Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Henrique Abrão e Laércio Laurelli
A política está morta viva a democracia e a liberdade de
imprensa para efeito de mostrar malfeitos, mazelas e falcatruas de nossa classe
dita representativa da soberania popular. A putrefação política causa asco e
isso nos infelicita, tamanha a falta de vergonha e cinismo daqueles responsáveis
pela governabilidade da Nação. Não se enxerga horizonte daqui para frente que
possa marcar passo e demonstrar que temos um Emanuel Macron brasileiro.
Dizem que a justiça criminalizou a política, mas, ao contrário,
a política sujou as mãos e se ocupou de crimes e ilicitudades com empresas em
paraísos fiscais e depósitos no exterior, extraindo o sangue de empresas
estatais mediante superfaturamento, cobrando o sobrepreço para que fosse
mantida a máquina política e emergisse para o inferno de tanta maledicência e
contribuísse para que as investigações prosseguissem sem data para encerramento.
Faltam nos a capacidade de revolucionar e reformar a política, gente
nova com projetos e ambições não vinculadas e livres da rubrica partidária e
com ares confluentes para a democracia. O que podemos destacar é a falta de um
elo de ligação entre a sociedade e os governantes, tanto no legislativo mas
sobretudo no executivo. O critério de mérito é ímpar também para qualificar os
nomeados nas cortes superiores, no tribunal de contas e nas agencias
reguladoras.
As instituições foram solapadas mediante uma investigação
rigorosa a qual foi contundente a evidenciar que não temos seriedade e muito
menos responsabilidade. A sinalização é de um buraco negro no espaçamento entre
hoje e o amanhã, já que não avistamos quaisquer candidatos com mínima possibilidade
sucessória.
Antecipar as eleições seria o remédio para acabar com as
incertezas e inseguranças que rondam a sociedade e o mercado? Talvez possa ser
um caminho tranquilo de qualidade,qual seja antecipar as eleições para novembro
de 2017 e dar espaço para microreformas políticas, revisitada a clausula de
barreira e o financiamento político partidário.
As eleições antecipadas para novembro de 2017 projetariam num
novo horizonte e sossegariam os animos daqueles mais exaltados notadamente da
esquerda que não se conforma de ter sido pulverizada do poder por causa de uma
estabanada gestão e de um descontrole orçamentário de gravidade inigualável.
Enfrentar todos os problemas ao lado das vicissitudes parece ser
um destino que nos coloca na evidencia e no calcanhar dos países desenvolvidos,
já que nossa economia num voo de galinha subtrai investimento, desova o emprego
e traz taxas de juros impraticáveis e proibitivas no cenário empresarial.
Todos reclamam e com razão as empresas em crise e o aumento
vertiginoso das recuperações judiciais ,quando não dos pedidos de falência que
pipocam aos quatro cantos do Brasil. Enquanto isso as indústrias ficam
paralisadas em compasso de espera, o crescimento do setor de serviços é pífio
se comparado com anos pretéritos e as grandes industrias responsáveis pela
contratação exasperam o exaurimento de um modelo literalmente falido que
beneficiou alguns setores por meio de isenção ou saldão de juros baixos
proveniente de dinheiro público.
Agora se repensa sobre a medida provisória 784/17 seria ela
capaz de proteger a ponto de blindar o sistema financeiro e livrá-lo da guerra
de investigação dos seus malfeitos na economia? Muita água rolara debaixo da
ponte para que a medida provisória seja aprovada e tenha conotação de ter
quorum parlamentar, mas as emendas virão com naturalidade já que as últimas
delações se constituíram em verdadeiras premiações para os criminosos e
delinquentes confessos.
A putrefação política não é a morte e nem tampouco o estado de
óbito mas a essencia de mudança e radical transformação para que tenhamos condições
de antecipar as eleições até novembro e com isso gerar confiança junto ao
mercado. As desconfianças se multiplicam e o cerco está cada vez mais beliscando
os nossos governantes nas três esferas de poder.
Antes que se expeça um manado de prisão coletiva é fundamental
que renunciem e libertem o Brasil das mãos sujas e dos desvios de poder, personalidade
e falta de caráter. Chegamos no limite do fosso no elo entre o afundar e o
ressuscitar e a sociedade na sua expectativa entende que essa limpeza poderá
desinfetar toda maldade e lavar as maledicências que nos últimos anos nos conduzem
ao descrédito nacional e internacional com sérios riscos de ruptura do tecido
social, agravado por problemas que nos circundam e não encontram respostas à
altura, ante a falência da governabilidade corroída e corrompida pelas práticas
deliquenciais continuadas.
Que o sentimento de patriotismo e de amor à Nação nos coloquem
em direção oposta à corrupção!
Carlos Henrique Abrão (ativa) e Laércio Laurelli (aposentado)
são Desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Um comentário:
A única esperança seria a ONU obrigar o judiciário a trabalhar, ou seja fazer os processos andarem como se deve, mudar a lei da magistratura que é uma vergonha pois não permite a punição para os bandidos que infestam esse poder incompetente e corrupto, obriguem que criem uma policia especializada e que combata os crimes organizado e comandado pelo judiciário, obriguem juízes e desembargadores a entenderem que são funcionários públicos e são obrigados a trabalharem para o povo em geral e não apenas para a maçonaria... Em todos os governos o judiciário apronta e fica de santo e isto tem que mudar, tudo de ruim na história desse pais tem o judiciário por de trás... Se gritar pega ladrão não fica um, basta divulgarem os salários e´previlégios milionários dessa máfia sempre maldita...
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