Ganhar ou perder uma eleição faz parte do jogo. A derrota se torna
vergonhosa quando acontece por imperdoável erro estratégico, cometido pelos
marketeiros brilhantes na estética da enganação, porém completamente ignorantes
da natureza real da Política. A eleitoragem de 2018 traz vários exemplos
deploráveis de erros primários, sobretudo nas campanhas presidenciais.
O PSDB exagera na dose de besteiras fatais. O programa eleitoral e as
inserções de rádio e televisão dos tucanos revelaram apenas o desespero de uma
candidatura incapaz de decolar. Geraldo Alckmin se viu forçado a abandonar o
estilo asséptico de “Picolé de Chuchu” para assumir um tom agressivo e leviano
que não combina com ele. Resultado: cometeu suicídio político ao atacar,
violentamente, ao mesmo tempo, o paciente Jair Bolsonaro e o “Andrade, poste do
Presodentro Lula”.
Geraldo Alckmin simplesmente fechou as portas para um apoio a Haddad ou
Bolsonaro, em um eventual segundo turno (que pode nem ocorrer). Até agora, apesar
do maior tempo para propaganda em rádio e tevê, Geraldo não conseguiu emplacar
a imagem de “candidato de centro”. O ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso voltou
a fazer o apelo patético a favor de uma “união das candidaturas de centro, "que
não apostam em soluções extremas, se reúnam e decidam apoiar quem melhores
condições de êxito eleitoral tiver". Até agora, Geraldo só representa tal
“opção” no discurso.
FHC prega um rompimento com "a radicalização dos sentimentos
políticos" entre Bolsonaro e Haddad: O papo do príncipe dos sociólogos é
bem furado: "A gravidade de uma facada com intenções assassinas haver
ferido o candidato que está à frente nas pesquisas eleitorais deveria servir
como um grito de alerta. Basta de pregar o ódio, tantas vezes estimulado pela
própria vítima do atentado”. HC também cutucou o candidato do velho “amigo”
Lula: “O fato de ser este o candidato à frente das pesquisas e ter ele como
principal opositor quem representa um líder preso por acusações de corrupção
mostra o ponto a que chegamos".
O apelo básico de FHC: "Ou se busca a coesão política, com coragem
para falar o que já se sabe e a sensatez para juntar os mais capazes para
evitar que o barco naufrague, ou o remendo eleitoral da escolha de um salvador
da Pátria ou de um demagogo, mesmo que bem intencionado, nos levará ao
aprofundamento da crise econômica, social e política". O Papo de FHC só
não consegue seduzir os demais concorrentes de Alckmin, como Marina Silva, Álvaro
Dias, Henrique Meirelles e João Amoedo...
Impressionante é como o PSL de Bolsonaro não consegue direito de resposta
na propaganda do PSDB. Tradicionalmente, a "Justiça" Eleitoral não
entra no mérito (ofensivo ou mentiroso) do conteúdo dos anúncios. Geralmente, o
candidato vítima de ataque ganha o horário como direito de resposta. O curioso
é que sobra ataque sem defesa na eleição deste ano. O que fazem os advogados do
partido do Bolsonaro? Por que eles cometem um erro tático de não barrar os
ataques do Geraldo? É medo ou burrice? O eleitorado pode ficar com aquela
impressão de que “quem cala consente”...
O mais assustador é o baixo nível da campanha 2018. Muita intriga, muita
acusação mútua e muito pouca clareza sobre soluções para o Brasil – um País
perigosamente dividido ideologicamente e sem projeto estratégico de Nação.
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente,
analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e
estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade
objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe
do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e
Assuntos Estratégicos.
A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.
© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 21 de Setembro de 2018.
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4 comentários:
nutavael diz...
no inicio falava so a verdade. agora so fala o que lhe convem e usa cachaceiros para ajudar no falatório. a fgv continua com sua mixao de transformar o que e justo em bosta. falei.
"O mais assustador é o baixo nível da campanha 2018. Muita intriga, muita acusação mútua e muito pouca clareza sobre soluções para o Brasil – um País perigosamente dividido ideologicamente e sem projeto estratégico de Nação.".
Esta é a negra realidade!
FHC, o fabiano, lobo em pele de cordeiro, facilmente confundível como traidor da pátria, o que não deixa de ser!
Sobre o baixo nível do palavrório das campanhas é muito fácil entender. As esquerdas, todas oriundas das mais densas trevas, sob qualquer ponto de vista, tem a preocupação maior em assassinar reputações, destratar os concorrentes e nada apresentar de útil.
Onde e quando o diabo apresentou uma proposta positiva e aproveitável?
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