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Por Aileda de Mattos Oliveira
Já se
tornou maçante a voz corrente de que o Brasil é um país privilegiado por não
ter vulcões, terremotos, tsunamis e outras calamidades. Além de soar
como reprodução enfadonha, indica alienação das desgraças nacionais.
Como não
tem calamidades? Essa é uma visão errônea de quem somente percebe, como
catástrofes, as consequências da ira da natureza, sem pensar que ela reage à
ganância e à insensatez do homem, seu maior predador. Ganância e insensatez!
Será que
não tem olhos de ver que as reais calamidades brasileiras são as ainda
remanescentes raposas do Congresso e as vitalícias do STF? Este último foi
levado à categoria de maior fabricante de tragédias que os brasileiros de bem
são obrigados a suportar. Quando algum nepote togado abre a boca para defender
e livrar das penas da lei seus protetores ou seus conchavados, causa consequências
nefastas a toda a nação. O Ministro Paulo Guedes precisava atentar para a
inutilidade dessa instituição e que, se fosse possível o seu fechamento, teria
de volta aos cofres da República parte robusta dos trilhões que tanto objetiva
alcançar.
Exagero!
podem pensar alguns. Como exagero, se aquela ‘plêiade de notório saber’,
arrogante e cínica, pela pompa e gastos anuais, leva do contribuinte todo o
suor de seu rosto?
Não para
por aí. A outra voz que incomoda é a daqueles que se sentem grandes, apenas,
pela megalomania que têm. Nossos estádios e praias, respectivamente, são os
maiores e as mais bonitas do mundo! O brasileiro é o povo mais pacífico e
solidário do planeta! No entanto, ainda não ouvi um megalômano dizer que o
Brasil tem o maior mar e o mais poluído de todos desse mesmo mundo, tão usado
como elemento de comparação. Se não disse, dizemos nós, agora.
O mar de
lama moral, que ainda cobre o país e onde nadaram presidentes da República
petistas e, antes deles, os de partidos periféricos, políticos, magistrados,
empresários, engenheiros e certas organizações que já tiveram, um dia, o nome
respeitado, deveria estar no topo do rol dos mares inavegáveis e contamináveis,
para escárnio universal dos indivíduos e das empresas desprezíveis, sem nenhum
resquício de decência.
Não há
outro mar que nos supere em extensão, no qual se afogam, prazerosamente, os
acumuladores de bens ilícitos, os sonegadores, sem sequer se preocuparem com as
consequências de seus atos à natureza e às pessoas que vivem nela.
Os
acontecimentos, amplamente expostos pelos meios de informação, como o mar de
lama de Mariana e o mais recente de Brumadinho, são efeitos imediatos desse mar
de lama moral, praga que devasta o país com o respaldo do STF, instituição que
age acintosamente contra os interesses nacionais.
Para
sermos honestos na nossa megalomania, devemos acrescentar à lista das
gigantescas maravilhas brasileiras, como o carnaval e a trupe chico-caetano, o
lamaçal moral, parte integrante do caráter dos já citados e causa perversa do
lamaçal mortuário sob o qual repousam as vítimas da incúria de gente tão
desclassificada.
Aileda de Mattos Oliveira é Dr.ª em
Língua Portuguesa. Acadêmica Fundadora da ABD. Membro do CEBRES e da Academia
de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB).
3 comentários:
Bom dia. Não seja tão pessimista. As tragédias naturais não temos como escapar. Já um governo de merda que tenta nos enganar é fácil. Olho por olho.
Cleonice I Ferreira disse:
Senhora Aileda de Mattos Oliveira, excelente artigo. Conciso e preciso. O que a Senhora escreveu é o pensamento do Povo brasileiro.
Se não fecharem as “instituições corrompidas”, nós o povo brasileiro sabemos que o nosso país continuará um imenso mar de lama.
Se pensam que podem enganar o Povo estão muito enganados. Se continuarem ignorando o desespero do Povo, certamente veremos o nosso Brasil todo desmantelado. Infelizmente.
O Povo já não está acreditando em mais nada. Não há tempo para discursos de palanque. O Povo quer resultado.
Supostas “pesquisas” de Ibope, “prêmios” concedidos por seus pares, não significam absolutamente NADA para o povo.
'Fiat iustitia ne pereat mundus' (Faça-se justiça para que o mundo não pereça).
Enquanto a corrupção e o rentismo continuarem a comandar este país, continuaremos a ser uma nação subdesenvolvida e um grande fabricante de tragédias políticas, econômicas e sociais.
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