Artigo no Alerta
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Por Manuel Jeremias Leite Caldas
Podemos dizer que a previdência no mundo é uma poupança feita pelas
pessoas para socorrerem-se nos tempos duros ou difíceis onde a força da
juventude não é mais uma aliada de cada indivíduo.
É, assim, essencialmente um bem privado!
Ao perceber que essa estrutura levava a uma melhoria da qualidade de
vida em todos os estágios da sociedade, pela acumulação ou formação de bens, o
Estado (ou setor público) achou que poderia levar os benefícios para toda a
população e decidiu tomar conta da poupança da população, acumular bens de
capital e devolver seu resultado (benefícios) nos considerados tempos difíceis
da vida de cada um.
Assim foi criada uma poupança forçada, onde o Estado se apropria de
parte dos rendimentos dos mais jovens, constitui ativos públicos ou estatais, e
distribui resultados aos mais velhos, num modelo Inter-geracional.
Confirmamos, que o sistema de previdência é na sua essência, um Bem
Privado onde o Estado administra sua poupança recolhida de diversas formas se
comprometendo devolver no futuro. Os indivíduos poupam para utilizar seus
frutos no futuro.
Completamente diferente de um Bem Público, tipo iluminação pública, onde
não se pode caracterizar o usuário de sua utilidade; tanto podendo este ser uma
pessoa física ou jurídica que reside ou funciona no local onde este bem é
disponibilizado, como também um transeunte que passa na região iluminada uma ou
várias vezes. Por isso, como Bem Público, esta iluminação pode e deve ser
financiada pelo Estado por meio de impostos.
Constatamos, assim, que poupanças forçadas podem ser utilizadas como investimento
público para retorno à sociedade. E assim foi realizado no período de 1955 a
1985, onde várias formas de poupanças forçadas foram criadas, com vinculações
especificas a determinados investimentos em infraestrutura, pela segurança e
menor risco.
Assim está descrito pelo Professor Simonsen no livro Textos Escolhidos, que seleciona uma
coletânea de textos publicados em jornais e revistas nacionais. Os brasileiros
de então não poupavam, mas o Brasil crescia como ninguém no mundo. Esse foi o
milagre econômico. Existia uma fórmula mágica – a poupança forçada em prol da
sociedade onde, na verdade, as pessoas em geral é que são donas de todos os
ativos públicos realizados no país.
Como essa locomotiva parou? – Claramente o administrador
responsável pelo futuro (Governo Federal e Estados), a partir da Nova
República, fez mau uso dos instrumentos de poupança forçada; e não devolveu o
resultado esperado (benefícios) ou inventou que esses instrumentos eram moedas
podres e portanto não deveriam retornar na magnitude esperada aos seus reais
destinatários e prévios financiadores (a sociedade, nas pessoas dos mais
velhos).
Por isso temos que entender o milagre do passado, para que a falsa
teoria pós 1985 não continue a predominar no Brasil.
A chave do sucesso para a nova previdência é corrigir os erros e desvios
cometidos no passado recente e, agora, estabelecer novas métricas para que o
futuro não esteja condenado e que a expressão usada “O Brasil é o País do
Futuro” seja concretizada e nos tornemos o País do Presente; deixando de ser um
país de renda média, como caracterizado por vários órgãos internacionais e
explicado pelo Professor Paulo Gala. http://www.paulogala.com.br/
A proposta agora apresentada como nova previdência merece destaques:
Primeiramente, quando tenta desvincular ou segregar o que é um programa
de assistência do que seria um programa de previdência – para que um não
contamine o outro, como claramente acontece no modelo atual.
O Brasil ainda é um país em desenvolvimento, não podendo praticar
políticas erradas, sob pena de a maioria naufragar. Entendemos assim
determinadas partes da proposta (BPC e Rural).
Numa segunda abordagem a proposta tenta tornar o sistema de previdência
autossustentável, em equilíbrio econômico financeiro intertemporal, conforme
determinadas hipóteses de realização do futuro sob premissas conservadoras, e
promovendo alterações de prazos e alíquotas de contribuição neste
sentido. A hipótese seria de que não haveria classes de pessoas públicas
ou privadas recebendo benefícios em termos de aposentadorias elevados na sua
sobrevida ou cedendo recursos elevados para financiar outras classes.
Na previdência atual do setor público é necessário corrigir distorções,
independente da sua classe ou categoria. P.ex., um funcionário que se aposenta
com salário de R$40 mil/mês leva resultado de R$4,5/5,0 milhões em termos de
valor presente de sua aposentadoria de R$40 mil durante a sua sobrevida, na
data de se aposentar contra valor futuro de suas contribuições, empregando
hipóteses conservadoras. Assim, surge a necessidade de ajustar prazos, idade
mínima, alíquotas e tempo de contribuição. Por outro lado, no setor privado o
valor é justamente o contrário, considerando aí a inclusão da contribuição
patronal de 20%, para os aposentados pelo teto da previdência de R$5.839,45.
Assim o funcionário do setor privado doa ou paga para o Estado R$1,27 milhões
se trabalhar 40 anos e se não considerar a contribuição patronal ele recebe de
resultado R$36 mil, pode-se dizer equilibrado. O que sugere o fim da alíquota
patronal de 20% no futuro e justifica a alíquota adicional de 14% na margem
para salários acima de R$3 mil até o teto de R$5.839,45 perfazendo uma alíquota
média de 11,68%.

O terceiro ponto traz uma mistura de previdência e assistência,
distinguindo determinadas classes (como professores, policiais, militares e
outros). Este ponto é defensável, dada a utilidade marginal destes
profissionais no tempo, e serem estas profissões mais desgastantes que as
demais, demandando renovação dos quadros em tempo ou prazo menores.
Em quarto verifica-se a unificação dos sistemas públicos e
privados, de forma fraca, unificando as alíquotas de contribuição.
Em quinto lugar há uma busca por modificar o sistema atual, de
repartição, para um sistema aparentemente misto: de capitalização, repartição e
assistência.
O sexto e último ponto é referente a aspectos de formalização do mercado
de trabalho que não devem ocorrer impactando as receitas futuras estimadas.
Exemplificado e explicado o porquê, à frente. Isto posto...
A nova previdência será uma realidade
e em sendo, recuperará o país fazendo o “Brasil o país do presente”?
Reflexão
Se o plano for implementado integralmente, o impacto da proposta nos
quatro (4) anos de governo do Presidente Jair Bolsonaro será de 168 bilhões – o
que, linearizando, dará um efeito de primeira ordem em termos anuais de R$42
bilhões, e claramente podem ter efeitos de segunda ordem ou derivados, conforme
os analistas mais especializados. Estes resultados, mais o valor presente dos
benefícios futuros, modificarão nosso presente e futuro provocando, somente em
2019, um déficit na previdência e na assistência de R$305 bilhões.
Indivíduos, especialmente os profissionais do mercado e da imprensa,
assim como os legisladores e servidores diretamente envolvidos ou estão muito
animados ou preocupados com problemas de quórum político para aprovação da
medida, ou ainda por serem, os últimos pela mesma, prejudicados. Há, também
os indiferentes.
Além destes, possivelmente encampando a maioria da sociedade, muitos
percebem que esse Davi não vai conseguir derrubar o Golias – dado que, na
verdade, não estamos ousando e sim colocando para guiar a nossa novíssima
Ferrari um guia acomodado com o cotidiano e não um piloto claramente
competente e arrojado como foram nossos Piquet e Ayrton Senna, com grande
técnica e perícia, usando todos os instrumentos disponíveis no país.
A arquibancada é enorme, todos juntos
sem deixar ninguém para trás, mas vemos muitos vazios e inseguranças, na enorme
torcida para o Brasil ir à frente de forma pujante.
Temos diversos pontos a merecer
interrogação
Primeiro: Entre as propostas de mudanças nada foi colocado frente à
modificação dos incentivos existentes, tipo Simples e MEI, no tocante ao
benefício auferido à previdência.
Esta parte deveria ser eliminada, porque não tem fonte de financiamento
compatível, já que na própria divulgação de déficit previdenciário o ônus recai
sobre os atuais pagadores nas alíquotas normais. Isto não pode ser colocado
como custo Brasil, nem tampouco deve ser financiado por imposto. A conta é de
R$47/50 bilhões anuais em 2019.
Segundo: o
Exportador de Produto Rural considera a contribuição previdenciária um
imposto – o que demonstramos não ser, porque tem como beneficiário, claramente
identificado, o trabalhador do próprio setor, sendo a contribuição e a
aposentadoria a estrutura de um bem privado que integra a remuneração deste
trabalhador.
Terceiro: a unificação do sistema público com o privado tem que ser
verdadeira, tornando-os idênticos e efetivos, acabando com os dois regimes,
conforme colocado na constituição.
Isso implica dizer que não será efetiva a unificação sem acabar com a
contribuição patronal previdenciária (CPP) que no setor privado não está
limitada ao teto da contribuição dos funcionários privados (R$5.839,45),
incidindo a alíquota de 20% sobre a remuneração total, um custo sufocante para
as empresas aí enquadradas sendo que os funcionários se aposentam pelo teto e
não pela remuneração total. Comparativamente muito maior do que a alíquota
atualmente praticada pelo setor público. Não se colocou sequer uma vírgula
sobre isto na proposta encaminhada ao Congresso.
Quarto: ao contrário do que a proposta apregoa ou supõe, teremos um
aumento da informalização do mercado de trabalho, reduzindo as estimativas
de receitas previdenciárias originadas da formalização da carteira assinada.
O produto previdenciário hoje já é um
produto ruim e sem confiabilidade. Agora, pela proposta apresentada, com os
aumentos de prazos de contribuição, aumentos de idade mínima de aposentadoria,
e aumentos das alíquotas de contribuição, se afastarão cada vez mais as
pequenas e médias empresas da formalização deixando de pagar as alíquotas oficiais
propostas e transferindo a maior parte para os trabalhadores. Desta forma,
mantem sigilo de seus negócios, não correndo risco de abri-lo ao se filiar a
programas como Simples e MEI – consequentemente desequilibrando o modelo.
Cuidado, assim, com as previsões de receitas.
Quinto: a famosa cunha fiscal (encargos trabalhistas de 73,43% na folha
de salários, adicionais à contribuição previdenciária) constitui-se no
principal fator da má qualidade do produto previdenciário – onde o setor
público ou o governo age como administrador temporário, sendo o trabalhador o
beneficiário futuro, incluídas aí também contribuições para entidades
patronais.
Esses recursos são claramente poupanças forçadas em nome do trabalhador,
recebidos de forma defasada, no curto e no longuíssimo prazos (previdências,
FGTS e indenizações) com todos os riscos existentes e conhecidos pela sociedade
dado o histórico de seu administrador, o Governo Federal.
As considerações são confirmadas pela remuneração média no setor
informal, R$1.371,00 (+48%), e os rendimentos dos trabalhadores por conta
própria de R$1.670,00 (+82%) muito acima do salário mínimo pago pelo setor
formal no Brasil líquido de R$918,86 e bruto de R$998,00.
Claramente as pessoas físicas preferem remunerações mais elevadas que o
salário mínimo, sem os famosos benefícios, e os empregadores concordam em assim
pagá-los. São 39.946 milhões de trabalhadores no setor informal segundo
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua-PNADC (dados atualizados /
IBGE).
Sexto: a caracterização do BPC como um produto de assistência (e não
previdência) tem que ser mais bem qualificada, e demonstrada como melhor do que
a existente hoje, pois para quem já tem o benefício nada se modifica:
Para os trabalhadores que têm direito a esse benefício aos sessenta anos
haverá uma renda não esperada, melhorando sua condição ao longo de 8 anos em
termos de valores recebidos de forma acumulada e com melhoria significativa nos
primeiros 5 anos de recebimento. Pode-se
ajustar para R$450,00 gerando um equilíbrio próximo a esse ponto. Além disso,
pode-se propor uma transição para quem está na faixa de 61 a 64 anos com
valores recebidos de forma acumulada e equilibrados.
Cabe alertar, ainda, sobre o potencial de pessoas que podem se eleger ao
recebimento do BPC representado pelo exército de trabalhadores no mercado
informal adicionado aos desempregados, subempregados, desalentados e força
potencial, aqueles que desistiram de procurar trabalho depois de uma sequência
de insucessos. Este grupo representa um total de 66.922 milhões de brasileiros
esquecidos pelo setor público.
Sétimo: vemos que os benefícios auferidos no período do governo
Bolsonaro serão capazes somente de impedir o crescimento do déficit primário
oriundo do sistema de seguridade incluindo a previdência e assistência.
Assim sendo, para cortar a evolução crescente da dívida, teremos de
reduzir o restante dos gastos públicos; além da redução dos gastos com pessoal
e previdência já contemplados na proposta da nova previdência.
Pelo exposto até agora, o espaço é mínimo. Sobra tão somente a redução
dos juros nominais – ação perfeitamente possível dada a fragilidade da
atividade econômica, mas até o momento negado pelos novos condutores da
economia. Fica claro que sem reduzir juros é difícil a convergência da dinâmica
da dívida. Este incremento é o único que poderá elevar à atividade econômica
gerando receitas não previstas e bem vindas à economia.
Oitavo: existe uma forma de reduzir significativamente a cunha fiscal ou
encargos sociais dos trabalhadores.
Basta propor o pagamento desses benefícios ao longo dos doze meses na
proporção de 1/12 avos ao mês; e ao final de 18/24 meses propor a incorporação
aos salários via consulta popular ou plebiscito (que poderá ter ampla aprovação
da sociedade), continuando somente as contribuições previdenciária do
trabalhador e do empregador (CPP).
São necessários recursos para a Reforma Correta. Sabemos onde eles estão
e como aplicá-los, nos moldes do alertado acima e descrito a seguir.
Nono: a CPP pode ser substituída ao longo do tempo por uma solução
engenhosa, ao retornar os ativos públicos ou estatais aos seus reais detentores
via integralização de suas ações pelo FRGPS – Fundo Regime Geral de Previdência
Social conforme previsto no artigo 68 na LRF.
Estes ativos foram desvalorizados ao longo dos últimos 30/40 anos por
erros de política econômica e principalmente pelo Conselho Monetário Nacional
ao não definir os índices de correção monetária conforme previsto no artigo nº3
da Lei nº4357 que prevê que estes índices de correção devem manter o poder de
compra da moeda ao longo do tempo, ou seja, a inflação real conforme aplicado
aos empréstimos compulsórios (ECE).
Desta forma temos ativos escondidos relevantes, que revelados e
reavaliados, verifica-se não terem sido amortizados conforme a lei nº12783 de
2013 baseadas na MP nº579 de 11/09/2012 (a famosa lei de redução dos preços da
energia de 20%, do governo Dilma, com a falsa premissa de ativos totalmente
amortizados e remunerados ao longo do período de concessão).
Além desses ativos, encontramos outros mais que poderão transformar
profundamente a nossa Nação, confirmando a expressão “gigante pela própria
natureza”, presente em nosso maravilhoso “Hino Nacional” para ao final,
mudarmos a sociedade brasileira – transformando todos em detentores do capital,
recebendo rendimentos gerados pelo portfolio Brasil.
Decimo: A inspiração do liberalismo não é somente privatizar para
reduzir o Estado ou setor público, mas que todos os brasileiros participem do
processo capitalista deixando de serem escravos do governo e do capital. A
democratização ou pulverização do capital entre todos é a forma moderna de
pagar a dívida oculta da previdência com a população.
Esta noção está descrita claramente em A Marcha do Amanhecer, Juscelino Kubitschek escrito em 1962 e
executado pelo próprio Presidente em 1959. Mais recentemente, temos artigos
brilhantes do Professor Mário Henrique Simonsen, reunidos no livro “Textos
Escolhidos” de dezembro de 2002, organizado por Sérgio Ribeiro da Costa Werlang
e outros. Da mesma forma no livro do respeitado “economista do ano de 2018”, Paulo
Rabello de Castro em parceria com Paulo Carlos de Brito no livro “Brasil, Este
país tem jeito?” 1992 – em que se destaca o artigo “Porque os países crescem. O
que falta para nós?”. Suas ideias são inspiração e refletem nas soluções para
um Brasil justo e produtivo. Os ideais liberais estão aí, basta executar as
medidas necessárias para alcançá-los!!!
A Expectativa Frustrada é sempre a Pior das Desilusões.
“Fechar não é
só uma velha ideia. É tola”, M.H.Simonsen EXAME maio1994. “Quanto a Previdência social,
ela foi minada de vez pelos constituintes de 1988, que em nome da democracia
decidiram que o fundo atuarial é a mesma coisa que coração de mãe. Todo
brasileiro hoje tem direito à Previdência Social, ainda que para ele nunca haja
contribuído. Atuarialmente a Previdência está falida. A solução natural é capitalizar a previdência oficial com ações
das empresas estatais, para que ela possa cumprir os compromissos assumidos com os contribuintes. E criar uma
previdência nova, inteiramente privada,
que funcione em regime de capitalização.
Quanto ao pagamento de benefícios a quem não contribuiu para o sistema,
trata-se de caridade, e não de previdência, que deve ser suprida pelo Orçamento
Geral da União”.
“Por que privatizar a Previdência Social”
M.H.Simonsen EXAME 13-10-1993. O sistema oficial faliu
por tentar disfarçar a forma de financiamento. Seguro é com o setor privado, e
assistência, com o governo.
“Financiamento da Previdência Social por meio de um imposto sobre o valor adicionado substituiria com vantagens as
contribuições das empresas sobre as folhas de pagamento, que hoje sobem a
37,4%, encarecendo o custo da mão de obra. A proposta, apesar de simpática e
prestigiada em certos círculos, é absolutamente inepta. Impostos foram inventados para financiar bens públicos. A
iluminação pública é um exemplo típico, pois não é possível sonega-la a um
transeunte que não contribua para seu funcionamento. Já planos de aposentadoria e seguros de saúde são bens privados e,
como tal, devem ser financiados pelos próprios beneficiários”.
“Pouca Inspiração”, M.H.Simonsen EXAME 13-09-1995. “Um dos efeitos mais nocivos da inflação é viciar as demonstrações contábeis das
empresas. A contabilidade convencional baseia-se na ficção legal da moeda
estável. As empresas que imobilizaram seu patrimônio líquido passam a registrar
lucros ilusórios pela insuficiência das
depreciações calculadas a partir dos valores nominais de aquisição dos
equipamentos e das instalações. Novo avanço se deu no governo Castello
Branco com leis que permitiram que a correção
do imobilizado fosse levada em conta no
cálculo das depreciações e criaram o conceito da manutenção do capital de giro”.
“O que empurra os juros para cima”, M.H.Simonsen EXAME 15-04-1992. “Em
cinco anos de planos heterodoxos, um fator multiplicador de quase quatro vezes
deixou de ser computado na correção monetária. O instituto da indexação
foi introduzido na legislação econômica brasileira a partir de 1964, com
objetivo de compensar os efeitos da
variação do poder aquisitivo da moeda sobre os contratos de longo prazo e
sobre as receitas fiscais. Por algumas vezes, as defasagens de indexação
levaram os governantes à inquietude, dando origem a prefixação de 1983, a
formula de redutores usados entre meados de 1976 e final de 1979 e, mais exorbitantemente, à prefixação de 1980
(quando ao aumento de 110% do IGP se
contrapôs uma correção monetária de apenas 55%). Só que essa inquietude
pouco abalou o instituto da correção, comparativamente ao que faria a doutrina dos vetores, inventada pelos
programadores tupiniquins de choque heterodoxos. Em matéria de câmbio, o
que se expurga numa temporada costuma ser devolvido mais adiante, via
desvalorização. Mas, em correção monetária, não há o equivalente á máxi. Ou
seja, o que se expurgou num sonho não costuma ser devolvido na volta da
realidade. A tabela que se segue mostra o que se expurgou da correção monetária
entre fevereiro de 1986 a fevereiro de 1991”.

“Porque os países
crescem. O que falta para nós?” Paulo Rabello de Castro, e Paulo Carlos de Brito,
Gazeta Mercantil 1992. Um pacto social para valer terá que combinar os créditos da sociedade (a dívida social contabiliza) contra o
patrimônio estatal disponível. Esta noção de ressarcimento de dívida com
patrimônio social não é nova - qualquer empresa em dificuldade desmobiliza seus
ativos. No caso a União e os Estados endividados tem valioso patrimônio que
passaria a mão dos trabalhadores brasileiros sob a forma de ressarcimento
desses fundos sociais. Seria de fato, uma temeridade
imprimir mais moeda para cobrir déficits do FGTS e da Previdência. O que fazer, então? A solução correta é
cobrir esses déficits mediante lastro nas ações dessas empresas estatais que a União
tem em sua carteira. Manter intacto o patrimônio
público produtivo, que sairá do poder do Estado, indo para as mão do povo
que ajudou a construí-lo. Seria essa a formula ideal para consolidar a
democracia política no Brasil, uma vez que o fluxo de dividendos dessas ações estatais estaria dando lastro e
garantia aos direitos sociais estabelecidos numa reformulação da previdência
e dos demais fundos sociais dos trabalhadores, então incorporados ao processo
natural de acumulação o capital.
O Brasil tem que sair de uma heterodoxia conservadora e ir para uma ortodoxia inovadora.
O Pacto de
adesão se completa quando a União senta para conversar com as classes
produtoras. Do jeito que está posta a primeira aproximação - uma reforma fiscal
de emergência – soa como um simples
remendo em roupa velha e rota. Não há como fazer reforma de emergência em
matéria fiscal. A tradução disso é simplesmente aumento de carga tributária,
que será rejeitada pelo contribuinte. A
reforma fiscal deve partir da noção de que o objetivo é aliviar o contribuinte e não o de sustentar, a qualquer
preço, a máquina improdutiva do Estado.
“O maior pagamento da história brasileira a
Previdência com ações das empresas estatais”. Juscelino Kubitschek, Livro: A
Marcha do Amanhecer.
“A ideia não é
só mudar o sistema de previdência para capitalização é transformar os
brasileiros em capitalistas”. Manuel Caldas, 2018.
O Presidente Juscelino no período de 1956-1961, fez
50 anos em 5 anos, realizando o maior pagamento da história brasileira a
Previdência com ações das empresas estatais. Os governos da Nova República, a
partir de 1993 com Ministro da Fazenda, FHC começaram a desmontar o maior
patrimônio brasileiro, via Leis nº 8.724 e 8.631/93, e que culminou na
administração caótica do governo Dilma em 2012. Destruíram o maior patrimônio
construído no período de 1965 a 1990 com a famigerada MP-579. Nós vamos
modificar os efeitos da MP 579 e recuperar o patrimônio de trilhões do Povo e
da Previdência. Competência não choca não aparece, mas se faz com muito estudo
e técnica que não estão disponíveis no balcão, por aí. Ninguém viu até agora a
transgressão cometida nesse período, especialmente nos anos de 1993 e em 2012.
A nova equipe vai recuperar e reconstruir o Patrimônio da Família do Brasileiro
e do Brasil. Nós sabemos onde está o dinheiro e como fazer o cálculo para
pagamento sem vender ou doar empresas estratégicas de energia elétrica para os
estrangeiros, sejam americanos, europeus, chineses, japoneses e asiáticos. A mudança definitiva, ninguém viverá
mais de “rentismo” e sim da produção de bens e serviços de suas empresas.
Plano de Metas do candidato da Coligação de Partidos
Podemos-PSC Álvaro Dias e Paulo Rabello de Castro, capítulo 10 - CAPITAL
PARA A PREVIDÊNCIA SOCIAL, Manuel Caldas e Paulo Rabello de Castro.
MANUEL
JEREMIAS LEITE CALDAS é Engenheiro Elétrico – IME 1975/80; Doutor Economia
EPGE1986/88/92. Membro de Conselho de Administração e Conselho Fiscal de
diversas empresas de capital aberto 2008/18
Representante
de Acionistas Minoritários eleitos em diversas assembleias, AGO’s e AGE’s
bastante competitivas.
Eletrobrás,
Cemig, Cesp, Eneva, Eletropaulo, Coelba, Cosern, São Carlos Empreendimentos,
Contax, OI-Telemar, Forjas Taurus, Tegma Logística, Algar Telecom, Prumo
Logística, General Shopping, Fertilizantes Heringer.
Membro da
Comissão de Investigação Eletrobrás 2015/16, Membro do CA Investigação Forjas
Taurus.
Engenheiro
na Promon/Light - 1981/90;
Analista
Financeiro, Gerente Departamento Técnico Sócio e Diretor de Instituições Financeiras
– 1991 a 2018.
Banco
Bozano Simonsen, Banco Nacional, Banco Gulfinvest, Banco e Corretora Pebb e
Argucia Capital,
Artigos
escritos em Energia, Petróleo, Telecomunicações, Economia, Mercado Imobiliário
e Hipotecas.
Professor
na EPGE-FGV, Ibmec, Santa Úrsula, Petrobrás Ensino a Distancia Online -
INVESTOTAL EDUCAÇÃO Consultorias, Treinamentos, Avaliador, Bancas de Teses,
Revisor de Artigos, Palestrante. CMRJ 1968 -1974; Administração - UERJ 1977/78.
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