Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Aileda
de Mattos Oliveira
Quando, nos textos, falo em “alicerces da
educação”, não estou fazendo retórica para tornar o artigo mais estético; falo
em “alicerces” no sentido literal, fundamentos que sustentam o planejamento
educacional: objetivos, filosofia de trabalho, currículos dos diversos níveis
de aprendizado rigorosamente observados, tempo, horário, recursos
didático-pedagógicos, livros didáticos, qualificação de professores e, por fim,
alunos. Esses elos não podem ficar soltos, mas, sim, comporem uma formação em
cadeia que chegue ao polo oposto, ao alvo da Educação, ao final da linha, ao
ALUNO, de maneira eficaz.
Não há outro jeito, senão reerguer novamente
as bases que o PT destruiu, intencionalmente, para que crianças e adolescentes
se tornassem produtos primários de uma estupenda manipulação ideológica. Não há
como remendar a Educação no estado em que se encontra. Temos que refazê-la.
Os que estão do lado de fora do magistério só
veem as consequências desse estrago, nas cenas de alunos agredindo professores,
de erotismo em salas de aula, e acreditam que, simplesmente, poderão reverter a
situação caótica, a partir da reintegração desses alunos ao meio social. Mas
como fazer isso, se é pela Educação que se consegue esse milagre? Permanecemos,
então, num círculo vicioso.
Essa experiência somente é positiva, quando as
escolas passam a ser militarizadas, entregues à direção da Polícia Militar, por
já terem os seus integrantes, por formação, um planejamento disciplinar tanto
comportamental quanto curricular, aos quais diretor, professores e alunos
devem-se enquadrar.
Temos que entender, reitero, que o
planejamento educacional tem como OBJETO o ALUNO, meta a ser atingida, para
que, a partir dos conhecimentos recebidos, torne-se SUJEITO na sociedade, um
SER pensante, responsável, com personalidade, cônscio de seus deveres para
ocupar o seu espaço no mercado de trabalho, com consciência do que sabe fazer e
consciência de fazer bem o que sabe fazer.
Por essa razão, não deve a política partidária
introduzir-se no âmbito da Educação e transformar diretores, professores e
alunos em instrumentos de satisfação pessoal e das ambições de poder do
mandatário do momento, que faz refletir na Educação a inutilidade dos livros e
a satisfação em viver na ignorância (Lula); que faz a Educação espelhar-se no seu
raciocínio alógico, como reprodução de um pensamento irracional (Dilma).
Não se constrói uma casa pela cumeeira, mas
pela sapata. Assim é a Educação. Portanto, não podemos, simplificar a situação
e enchermos as salas de aparelhos de ar condicionado e de computadores,
construir novas escolas e recheá-las de quadras de esportes, para atrair o
aluno ao lazer e não aos estudos, se não, simultaneamente, arregaçarmos as
mangas para um sério trabalho de base. Se quisermos alunos atentos,
qualifiquemos os professores; hoje, copiadores dos textos do Google,
esquecendo-se dos direitos autorais a que têm direito, aqueles que elaboraram
os trabalhos copiados; hoje, cometendo os mesmos erros gramaticais praticados
pelos alunos, oralmente e na escrita; hoje, sentados em cima da mesa, achando
que, fazendo o que eles fazem, conquistam as suas graças.
Qualquer que seja o ministro do momento, não
pense que somente cursos técnicos estão em consonância com as necessidades
atuais. Um grande técnico que não sabe redigir um manual de um aparelho, como
costuma acontecer; que não sabe transmitir o que diz ter aprendido, não
resolverá a questão do desenvolvimento de que tanto precisa o país. Há que ter,
paralelamente, disciplinas humanísticas; há que ter o ensino da língua e de interpretação,
porque o ser humano não pode continuar um mero autômato na atual visão de
‘modernidade’. O pragmatismo que visa somente ao lucro material substituiu
nessa nossa ‘civilização’ o conhecimento, que constrói para a vida do espírito
o acervo cultural que abrirá as portas do mundo.
Mas, quem se importa com isso?
Aileda de Mattos
Oliveira é Dr.ª em Língua Portuguesa. Acadêmica Fundadora da ABD. Membro do
CEBRES e Acadêmica da AHIMTB.
Um comentário:
Cleonice I Ferreira disse:
Sra. Aileda de M Mattos, a boa instrução dos brasileiros há décadas não é prioridade dos políticos, nem mesmo a maioria do povo faz esforço para melhorar a qualidade nas Instituições de Educação. Lamentavelmente. Povo mal instruído, Povo fraco.
A maioria do povo acostumou a ter quase tudo de graça, sem ter que trabalhar. Acreditam que será assim eternamente. Ledo engano!
Há um Canal na Internet: Medicina Oriental Dr. Peter Liu, excelente médico chinês residindo aqui no Brasil. Há um vídeo em que o Dr.Liu conta ter um filho médico e uma filha estudando medicina na China. Acredito que muitos estrangeiros que chegaram aqui no Brasil conseguem que seus filhos Brasileiros vão para a Terra Natal de seus pais e se qualifiquem em boas Universidades.
É bom lembrar as mais de 8.ooo (oito mil) crianças que nasceram no Japão e receberam cidadania brasileira concedida pela Sra. Dilma, a então presidente do Brasil. É bem provável que chegarão aqui como técnicos muito qualificados, poderão até se candidatar a cargos do alto escalão do governo. A exemplo do Sr. Temer único filho brasileiro de pais e irmãos libaneses.
O que restará para os brasileiros? Os que se qualificaram com todas as dificuldades conseguirão sobreviver. O resto ninguém sabe.
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