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Por Sérgio Alves de Oliveira
Causou perplexidade geral os últimos
acontecimentos no Colégio Marista Nossa Senhora do ROSÁRIO, de Porto Alegre,
onde um grande grupo de “filhinhos” e
“filhinhas de papai, que certamente só
“estudam”, e jamais trabalharam - vivendo, portanto, às custas dos pais,
integrantes da “burguesia”, mas que
inclusive pagam as “salgadas”
mensalidades dos seus filhos nesse
colégio particular - quando resolveram adotar o símbolo da “foice e do
martelo”, que já foi abandonado em quase todo o mundo, declarando guerra contra a vitória de Jair Bolsonaro nas
eleições presidenciais de outubro.
Esses absurdos que passaram a
acontecer no “Rosário” colidem frontalmente com o espírito “Marista”,
cultivado pelo “Instituto dos Irmãos
Maristas das Escolas”, ordem religiosa fundada em 1817,por Marcelino
Champagnat, no vilarejo de La Valla, França, ao qual o Rosário é vinculado. E a
importância do Colégio Rosário é tão grande que ali foi o nascedouro da
Pontifícia Universidade Católica - PUC, do Rio Grande do Sul.
No início da década de 60, cursava eu
o “Clássico”, no Colégio Estadual Júlio de Castilhos (colégio público), que tinha
um corpo de professores dos mais qualificados do Rio
Grande do Sul, ”competindo”, em igualdade de condições ”, com o Colégio Marista
Rosário (colégio particular),de Porto Alegre, também muito prestigiado.
Mas antes de ingressar no curso
“Clássico”, do “Julinho”, como carinhosamente o colégio era conhecido, eu tinha sido aluno e me formado
no curso “ginasial” do “Ginásio São João
Batista”, dos Irmãos Maristas, que na época era o único curso ginasial que
tinha em Montenegro/RS.
Nesse tempo, os Irmãos Maristas
usavam obrigatoriamente a conhecida “batina”. E como professores em sala de aula, também a usavam. Só não usavam
a batina os poucos professores
“terceirizados”.
Eram tão fieis ao uso dessa
vestimenta, que até para jogar futebol os Maristas a usavam. É claro que no caso eles usavam as
batinas que já estavam mais gastas pelo uso. Lembro bem do “craque” que usava batina para
jogar futebol, no “campo” (que era de pura areia), junto ao prédio do Colégio. Era o Irmão Leocádio
Antunes, um craque “5 Estrelas” , pessoa formidável, que não tirava a batina nem
para jogar ,e que era tão velha e “rasgada”, que tinha remendos
improvisados até com arame.
Mas esse “craque-de-batina”,o
Irmão Leocádio, levava uma enorme
vantagem sobre os jogadores adversários . Ninguém conseguia “dribá-lo”,
passando por ele com a bola numa “janelinha”,
ou seja, por meio das suas pernas ,para
retomá-la logo após. Mas era um grande jogador.
Durante os 4 anos em que cursei o
Ginásio São João Batista, jamais ouvi nenhum Irmão Marista
dar qualquer opinião sobre política, ou ideologias políticas. Éramos
totalmente livres de “lavagens cerebrais” ideológicas. Dirigido
democraticamente pelo Irmão Luis
Benício, a ordem no Ginásio era no sentido dos professores jamais se intrometerem nas tendências políticas e ideológicas dos alunos .
Mas agora tudo mudou. E muito. O
Colégio Marista Rosário, de Porro Alegre, por exemplo, virou um antro de lavagem cerebral de
esquerda, patrocinada pelos professores da área de Ciências Humanas, sob a cobertura ou ,no mínimo, total omissão, da
Direção da Escola.
Logo após o “auê” que fizeram contra
vitória de Bolsonaro, os referidos “lavados cerebrais” resolveram fazer um
“júri simulado”, nas dependências do Rosário, tudo devidamente registrado
e filmado no “site” oficial
dessa organização educacional. No banco
dos réus desse júri simulado estava a
“burguesia”, portanto “eles” próprios , e seus pais, que lhes pagam os
estudos.
Toda a acusação contra o “réu”, a “burguesia”,
patrocinada por 7 (sete) Turmas da 2ª Série do Ensino Médio do Rosário, se
baseava na luta de classes pelo ótica marxista, cujo desfecho final seria a
instalação da “ditadura do proletariado”.
A ré ,“burguesia”, nem teve direito à
defesa. Mas a “chuva” de acusações contra ela foi “torrencial”, daquelas que
podem provocar um verdadeiro dilúvio.
Estava no “cardápio ” da acusação,(1) a exploração do trabalho e dos recursos
naturais; (2) a obsessão pelo lucro em
detrimento da dignidade humana; (3) o estímulo à competitividade e à
ganância;(4) a degradação mental e da saúde das sociedades; (5) o
individualismo e consumismo ; (6) a
apropriação privada dos meios de produção; (7) a desigualdade; (8) a falta de
compaixão; (9) a desumanização ; e, finalmente, (10), o desrespeito aos direitos.
Vê-se,por conseguinte,que a
estratégia “gramscista” de implantar o comunismo nas
sociedades,”comendo-pelas-beiradas”, com atenção especial aos estabelecimentos
de ensino, teve estrondoso sucesso no Brasil. Os fihos da burguesia estão
atacando os pais, a burguesia.
Não há como negar que efetivamente a
nossa sociedade sofre muitos dos problemas apontados pelos jovens estudantes do
Rosário. Em grande parte o “diagnóstico”
está absolutamente certo. Quase todos nós, nessa mesma idade, tínhamos idêntico
entendimento.
Mas igual a essa nova geração, também
estávamos errados quanto às “soluções”.
O que hoje acontece também aconteceu ontem, onde igualmente havia rebeldia juvenil. Mas todas as nossas
“novas gerações” não têm acertado o “foco”. As grandes “inimigas” do povo são
as “Nomenklaturas” regionais, que quando instaladas passam a explorar tanto o
trabalho, quanto o capital ,sem participarem da produção das riquezas, e que por isso mesmo se tornam os novos escravos
dela, da “Nomenklatura”. Por isso o “comunismo” e suas variantes,quando
instalados, sempre desembocam na
“Nomenklatura”.
A “receita” para corrigir os males
que hoje os estudantes do Rosário denunciam ,e ontem ,igualmemente, também quase todos
“nós” apontávamos, é que está
totalmente errada. Essa errônea “receita”, que já foi adotada em muitas partes do mundo, nunca deu certo em parte
alguma. Só quem se deu bem nessas “mudanças” foram as respectivas
“Nomenklaturas” de cada país, formadas pelos dirigentes e pelas classes de trabalhadores públicos
privilegiados. Em nenhum país do mundo tomado pelos comunistas, apesar das suas
promessas, a qualidade de vida do povo melhorou e os sofrimentos diminuíram.
Por isso há que se concluir que se aqui hoje a “coisa” é de fato muito ruim, com “eles”,
amanhã, a “coisa” ficaria muito pior.
Portanto essa “receita” não nos serve. Deve ser descartada.
Não costumo nem gosto de “roubar”
direitos autorais. Quem me abriu os olhos
para o problema da “Nomenklatura”,que se apossa dos países tão logo instalado
o comunismo,e que a “turma” do Colégio Rosário tanto defende, foi o Professor
Carlos Ilich Azambuja,autor de “A Hidra Vermelha”, que nos deixou faz pouco
tempo, com seus magistrais artigos diários que sempre finalizavam
as edições do blog “Alerta Total”.
Estudando esse problema, cheguei à conclusão
que o Brasil conseguiu a “proeza” de se antecipar à implantação do
comunismo para instalar a sua própria “Nomenklatura”. Foi ela montada logo após a posse de Lula, em 2003,quando
verdadeiras quadrilhas de ladrões do dinheiro público se infiltraram no governo
e roubaram, segundo algumas versões ,valores que teriam ultrapassado o PIB
brasileiro, de cerca de 6,5 trilhões de reais.
Portanto a nossa particular
“Nomeklatura”, organizada antes do comunismo, durante a sua “aproximação”, não
tomou conta só do poder político, mas também de quase todo o dinheiro de
propriedade do povo. Essa é a principal razão da pobreza “endêmica” do povo.
Somadas todas as suas vítimas,o marxismo, e suas
diversas variantes, foram responsáveis por mais de 100 (cem) milhões de
assassinatos “ideológicos” em todo o mundo. É nesse rol de vítimas que os estudantes do Rosário querem ver seus
pais “burgueses” incluídos? Ou eles
mesmos, amanhã ou depois? Talvez até seus filhos?
Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e Sociólogo.
3 comentários:
Creio que o termo "Nomenklatura" foi cunhado primeiramente por Michael S. Voslenski em seu livro "A Nomenklatura"
Este livro deveria ser difundido nas escolas secundárias!!!
Além da dissonância cognitiva com a própria situação existencial que esses "filhinhos de papai" tentam resolver, o comunismo inocula o desrespeito ao conceito de família (base do conservadorismo), como aconteceu na Revolução Cultural chinesa, onde os filhos denunciavam os próprios pais e professores por não aderirem ao comunismo. Esse desrespeito é facilitado na atualidade, porque os pais, em vez de se dedicarem aos filhos, dizem que têm direito aos próprios caprichos, mesmo que estes atropelem o desenvolvimento emocional dos filhos. Todos perderam a noção de responsabilidade e sacrifício que a formação de filhos exige dos pais (atitude reforçada pelos "terapeutas" de família). O exemplo desse ressentimento, que chegou à psicopatia, foi o de Suzane Richtoffen aos métodos revolucionários da mãe psicoterapeuta de sucesso.
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