Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Fábio
Chazyn
“Mais uma
vitória como esta nos arruinará”, disse Pirro, rei do Epiro, olhando o seu
exército quase dizimado após derrotar os romanos lá pelos idos 280 antes de
Cristo.
Surpreendente
é concluir que a lição virou tática militar. Morre quase todo mundo dos dois
lados e ainda tem alguém que clama os louros da vitória! Vivemos na era dos
fins que justificam os meios.
Desde a
fundação da Sociedade Fabiana, inspirada na tática do general romano Quintus
Fabius Maximus - o “Postergador” (‘Cunctator’) - a opressão lenta e gradativa,
como meio de levar o inimigo à exaustão, tem sido a tática escolhida por quem
“pode”. É conhecida como a Guerra de Exaustão. No seu panfleto de abertura, com
o logo do lobo em pele de carneiro, os adeptos do Fabinismo já conceituavam que
“Fabius ensinou que a paciência para enfrentar Hanibal exaurindo-o de seus
recursos lenta e gradativamente foi a chave da sua vitória”.
O Postergador
fez escola. Os livros de História nos contaram que a lição Fabiana do massacre
lento e gradativo foi aplicada em praticamente todos os conflitos. Pra ficar só
nos últimos séculos, vale lembrar que a paciência para ‘asfixiar’ o inimigo foi
a maior arma da Rússia contra a invasão de Napoleão em 1812, do general Franco
na Guerra Civil Espanhola em 1936, em várias batalhas durante a 1ª e 2ª
Guerras, nos anos finais da Guerra da Coréia, na do Vietnam, no conflito entre
o IRA e o Exército Britânico, na chamada “Guerra de Desgaste” entre o Egito e
Israel em 1967, nos conflitos da URSS contra o Afganistão, do Iran contra o
Iraque, e mais atualmente no da Síria, no braço-de-ferro entre os Trumpistas e
os democratas americanos no episódio da construção do muro na fronteira com o
México, entre os que querem e os que não querem o Brexit ou entre os EUA e a
China na ‘velada’ briga pelo mercado mundial do uso da tecnologia 5G. Todos,
conflitos intermináveis com baixas para todo mundo pelos louros da Vitória de
Pirro.
Quanto a
nós, aqui na terrinha, vamos caminhando com só 20% da população empregada e o
resto exausto de tanta penúria vendendo o jantar pra pagar o almoço.
Para os
donos do poder atual, uma intervenção institucional promovida pelas Forças
Armadas só se justifica se, após um processo de ‘aproximações-sucessivas’, o
sistema de Freios e Contrapesos que rege as relações entre os três Poderes da
República se revelar ineficaz para garantir a prosperidade da nação.
Na
matemática logarítmica, as aproximações-sucessivas levam ao infinito. Será que
na política brasileira vai ser diferente? Ou vai ser mais uma Vitória de Pirro
a entrar para a História?
Fabio Chazyn é Empresário.
3 comentários:
Parabéns pelo seu trabalho, isso nos ajuda muito estamos cansados dessas grande mídia tentar nos manipular, precisamos de mais blogs como esse.
Os militares que aí estão só farão intervenção se alguém tiver na iminência de acabar com o Estado-Ladrão.
"... se alguém estiver na iminência de..."
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