Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Sérgio Alves de Oliveira
A matéria surpreendente divulgada
pela “Folha”, na edição de 5 de dezembro, de que Bolsonaro teria acenado
a parlamentares uma negociação para preenchimento de cargos no chamado “2º
Escalão” de Governo, composto por empresas
paraestatais muitas vezes mais
poderosas que alguns Ministérios, buscando com essa medida apoio para a
“governabilidade” do país, parece em princípio
estar representando o
“desmonoramento” do seu discurso de acabar com o “Toma Lá Dá Cá” nas novas
diretrizes governamentais ,a serem instaladas no dia 1º de janeiro próximo.
Mesmo para a escolha dos Ministros do
Governo, o “Toma Lá Dá Cá” não deixou de dar a sua moderada presença , onde os
nomes de alguns Ministros só poderiam ser explicados pela influência das forças
políticas e partidos disputando alguma fatia do poder. Alguns nomes se
distanciam milhares de quilômetros das
promessas de campanha de Bolsonaro.
Mas também não há como negar que de
fato a maioria deles foi realmente de
“preferidos” do futuro Presidente.
Tudo leva a crer que o “Toma Lá Dá
Cá” governamental vai permanecer intacto no novo Governo, apenas descendo um
degrau na escada da hierarquia administrativa. A sua principal “moradia” não
estará mais no 1º,porém no 2º Escalão. E não seria demais lembrar que o
“grosso” da roubalheira nos Governos da
“dupla” PT/MDB ,a partir de 2003,deu-se mais em torno das entidades
administrativas de 2º Escalão.
Em princípio me parece que a
“aculturação” de Jair Bolsonaro na
Câmara Federal, como Deputado, por mais de 20 anos, vivendo ,trabalhando e
“negociando” naquele “covil” de canalhas, tenha provocado na sua personalidade
muitas restrições aos únicos métodos que lhe permitiriam cumprir as promessas
de campanha.
Mais que ninguém, a tendência dos
políticos é de ficarem bem “comportadinhos” com as regras postas pelo
“sistema”, mesmo que esse “sistema” esteja merecendo “ir para o espaço”, pelo
bem maior da própria sociedade. E também
por ser ele o principal responsável pelo
atravancamento das mudança políticas necessárias ao país.
Não resta qualquer dúvida que se
Bolsonaro não conseguir de livrar das
amarras que ainda o prendem fortemente a esse famigerado “sistema”, onde o questionado “Toma Lá Dá Cá”
tem papel de destaque, o seu governo tenderá a repetir o fracasso dos
anteriores. Ao mesmo tempo estará preparando e adubando o terreno para o retorno daquela camarilha
política que se adonou do Brasil de 2003
a 2018.
E bem se sabe sobre a “instabilidade”
do eleitor brasileiro, na maioria carente de conscientização política. Nessa
perspectiva, parece que Bolsonaro foi realmente um “bem”, mas a sua vitória
deve ser atribuída mais a um
“acidente-de-percurso” nessa democracia degenerada, isto é, ”oclocracia”.
E só há um jeito de Bolsonaro bem
governar, evitando o retorno dessa
“camarilha” que ele venceu nas recentes
eleições, mas que já está de “prontidão” para voltar,”afiando” desde
agora as suas garras e dentes.
Bolsonaro terá que “romper”
definitivamente com esse “sistema”, livrando-se
de todas as amarras que o prendem a ele. E não será com a propalada
“democracia” - deturpada, corrompida e degenerada - que ele conseguirá fazer o
que é preciso ser feito.
Bolsonaro só tem uma “bala” na
agulha para “estourar” os miolos
desse maldito “sistema” e suas
quadrilhas organizadas. Se não tomar essa medida forte , ou tomá-la e errar o alvo, ele será o principal
protagonista de mais um governo que
frustrou as expectativas da sociedade, a exemplo de todos os outros que se
instalaram no Palácio do Planalto com a “democracia”, a partir de 1985.
Resumidamente quero dizer que
Bolsonaro só conseguirá acabar com o “Toma Lá Dá Cá” na política, governando
conforme as promessas da sua campanha, se logo após tomar posse lançar mão de um decreto “intervencionista”, em conformidade com o artigo 142 da Constituição. “Força” e muita
dignidade certamente ele terá a seu lado para tomar essa medida de grande
impacto político. O único preço que ele terá que pagar será o de “esquecer” que
algum dia foi um Deputado na Câmara Federal.
Melhor que eu, os juristas realmente
independentes saberão explicar os
motivos pelos quais num primeiro momento
a “intervenção” do artigo 142 da CF pode significar a outorga de poderes ao
“Poder Interventor” ,similares aos detidos pelos componentes do Poder Constituinte Originário, os
“constituintes”, ao escreverem as constituições.
Importante é sublinhar que uma
eventual nova Constituição, mesmo que
“provisória”, talvez escrita em caráter emergencial por um grupo de indiscutíveis sábios, deveria declarar de “cara” uma verdadeira guerra contra os tais “direitos adquiridos”
,infringentes da moral e da ética política/administrativa, oriundos de uma
legislação estapafúrdia, a exemplo, dentre outros, das indenizações mensais
asseguradas a “perseguidos políticos”, ex-terroristas e guerrilheiros ,todos
sustentados durante toda as suas vidas
pelos impostos suados pagos
pelos brasileiros, com base na “Lei da
Anistia”.
O que só o tempo responderá é se o
combate ao “Toma Lá Dá Cá” político foi,
ou não, só uma estratégia da campanha eleitoral de Bolsonaro, ou se
efetivamente com a sua vitória se instalará no Governo, o que, até esse momento
,não está sendo sinalizado.
Resumidamente: O fim do “Toma Lá Dá
Cá” foi só propaganda eleitoral, ou será também “Governo”?
2 comentários:
Desejo que esse “toma-lá-dá-cá” tenha a tendência a falir com a presença do Moro como Ministro.
A cada dia que se passa, alguns liberais decepcionam dada a incoerência entre os valores que dizem defender e o que realmente fazem em prol de seus interesses. Apregoam a defesa de um mercado sem regulações do Governo, com menos impostos sobre os negócios e exortam as liberdades individuais dos homens. - o próprio Itaú sócio do Grupo Ultra, A aquisição da Liquigás pelo Grupo Ultra é praticamente uma doação para o maior oligopólio do Brasil. Um dos maiores golpes contra o povo brasileiro, feita praticamente sem publicidade, com somente empresas ligadas ao oligopólio do setor envolvidas no processo, com o banco Itaú, Beltrão e equipe econômica que infelizmente, hoje faz parte do governo Bolsonaro.
https://mudancaedivergencia.blogspot.com/2018/12/agenda-liberal-para-vender-o-brasil-o.html
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