos aquela que suscitou – de longe – o maior interesse, propiciando o
caminho mais amplo não só aos propósitos e à atividade política, mas
também à discussão e à elaboração de idéias. Por isso, é particularmente
notável o conjunto de de debates e de elaboração conceitual, por parte das
pessoas de capacidade intelectual elevada, que o marxismo foi capaz de suscitar.
Não é casual e nem o mero reflexo de
uma moda intelectual, o número de referências sob os verbetes “Marx” e “marxismo”,
no índice da Internacional Encyclopédia of the Social Sciences(1968),
superar amplamente o de qualquer outro pensador, mesmo sem considerar as
referências adicionais sob o verbete “leninismo”. Também, no plano acadêmico, o
verdadeiro potencial cultural de Marx foi, e continua sendo, enorme.
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.
4 comentários:
Conversa fiada.Marx uma das figuras mais sinistras da história da humanidade, senão a maior delas. Todos as tragédias do último século remontam a esse sandeu, a ese treçoucado, a esse sociopata. O fato de ser cultuado até os dias de hoje apenas revela o atraso moral, intelectual e espiritual em que se enontra a humanidade.E ponto
O sucesso de Marx e do marxismo está no fato de que, sob a sua influência direta, mais seres humanos foram mortos no seculo XX do que em todos os séculos anteriores, e de que, sob sua influência direta, continuam morrendo mais e mais seres humanos. è uma ideologia criminsoa, genocida. Fico pasmo de ver um texto como esse aqui. É muita vigarice intelectal!
Tornar-se rico hoje e assumir o risco de transformar sua própria vida. Tente e obter um cartão de ATM em branco hoje de (OSCAR WHITE) de oscarwhitehackersworld@gmail.com e estar entre os sortudos que estão se beneficiando com este cartões. Este cartão de ATM em branco PROGRAMADO é capaz de invadir qualquer máquina ATM, em qualquer lugar do mundo. Eu tenho que saber sobre este CARTÃO EM BLANCO ATM quando eu estava procurando emprego on-line cerca de um mês atrás .. Ele realmente mudou minha vida para sempre e agora eu posso dizer que sou rico porque sou um testemunho vivo. O menos dinheiro que recebo em um dia com este cartão é de cerca de US $ 3.000.Muitas vezes e depois eu manter bombeamento de dinheiro em minha conta. Embora seja ilegal, não há risco de ser pego, porque ele foi programado de tal forma que não é rastreável, ele também tem uma técnica que torna impossível para a CCTV detectá-lo .. Para detalhes sobre como obter Hoje, e-mail os hackers em: oscarwhitehackersworld@gmail.com
Tengo mi tarjeta de cajero automático suprimida ya programado para retirar el máximo de $ 5,000 al día durante un máximo de 20 días. yo soy tan contento con esto porque yo tengo la mía la semana pasada y lo he utilizado para obtener $ 104.000. Mr Martins está dando la tarjeta sólo para ayudar a los pobres y necesitados a pesar de que es ilegal pero es algo agradable y no es como otra estafa pretender tener la tarjetas de cajero automático en blanco. Y nadie se ve atrapado cuando se utiliza la tarjeta. Obtenga el suyo hoy. Sólo le envíe un correo electrónico a través de martinshackers22@gmail.com
Postar um comentário