Artigo no Alerta
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Por Sérgio Alves de Oliveira
Tudo leva na infeliz direção que a
promessa de campanha sobre redução da máquina estatal, com extinção de Ministérios, do futuro Presidente da
República, Jair Bolsonaro, será mais um “faz-de-conta” a somar-se a tantos
outros que no passado já frustraram o povo brasileiro durante os vários
governos de toda a sua história.
Quem não está nada feliz com esses
anúncios de mudanças é a “esquerda”, do PT “et caterva”, principal responsável
pelo caos herdado por Bolsonaro, e que além do mais promete fazer alianças “até
com o diabo” para boicotar o bom andamento do novo Governo.
Portanto está difícil de concluir
quais serão os maiores empecilhos para Bolsonaro bem governar, se os
adversários políticos, ou os próprios “correligionários”, também querendo mamar
nas “tetas” já quase vazias do
Estado.
Se Sua Excelência, o Presidente
eleito, não conseguir romper com esse “necrófilo” ciclo, certamente ele
terminará o seu mandato sem realizar nada do que prometeu. Será só mais “um”
Governo ,dentre todos os outros que no
passado já infelicitaram o povo brasileiro. Mesmo porque boa vontade e combate
à corrupção não seria o suficiente para as reais carências do Brasil, que atingem aspectos morais,
políticos ,econômicos e sociais, e que começaram paulatinamente a ser agravar
sobremaneira após 1985,chegando a níveis
absolutamente intoleráveis a partir de 2003, nas gestões dos “trombadinhas ”
PT/MDB.
Nem é preciso ser nenhum especialista
em administração pública para se verificar desde logo que a tendência é de não haver qualquer diminuição
da máquina estatal, e sim simples rearranjos e trocas de nomes e “status” de
órgãos públicos, não diminuindo o número de servidores ,nem as despesas do
erário. Mais parece que no “fundo” a principal causa dessa não-mudança estaria
na necessidade de achar lugar para
acomodar e “premiar” politicamente muita gente que só consegue sobreviver às
custas do Estado.
Enquanto num dia o Presidente eleito
promete medidas “radicais” para melhorar o quadro administrativo do país, já no
outro dia ele “recua” ante as reclamações , ”gritarias” e ameaças dos que se
beneficiavam, direta ou indiretamente, com a situação que seria mudada. Trocando
em miúdos: os descontentes “ganham-no-grito”. Nesse ritmo, as dezenas de
Ministérios não acabarão sendo reduzidos, conforme as promessas eleitorais,
porém aumentados. A cada “grito” mais forte , corresponde uma “recuada”. E isso
é todo o dia.
Uma das frases que mais tocou fundo
na minha consciência política foi escrita
por J.J.Rousseau: “Quando se vê os negócios do Estado sendo geridos por
uma camponês, à sombra de uma carvalho, pode-se estar seguro que os negócios do
Estado estarão sendo bem conduzidos”.
Com essa frase Rousseau simplesmente resumiu que a grandeza da política de uma nação está na sua simplicidade.
Meu pai teve alguma vivência na
política do Rio Grande do Sul, nas décadas de 50 e 60,como Deputado Estadual e Prefeito de uma
cidade interiorana, por dois mandatos
alternados. Sentindo as dificuldades geradas pela ausência de
informações mais detalhadas sobre a complexidade da “máquina” estatal
brasileira, ele teve a feliz iniciativa de organizar e mandar publicar o
chamado “Guia das Repartições”, editado pela Secretaria da Administração do RS, a fim de que a “coisa” pública ficasse mais à mão
dos administrados, numa época em que a internet nem existia ainda.
Eu era ainda um “guri” quando a minha
curiosidade me levou a “destrinchar” o tal guia. O que mais me impressionou ao
entrar nesse mundo novo para mim foi a enorme quantidade de repartições e órgãos públicos existentes
no Brasil, tomando muitas centenas de páginas.
Pensei: ”poxa”,parece que no Brasil existem mais repartições
públicas do que povo”.
Os anos se sucederam. Então pude
comprovar o quanto eu estava certo,
notadamente em relação a um futuro não muito distante. As repartições públicas
foram só aumentando.
Mas enquanto o Brasil não tem
capacitação para criar novas riquezas que beneficiem o seu povo, em termos de
criação de repartições e órgãos públicos ninguém o “bate”. É “campeão mundial”.
Talvez essa “fatalidade” provenha de uma infeliz herança lusitana que teve
forte influência na cultura brasileira.
Somente em empresas paraestatais
integrantes da administração indireta, o Brasil possui hoje o extraordinário
número de 418 empresas. Enquanto isso, a
Suiça possui 4, a Austrália e o Japão 6, a Bélgica 12,os Estados Unidos e Reino Unido 16, a Dinamarca
21 e o Chile 25, só para efeitos de comparação. Esses números indicam que o Brasil tem quase
4 (quatro) vezes mais “estatais” que todos esses países antes identificados...
SOMADOS !!!
Melhor avaliado o problema, hoje
chego à conclusão que a minha impressão
inicial ao consultar o “Guia das Repartições”, por um lado estava certa. Por
outro errada. Teria sido superavaliada, exagerada. É claro que a população brasileira tem mais
gente que o número de repartições públicas. Mas se acrescentarmos ao número
total das repartições públicas e estatais os seus dirigentes (diretores,
conselheiros disso e daquilo, cargos de confiança, etc.), colocados lá pelos
Governos, sem concurso, a “competição” entre a quantidade de estatais e a população, para constatar quem
é maior, começa a ficar bem mais
parelha.
Mas enquanto essa “fartura” inútil se
verifica na atividade pública ,o incremento da produção econômica fica completamente à margem da política, pela
absoluta ausência de incentivos públicos
à produção, apesar de mesmo assim o Brasil ser “carregado nas costas” pelos
empresários e trabalhadores da iniciativa privada. O parasitismo do serviço
público brasileiro nada produz e só consome o que outros produziram.
Resumindo: se a produção
econômica brasileira tivesse
semelhante incentivo ao dedicado ao
parasitismo estatal, certamente o
desenvolvimento econômico daria um enorme salto rumo à prosperidade.
Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e Sociólogo.
Um comentário:
Esqueceu do parasitismo dos empresários e bancos sobre o Estado, com os financiamentos, as isenções, perdão de dívidas e a leniência com os patrões que não recolhem a previdência descontada de seus empregados.
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