Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Maria Lúcia Victor Barbosa
Faz tempo que a imagem do político está vinculada à corrupção,
promessas não-cumpridas, incompetência, descaso com a população. Atualmente
isto se acentuou o que, por tabela, dificulta a atuação e manutenção das
máquinas partidárias. O desgaste é sentido, inclusive, pelos três maiores
partidos: PMDB, PT e PSDB.
No caso do PT foram quase duas décadas de escândalos de
corrupção e, por fim, o descalabro na economia que detonou o País. Portanto,
não foi à toa que em manifestações espontâneos e inéditas na nossa história
milhões de pessoas foram às ruas de todo o país aos gritos de: “Fora Dilma”.
“Fora Lula”. “Fora PT”.
A consequência foi o impeachment de Rousseff, o qual teve
efeitos devastadores sobre o PT e seu chefe. Lula viu seu poder esmaecer. O PT,
nas eleições municipais passadas perdeu 60% de suas prefeituras. Fracassou até
no “cinturão vermelho”, região do ABC, sendo que a derrota mais amarga se deu
na capital paulista com a vitória de João Dória (PSDB) para a prefeitura sobre
o desastrado ex-prefeito petista, Fernando Haddad.
Até as greves gerais que a CUT prometeu se transformaram em
fiascos. E foi difícil reunir companheiros para elegerem seus diretórios
municipais.
Entretanto, Lula da Silva vem fazendo campanha antecipada e
frenética para voltar ao poder, mesmo estando condenado em um processo e sendo
réu em vários outros. Ele proclama que já ganhou, certo que escapa da Justiça.
Mas, será que consegue novamente enganar o eleitorado com suas mentiras? Pelo
menos suas caravanas têm sido um fracasso.
Quanto ao PSDB, também corre o risco de se apequenar nas
próximas eleições. Ao teimar em manter candidaturas das mesmas figuras, o
partido impediu João Dória que tinha mais probabilidade de chegar à presidência,
de competir. Dória é combativo, apto a enfrentar o violento PT e renovação em
termos de Brasil. Ao invés disso, o PSDB insiste nos seus punhos de renda, nas
cabeças baixas diante das agressões petistas. Pousados em cima do muro os
tucanos nunca sabem se vão ou se ficam, se fazem ou não fazem. Pior, cultuam
Lula da Silva.
Relembre-se que quando “o pobre operário” finalmente ganhou, FHC
fez a inédita transição, ou seja, passou seus melhores quadros técnicos para os
incompetentes petistas. Acrescente-se que durante o primeiro mandato de Lula, o
PSDB foi o partido que mais o ajudou no tocante as votações no Congresso.
A paga por tanta devoção se traduziu nos gritos de “fora FHC”,
além do pedido de impeachment deste. Naquele tempo, Lula e o PT não consideravam
impeachment golpe, assim como não foi golpe para eles o que aconteceu com o
ex-presidente Fernando Collor de Mello.
Nos seus mandatos, especialmente no primeiro, Lula mandou copiar
as políticas macroeconômicas e sociais de Fernando Henrique, mas as chamou de
herança maldita.
O PSB tem tomado decisões erradas e vacilado demais como é seu
costume. Com isso tem desgostado o eleitorado e poderá encolher na eleição de
2018.
Quanto ao PMDB, que há 23 mantém o papel de coadjuvante do PSDB
e do PT, provavelmente seguirá sem candidato presidencial. De todo modo, o
partido tem sua dose de descrédito por conta da enxurrada de denúncias de
corrupção, cujo ápice se concentra o Rio de Janeiro.
O próprio presidente, Michel Temer, foi crivado pelas “setas” do
então Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, que tirou o foco foi do PT
e o passou para o PMDB, que apareceu como o grande partido corrupto. Enquanto
isso, a mídia promoveu diariamente dois momentos de ódio: um contra o
presidente norte-americano, Trump, outro contra o presidente Temer.
É impossível dizer o que vai acontecer em 2018. Mesmo porque,
com relação à presidência da República estão aparecendo candidatos que nunca
disputaram tal cargo, como o deputado federal Jair Bolsonaro, politicamente
incorreto como o povo gosta e capaz de enfrentar o PT e demais adversários com
o mesmo rigor retórico.
Sem João Dória, outro nome que representaria novidade, Luciano
Huck, está sendo cogitado para concorrer à presidência da República. Com
aceitação já acentuada de imagem em faixa significativa de eleitores, resta
saber se ele entrará ou não em campanha. Outros tipos de renovação poderão
ocorrer alterando o jogo político.
Na eleição municipal passada houve grande dispersão partidária
dos votos em vários partidos, o aumento de votos nulos, brancos e de
abstenções. É provável que isso se repita e até se amplie em 2018, refletindo o
descrédito da população com os políticos.
Estas, naturalmente, são hipóteses baseadas nas tendências que
se observam hoje. O resultado real só se dará quando as urnas se abrirem em
outubro de 2018. Resta desejar que hajam mudanças.
Maria Lucia Victor Barbosa é
socióloga.
mlucia@sercomtel.com.br
Um comentário:
Vítima de tantas falcatruas, a polícia simplesmente não tem mais espaço. O modelo se esgotou e está agonizando. Mas não se desesperem, pois o sujeito que foi buscar a guilhotina vai parecer.
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