Artigo no
Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Marcelo
Alecrim
A
sobrevivência de um empreendimento hoje no Brasil é um exercício de coragem,
obstinação e esperança. Coragem para enfrentar os dissabores, muitos advindos
das restrições impostas pelo Estado ao campo dos negócios privados, obstinação
para não desistir diante das imposições e dificuldades que se apresentam e,
sobretudo, esperança nos imensos potenciais de nosso território.
Abro essa
observação nos meus 53 anos de vida, 33 dos quais dedicados à vida empresarial,
iniciada aos 19 anos, quando comecei a ajudar meu corajoso pai como frentista em
seu posto de gasolina na cidade de Canguaretama(RN). Daqueles tempos aos dias
de hoje, ultrapassamos barreiras, abrimos fronteiras, expandimos o nosso
empreendimento. Foram anos a fio de muito labor, mas sempre sob a convicção de
que a recompensa sempre aparece quando as coisas são realizadas com seriedade,
zelo e compromisso com a comunidade.
Confesso,
porém, que os últimos tempos têm sido os mais difíceis para os negócios em
nosso país. Pior que os improvisados tempos do Plano Collor e dos experimentos
com a moeda sob o governo Sarney, contratempos ainda muito presentes na
memória.
A maior
recessão econômica da história nacional, a par do desânimo que abateu o
espírito de empreendedores, mostra sua face perversa nos cerca de 13 milhões de
desempregados e no desestímulo aos investimentos.
Somente os
obstinados, com sua inesgotável paciência, puderam resistir à maior crise
econômica que já presenciei em minha trajetória empresarial. Para resistir às
intempéries, ancoramo-nos na crença de que o Brasil foi, é e será sempre maior
de que qualquer crise. Foi assim que conseguimos conduzir o nosso negócio ao
porto seguro, sob a solidariedade de amigos e a unidade familiar.
Felizmente,
as nuvens pesadas no horizonte de nossa economia começam a se dissipar,
sinalizando que o nosso amanhã será mais promissor aos empreendimentos.
Não teremos, como se sabe, um crescimento extraordinário, mas o índice de 1,5%
do PIB em 2019 poderá ser a luz no fim do túnel. Importa, doravante, contarmos
com uma política econômica que possa alavancar os negócios e resgatar a
confiança dos investidores.
Nesse
sentido, já podemos expressar regozijo ao constatar que a equipe montada pelo
futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, prima pela qualidade técnica.
Trata-se de um grupo de renomados profissionais, quase todos com alta graduação
em escolas de economia, principalmente a da matriz do liberalismo, a
Universidade de Chicago, onde o professor Milton Friedman instalou um dos
maiores templos mundiais de estudos de economia.
É saudável
para o nosso país ouvir dos integrantes da futura equipe econômica que o Estado
se livrará de braços que atrapalham o funcionamento de seu corpo, como
extensões que não fazem parte do core business das empresas estatais.
Deixar o Estado do tamanho mais condizente com as tarefas que a nossa
Constituição assegura – educação, saúde, habitação, saneamento básico,
segurança pública – liberando outras áreas aos campos da iniciativa privada –
esse deve ser o norte a ser seguido.
Queremos
ver um país livre das amarras burocráticas, que tanto impedem o fluxo e o ritmo
das operações; uma carga tributária calibrada pelos critérios de justiça e
igualdade entre os entes federativos, e sem ameaças de geração de novos
tributos; segurança jurídica que garanta às corporações internacionais
tranquilidade para investir; segurança pública, capaz de propiciar aos cidadãos
livre locomoção, sem receio de serem assaltados; um sistema educacional que não
deixe nenhuma criança fora da Escola; enfim, programas sociais voltados para
atenuar as necessidades das margens carentes.
A quadra
que atravessa o país é um convite ao otimismo. O eleitorado brasileiro cumpriu
o direito cívico de escolher os seus representantes e o seu mandatário-mor.
Nossa democracia está mostrando a solidez das instituições, não havendo motivo
para receio de retrocesso. Urge confiar na nova moldura político/governativa
que se esboça.
Sou um
otimista.
Marcelo Alecrim é Presidente Executivo do Conselho de
Administração da ALE Combustíveis.
3 comentários:
DESEMPREGADOS - DESOCUPADOS - INFORMAIS - BOLSA FAMÍLIA
Indicadores de ociosidade
Dados do mercado de trabalho:
-Desemprego atinge cerca de 12%; ainda existem 12,5 milhões de desocupados e a informalidade atinge 38 milhões de pessoas.
Esta mentira em que vivemos em que só existem 12 milhões de desempregados, é para passarmos uma falsa imagem ao mundo e enganarmos a nós próprios da triste realidade existente no país.
Nos países desenvolvidos, quem recebe subsídio/apoio social - caso do nosso Bolsa Família - tem que estar inscrito no desemprego. Por aqui tal obrigação não é necessária e é por isso que o desemprego neste país tem números "tão baixos"(12%).
Também sou otimista, mas a AUSTERIDADE chegará a todos.
"Não acho que as pessoas acreditem que mercados são sempre, e em qualquer lugar, perfeitos e que não há necessidade de nenhuma interferência do governo em nenhum lugar. Essa é uma visão da Escola de Chicago que não se vê aqui, ao menos em muitas pessoas desse departamento atualmente." (Robert Shimer, diretor do Departamento de Economia da Universidade de Chicago, in O Estado de S. Paulo de 16/12/2018, página B8)
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