Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Membro do Comitê Executivo do
Movimento Avança Brasil
Foi péssimo
para o começo de um “Governo de Esperança” o desencontro de versões e intenções
entre o Presidente da República e sua equipe econômica. Ficou no ar a impressão
de que Jair Bolsonaro parecia decepcionado com o time de Paulo Guedes, por não
ter cumprido o prazo de apresentar uma proposta concreta de reforma
previdenciária, na reunião ministerial de quinta-feira passada.
Um choque
entre o Presidente e sua tecnocracia era esperado, porém não tão
prematuramente... Podem ter certeza de que Bolsonaro não agiu como um ingênuo
ao lançar, publicamente, as diretrizes de uma reforma da previdência e de uma
reforma tributária, sem antes conversar com a equipe econômica. Bolsonaro não
foi precipitado. Agiu estrategicamente. Apenas deixou claro quem manda e quem
deve obedecer. Até porque, no final das contas, é o dele quem fica na reta...
Alegando
que “nosso governo tem que ter a marca de não aumentar impostos", pela
manhã o “Capitão” Jair Bolsonaro mandou hoje baixar a alíquota do “Imposto de
Renda” da Pessoa Física de 27,5% para 25%. No meio do dia, o Presidente foi
desmentido por um subalterno, em pleno meio da rua, nos arredores do Palácio do
Planalto. Lá dentro, um ministro fez a mesma coisa, negando a publicação de um
decreto para elevar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), para compensar
a prorrogação de incentivos fiscais para empresas das áreas da Sudam (Amazônia)
e da Sudene (Nordeste).
Tamanho erro
de estratégia e comunicação não pode se repetir. O Presidente terá de rever sua
tática comunicativa. Não é prudente dar declarações para imprensa – por melhor
que as novidades sejam – na correria dos compromissos governamentais. O emprego
de um porta-voz não faz mal a ninguém. Também é recomendável restringir os
pronunciamentos oficiais aos atos programados de encontro com a imprensa no Palácio
do Planalto.
O pessoal de Bolsonaro precisa tomar extremo cuidado
com as declarações “off the record” (sem gravação e supostamente sigilosas) aos
encantadores catadores de notícias fofoqueiras da mídia tradicional. As figuras
são, simplesmente, inimigas do governo. O objetivo delas é gerar intrigas, e
não prestar o relevante serviço de informar o público. Depois da pequena
catástrofe comunicativa do quarto dia de poder, torna-se fundamental
centralizar a divulgação das informações estratégicas de governo.
Precipitação na divulgação dos fatos e intenções é
tão prejudicial quanto a divulgação de mentirinhas oficiais. É preciso muito
cuidado com o lançamento de factóides ou faketóides. O novo governo
tem de tirar melhor proveito da inteligência emocional e extrema sinceridade,
tanto do Jair Bolsonaro quanto do seu vice Antônio Hamilton Mourão. Ambos não
deixam ninguém sem resposta na lata. Isto é excelente, desde que praticado
moderadamente na comunicação oficial.
Conflitos comunicativos são uma tragédia –
principalmente no começo de um governo comprometido com reformas e mudanças
estruturais na máquina de um sistema estatal ladrão. Membros do governo não
podem e nem devem promover debates públicos entre si, sem antes chegarem a
consensos básicos, principalmente com o Presidente, que é o superior
hierárquico.
Terça que vem tem reunião do Conselho de Ministros.
Até lá, Bolsonaro espera propostas concretas de ação produzidas por todos os
colaboradores. Com certeza, o Presidente sentará com a equipe econômica para evitar
futuros desencontros de informações. Quem tem a chave do cofre não pode bater
de frente com o capitão do time... Vale o manda quem pode e obedece quem tem juízo...
Enfim, o governo lucrará mais se seus integrantes
falarem menos e fazerem mais, sobretudo na área econômica – que é fator direto
de sucesso ou fracasso de uma administração governamental. Fala sério... É
inaceitável que, desde o anúncio da vitória na eleição até agora não tenham
feito propostas e planos concretos e viáveis...
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
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© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 5 de Janeiro de 2019.
8 comentários:
Indo de encontro ao você escreveu veja só esse tipo de publicação:
https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2019/01/04/bolsonaro-quem-diria-virou-difusor-de-fake-news/
Os decretos-lei acabaram, legalmente, com a Constituição de 1988, passando a existir as Medidas provisórias com força de lei, que servem para implementar a agenda econômica e administrativa do executivo, mas que têm obrigatoriamente que ser votadas pelo Congresso.
Mas governar em exagero com as MP`s, pode originar demasiada fricção e tensão entre o executivo e o Legislativo, o que pode originar uma certa ingovernabilidade.
O presidente deve ter um papel crítico e central, no equilíbrio, gestão e estabilização do seu executivo. Quando isso não acontecer, o executivo, internamente e externamente, perde estabilidade, força e credibilidade.
O emprego de um porta-voz, além de não fazer mal a ninguém, é uma necessidade de governação para dar conhecimento das suas decisões. Mas é sempre conveniente que, estas declarações à imprensa sejam sempre acerca de decisões definitivas.
O Bolsonaro tem que se mentalizar profundamente que já não é deputado, nem está em campanha eleitoral. O Bolsonaro agora é o presidente de todos os brasileiros.
Serrão, você foi contaminado pelo vírus VERMELHO de raiva ou de idiotice?? Cinco dias e você, junto com os vermelhos safados, já estão fazendo cobranças como se já tivesse ocorrido mais de três anos. Ressaca, ainda, do réveillon?
A cobrança prematura se explica pelo receito de que, sem ela, o presidente possa ser engolfado pelo esquema de poder ainda vigente.
Receio, em lugar de receito.
O caso do Ceará é só coincidência? - Radar da Mídia - Terça Livre TV - https://www.youtube.com/watch?v=qoyvxCfQjxs
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