Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Renato Sant’Ana
Saber o que acontece é essencial para quem quer vacinar-se
contra a manipulação ideológica. Em "Confissões" (O Globo,
16/12/2017), Merval Pereira destaca o caráter autoexplicativo dos depoimentos
dos envolvidos em delitos de corrupção na Operação Lava Jato.
Citando exemplos, o jornalista mostra que os depoimentos
"por si só deixam claro o mecanismo criminoso utilizado, ou se revelam uma
confissão espontânea, mesmo que o autor não tivesse essa intenção". Os casos
descritos derrubam por terra a ofensiva ideológica que pretende
impingir a falsa ideia de que os depoentes são coagidos a falar,
quando o que fazem eles é revelar espontaneamente (ou convenientemente) alguns delitos
apenas, estratégia urdida por seus caríssimos advogados.
O ex-governador do RJ, Sérgio Cabral, admitiu perante o juiz
Marcelo Bretas que usou dinheiro do caixa 2, informando que foi para ter
"uma vida incompatível, muito além dos meus dinheiros lícitos. Eu
errei". Não disse o quanto surripiou (muitos milhões, segundo o MP) e
recorreu a atenuantes. Mas, como diz Merval Pereira, "Numa frase, o
ex-governador do Rio confessou que desviou dinheiro para manter um alto padrão
de vida, embora negasse que se tratasse de propina. Questões semânticas que não
se sustentam diante da lei."
Já os réus Glaucos da Costamarques e João Muniz Leite revelam
toda a farsa em torno da propriedade de um apartamento, que pode ser de Lula ou
de seu amigo José Carlos Bumlai (recibos de aluguéis assinados de uma só vez
durante internação de Costamarques no Hospital Sírio-Libanês, aluguéis que ele
nunca recebeu mas foram declarados por Lula e, gerando impostos, acabaram pagos
por José Carlos Bumlai).
Para ocultar os fatos, a estratégia lulopetista é forjar crenças
– a mitologia da "perseguição", da "falta de provas" e do
"interesse internacional", que o brasileiro desinformado assimila
fácil. É a desonestidade de dizer que a Lava Jato é uma "armação"
para atacar o PT.
Só que os réus têm os advogados mais bem pagos do país;
condenados,
recorrem ao 2º grau; não um, mas vários desembargadores examinam
os recursos, apesar disso a maioria das condenações são confirmadas (às vezes,
aumentadas). Ah, mas falta o recibo da propina... (Crime registrado em
cartório?) Como lembra Merval Pereira, "Um conjunto de indícios pode dar
ao Juiz uma certeza acima de qualquer dúvida razoável". É, aliás, o que
prevê a lei brasileira.
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