Artigo no Alerta
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Por Sérgio Alves
de Oliveira
O que fazer quando a democracia se
torna na quase totalidade na escolha do pior, como é hoje no Brasil?
A prática da democracia brasileira
sem dúvida está desmoralizando toda a virtude originária desse excepcional
modelo político, que no passado conseguiu desbancar e substituir os regimes
absolutistas e propiciou um grande salto da humanidade na busca do
desenvolvimento social, político e econômico.
Recordando Aristóteles, em
“Política”: ”não importa o regime ou a forma de governo, o que importa é a
VIRTUDE no seu exercício”.
Dessa concepção, segundo o mesmo
filósofo, resulta que qualquer uma
das FORMAS PURAS de governo, pressupondo VIRTUDES
POLÍTICAS, consistentes na MONARQUIA
(governo de um só), na ARISTOCRACIA (governo dos melhores), ou na DEMOCRACIA
(governo do povo), conseguirá atender satisfatoriamente as necessidades de qualquer povo.
Afastada a virtude em qualquer uma das formas de governo, tornando-a por isso mesmo uma forma “impura”,
degenerada, corrompida, surge necessariamente
a TIRANIA (corrupção da Monarquia), a OLIGARQUIA (idem da Aristocracia),
e a DEMAGOGIA (idem da Democracia).
O historiador e geógrafo da Antiga
Grécia, POLIBIO, substituiu a “demagogia”, que Aristóteles consagrara como
corrupção da “democracia”, pela OCLOCRACIA, conservando a “demagogia”, porém
ampliando nesse título o elenco de
vícios que podem impregnar a democracia.
Portanto a OCLOCRACIA seria a
DEMOCRACIA falsa, degenerada, corrompida, malformada, praticada por um
eleitorado desprovido de consciência e educação
democrática amadurecida, invariavelmente favorecendo a ralé, a escória da
sociedade, atraída para a política e dela fazendo uma profissão desonesta e
muito lucrativa.
Ao que tudo indica, o “quadro”
político do Brasil, às vésperas da eleição de 7 de outubro, que definirá os
eleitos para Presidente da República, Governadores, Senadores e Deputados
Federais e Estaduais , está perfeitamente delineado para que se possa
enquadrá-lo em algum dos modelos de governo e de política preconizados por Aristóteles e Políbio,
considerando não só as probabilidades dos candidatos a serem eleitos, como
também o atual “plantel” de políticos governando e legislando.
Com certeza não haverá mudança
substancial do quadro hoje existente. Mais de 80% serão eleitos. Talvez haja
uma mudança importante de titular e “estilo” na Presidência da República. Mas
se isso eventualmente acontecer, ainda será muito pouco para uma efetiva
mudança do panorama político global.
Quem examinar a nominata dos
candidatos à Presidência da República, por exemplo, ficará certamente pasmo,
“arrepiado”, com o baixo nível da quase totalidade dos candidatos.
Faltaria espaço para ampliar esse
tema. Mas uma “amostragem” parece que seria
o suficiente. No Estado de Alagoas, por exemplo, a preferência do
eleitorado para governador estaria
recaindo nas candidaturas de Renan Filho e Fernando Collor de Mello. No Rio de
Janeiro, nos candidatos Romário (um “cara” que passou a vida inteira “pensando”
com os pés), Eduardo Paes e Anthony Garotinho, nada melhores. O problema nessas
eleições é saber qual o “pior”, não qual o “melhor”.
No seu livro “Mein Kampf” (Minha
Luta), escrito por Hitler dentro da
prisão, dizia ele que na Áustria,
seu país de origem, ” eram atraídos a fazer
política a pior escória da sociedade”. E certamente não é pelos horrores
cometidos sob sua autoridade na
Alemanha Nazista que Hitler passou a ser execrado mais que qualquer outro ser humano pela
maioria dos políticos. É por ter falado “mal” dessa gente. Mas se o “fuhrer”
estivesse hoje no Brasil, e dissesse a mesma coisa que escreveu na prisão, porventura não estaria falando a verdade? Não seria talvez até aplaudido?
Em vista desse “lixo” na competição
eleitoral, não resta qualquer outra alternativa que não seja a de enquadrar na
OCLOCLARIA a forma de governo no Brasil, tanto atual, quanto após assumirem os
candidatos eleitos.
Trocando em miúdos, com essa pretensa
“democracia” o Brasil jamais sairá do atoleiro político em que se meteu. Mas já
que nesse dilema o único que não pode
ser mudado é o próprio povo ,o
eleitorado, restaria as alternativas de
mudar a forma de governo, “dispensando” essa
democracia degenerada, ou os políticos já “viciados”. Fora daí não há
salvação!!!
Sérgio
Alves de Oliveira é Advogado e Sociólogo.
Um comentário:
Excelente artigo!
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