Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Renato Sant’Ana
Há muitos anos, tive por paciente uma mulher de meia-idade com seqüelas
emocionais que lhe arruinavam por completo a vida. Basta saber que, na infância,
sua mãe franqueava-a para que um vizinho abusasse sexualmente dela. Sim, é isto
mesmo! Os abusos que, na infância, lhe deixaram marcas inapagáveis foram
chancelados pela mãe. Antigamente, relatar esse fato provocaria uma repulsa
unânime; hoje, já não sei.
O Brasil, que já tem destaque no mapa do energúmeno
"turismo sexual" - pela reputação (duvidosa) de "mulheres
fáceis" e, mais grave, pela prostituição infantil -, ganhou notoriedade
nos últimos dias com a propagação de imagens feitas num "espaço" do
MAM (Museu de Arte Moderna de S. Paulo), em que uma menina manipula o corpo de
um "artista": um homem adulto completamente nu. Orientada e
incentivada por uma mulher que deve ser sua mãe, a menina de uns seis anos
manipula a mão direita e depois, demoradamente, a perna do "artista"
que está deitado e imóvel. E ele, identificado como Wagner Schwartz, não apenas
o permitiu, mas também dançou "Ciranda, Cirandinha" com outras quatro
crianças, ele sempre nu, balançando as genitálias (o Ministério Público
instaurou inquérito para investigá-lo).
Antigamente, relatar esse fato provocaria uma repulsa unânime;
hoje, não. Nas redes sociais e até na imprensa, ridiculariza-se quem faz qualquer
objeção ao fato.
E serão mesmo genuínas a motivação e a conduta daquela mãe? Seja
como for, sua conduta coincide com uma onda ideológica que vai do "politicamente
correto" à nefasta "ideologia de gênero" em cujo ideário está a
supressão da crítica, o afrouxamento das regras no tocante a "comportamento
sexual", o desfazimento das diferenças intergeracionais (criança, jovem,
adulto), a genitalização dos afetos, a supervalorização das experiências
sensuais, a eliminação do "senso de ridículo", a naturalização
impositiva daquilo que a tradição fixou como reprovável, o desprezo desdenhoso
contra quem pretende preservar valores e, como objetivo final e sua síntese, um
relativismo moral que se traduz em um "vale tudo".
Não há, obviamente, equivalência entre a hediondez do primeiro
parágrafo e o que fez a mãe no museu. Mas, será possível ignorar o significado cultural
da nudez? É aí que surge uma conexão entre um e outro caso: embora em graus
distintos, em ambos houve uma "invasão" arbitrária no desenvolvimento
da sexualidade infantil.
Oxalá, nenhum dano haja. Mas, será possível, para a mãe do MAM,
antever o efeito daquela interferência na personalidade da filha? Num cenário
em que há mais dúvidas do que certezas, por que não agir com mais cautela? Dado
que ninguém conhece a forma perfeita, por que não trilhar um caminho mais
seguro e sem exageros inovadores?
Renato Sant'Ana é Psicólogo e
Bacharel em Direito.
2 comentários:
São resultados de estúpidas e nocivas ideologias comunistas do Foro de São Paulo, que se impregnaram na Educação e Cultura do Brasil. Há que renovar a Constituição, para que esta não permita desaforos em nefastas exposições.
É a descontração de valores em nossa sociedade. É o louco com a chave do hospício e determinando o que é correto. Não vamos nos calar, diante da nefasta ideologia de gênero e tantas outras destruindo como fogo sorrateiramente...
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