Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Marco Antônio Barbosa
O
Brasil concentra somente 5,7% de todo o território do mundo, mesmo sendo o quinto
maior país em extensão. Entretanto, este espaço é suficiente para concentrarmos
30% das cidades mais perigosas, segundo o estudo da ONG mexicana Conselho
Cidadão para a Segurança Pública e a Justiça Penal. Dos 50 municípios mais
violentos de 2018, 14 deles estão dentro das nossas fronteiras.
A
cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, está em 8º lugar com taxa de 74,67
homicídios por 100.000 habitantes. Já Fortaleza, no Ceará, vem em seguida, na
posição 9, com taxa de 69,15 por 100.000 habitantes. Outras 12 cidades do
Brasil estão no ranking: Aracaju (SE), Belém (PA), Campos dos Goytacazes (RJ),
Feira de Santana (BA), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM),
Recife (PE), Salvador (BA), Teresina (PI) e Vitória da Conquista (BA).
Ao
analisar estes dados, percebe-se a desigualdade social que reflete diretamente
na segurança pública. A maioria destas cidades estão no Nordeste, assim como os
principais índices negativos de IDH, educação, falta de saneamento básico e
moradia. Tudo com conhecimento e diagnosticado há muitos anos por milhões de
dados de ONGs, Associações, Instituições e até agências governamentais.
Mas
então, se temos as informações, o que nos impede de mudar este cenário que vem
sendo repetido por anos e anos?
O
primeiro fator é a falta de políticas públicas de longo prazo para todas as
áreas. Sem oportunidades na saúde, educação, moradia e outros pontos básicos de
sobrevivência, o crime surge como única opção. Não é com agressão ou aumento da
violência policial que vamos mudar esta situação crítica. É um ciclo que só
será quebrado com planejamento e investimento.
Aí
entra o segundo fator. Pensar a frente dos quatro anos de mandato é uma grande
dificuldade dos nossos governantes. Não rende votos e ainda pode ajudar a
eleger o próximo. Enquanto não pensarem no bem da população a frente dos
próprios bens, estes tristes dados não irão mudar.
O
terceiro fator é o investimento nas nossas policiais. Integração de informação
em todo o país, educação para lidar com situações adversas (não basta somente
atirar, precisa estar bem treinado para minimizar danos), remuneração aceitável
(arriscar a vida precisa ser valorizado) e estrutura física e de inteligência.
Entretanto, estes investimentos precisam estar em todo o Brasil, inclusive no
Nordeste.
O
quarto e último fator é a fiscalização. Legislativa, Executiva e,
principalmente da sociedade para que tudo aconteça. A corrupção sempre irá
existir, mas é responsabilidade destes três âmbitos punir. Mas como a sociedade
pode punir corruptos? Simples: não os elegendo mais. Voto consciente é a melhor
forma de evitar que acusados de crimes assumam mandatos e continuem roubando.
Sem
estes quatro fatores funcionando de forma cíclica, não conseguiremos evitar que
a cada ano ocupemos uma porcentagem maior dentro dos estudos de violência,
homicídios e pobreza.
2 comentários:
Punir corruptos? É começar por acabar com o Foro Privilegiado, que protege centenas ou milhares de estadistas envolvidos com a alta corrupção existente neste país.
Os políticos, até quando estão presos podem ser eleitos e tomar posse.... é uma vergonha para este Brasil!
Cidades mais violentas do mundo em 2018
http://www.seguridadjusticiaypaz.org.mx/seguridad/1567-estudio-las-50-ciudades-mas-violentas-del-mundo-2018
http://seguridadjusticiaypaz.org.mx/files/estudio.pdf
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