Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Osmar José de Barros Ribeiro
Em janeiro de
1979, no Colégio Salesiano de Lins/SP, um congresso de metalúrgicos convocou os
trabalhadores brasileiros à formação do Partido dos Trabalhadores (PT),
concretizada em janeiro do ano seguinte. Na ocasião, Luiz Inácio Lula da Silva
já pontificava como líder dos sindicalistas e depois do próprio Partido,
resultado da união de operários da indústria automotiva, professores e
intelectuais marxistas, religiosos ligados à Teologia da Libertação, comunistas
de distintas linhas ideológicas e outros.
O PT tem, como
norte, a transformação da sociedade utilizando todos os meios de pressão: da
atividade parlamentar à agitação nos meios rurais e urbanos. Após uma primeira
fase, quando se apresentava como paladino da moralidade e da ética na política,
o PT adotou os princípios orientadores do gramscismo, muito embora não
abandonasse os da “violência libertadora” preconizados pelo MST e MTST,
organizações sem existência legal, mas que nem por isso deixam de receber
vultosas verbas dos cofres públicos.
Em 1989 caia o
Muro de Berlim e, dois anos mais tarde, deixava de existir a União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas. Os próceres do comunismo, prevendo tal
desfecho, trataram de buscar uma solução. E ela estava bem à vista: Cuba que,
sem o declinante apoio soviético, via-se em palpos de aranha para continuar
existindo, além de ser dominada por alguém que gozava de prestígio junto aos
partidos de esquerda nas Américas Central e do Sul. Havia que encontrar uma
organização que pudesse e desejasse colocar-se às ordens de Fidel Castro. E ela
também já existia, o PT, dirigido por Lula, gozando de prestígio junto a
círculos políticos do Brasil.
Fidel, em 1990,
encontrou-se com Lula na cidade de São Paulo e traçaram as linhas mestras do
que viria a seguir. Naquele ano, o PT convocou uma conferência de partidos
políticos e organizações de esquerda das Américas, inclusive aquelas ligadas ao
narcotráfico. Foi o pontapé inicial para a criação do que logo seria conhecido
como Foro de São Paulo (FSP) e que hoje se define como sendo uma organização
empenhada em alcançar o controle das instituições governamentais em todos os
níveis e a criação de uma “opinião pública” que se contraponha à orientação
moral e intelectual em vigor na sociedade.
Diferentemente do
comunismo soviético, o Foro aceita tanto os meios financeiros (que ele denomina
de “mercado”) quanto a democracia representativa, sem que isso exclua uma
estratégia própria que objetiva superá-los, de forma a “democratizar a
democracia burguesa” e fazê-la funcionar a favor dos seus interesses.
O PT, durante
seus 13 anos de poder, não descurou da busca de transformações sociais.
Internamente, defende que a soberania pertence ao povo, segundo um processo no
qual setores organizados exerceriam a gestão da política, da economia e da
cultura, buscando superar a “democracia liberal burguesa” através a criação de
Conselhos Populares, verdadeiros Sovietes. Externamente, juntamente com Cuba,
Venezuela e Bolívia, os governos petistas não perderam de vista a busca da
integração latino-americana e a difusão das ideias comunistas, o fortalecimento
das relações com países africanos, mediante incremento de trocas
bilaterais e acordos de ajuda mútua. Tais providências, aliadas a uma corrupção
desbragada, levaram ao desastre a economia brasileira.
Os fatos
resultantes do julgamento de Recursos de Lula no TRF-4, com ameaças de baderna
caso venha a se concretizar a prisão do ex-presidente, são a prova do amor
petista pela democracia.
Osmar José de Barros Ribeiro é
tenente-coronel reformado do Exército.
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