Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Manuel
Jeremias Leite Caldas
Primeiro
questionamento: será verdade que caso a reforma proposta pelo governo da “nova
previdência” não seja aprovado o Brasil se tornará uma terra de ninguém, caindo
num vazio econômico sem desenvolvimento e dessa forma num futuro de estagnação
econômica.
Não,
não é verdade e não foi com esse tema que o capitão Jair Bolsonaro venceu as
eleições. Ele venceu as eleições com o tom da moralidade e do combate a
corrupção e daí viria o oxigênio para resolver os conflitos econômicos que
levaram o país a uma estagnação. Sim, essa é a mais pura verdade e não se
entende porque o combate à corrupção foi relegado a uma posição menor.
Existem
muitas contradições e falta de convicção do Presidente quanto aos efeitos dessa
reforma; adicionalmente também há inconsistências no discurso do ilustre
condutor da política econômica.
Sempre
afirmou que o Brasil era e é o país dos rentistas e que o fim de tal situação
não dependia de reformas ou outras condições econômicas para que os juros
nominais se comportassem de forma a não reduzir a atividade econômica com
elevada taxa de desemprego, colocando na marginalidade 27 milhões de
brasileiros que é o total de desempregados e outras classificações afins
conforme o IBGE.
Apesar
disso, a autoridade monetária insiste nesse discurso e mais: afirma que os
juros nominais só podem cair caso a reforma “salvadora” seja aprovada de
maneira integral.
Por
outro lado, o mundo mostra que existe uma zona de exclusão quanto à pratica
dessa teoria econômica no Brasil, uma vez que no mundo apesar dos juros
nominais baixos e os juros reais negativos, mesmo em economias com total
utilização da capacidade da indústria e baixíssimas taxas de desemprego,
representando os menores valores desses indicadores em 50 anos, não existem
pressões inflacionárias e a curva de juros americana encontra-se totalmente
“flat”.
Dessa
forma, no Brasil o maior item de gasto no orçamento do país continua a ser é
com os juros nominais e até o momento o jovem presidente do Banco Central deve
deixar o tio avô incomodado com a dureza na manutenção dos juros nominais e
outras afirmativas contra seu pensamento e sua criação.
Enfim,
corremos o risco de que quando se chegar à conclusão de que os juros nominais
devem baixar, o calendário e o relógio político da tomada da posse do presidente
já esteja muito atrasado, com a população irritada e revoltada com a estagnação
econômica e a falta de empregos no país, um verdadeiro desconforto social.
Essa
é a verdade: não adianta culpar o passado, o passado já é conhecido e o
que não é conhecido deveria ser exposto o mais rápido possível e já se passaram
mais de 120 dias e nada de concreto ocorreu nessa direção.
Também
fica claro que várias frentes deveriam ser atacadas ao mesmo tempo, mas não foi
o diagnóstico e nem o que foi adotado como política pelo novo governo.
Vários
agentes públicos no segundo escalão continuaram a tocar o país de acordo com o
até então praticado, mas não foi esse o “recado” que a população deu nas
últimas eleições.
Lembremos
que na época dos militares (1964 - 1985) não havia capital estrangeiro
disponível, e que tal capital não foi necessário, tudo milagre do capital
construído dos brasileiros, via poupança forçada e serviu para que se
construísse um parque tecnológico formidável, e para investimentos relevantes
para adequação da infraestrutura do Brasil, que até então era precária. Este
deveria e deverá ser o lastro da reforma moderna da previdência, última e para
sempre para todos os brasileiros.
Sempre
é bom lembrar que o capital estrangeiro quer receber muito mais do que entregar
e nesse segmento, a infraestrutura, não existe motivos para dar ou ceder em
concessão, sendo a China o maior exemplo no passado recente.
Por
fim, quem são os beneficiários e quem são os pagadores da nova previdência e se
ela é fundamental e tem condições de revolucionar o Brasil?
Os
beneficiários são os atuais rentistas, os já aposentados e a classe dominante
de políticos, empresários e antigos funcionários públicos dos três poderes
federais, porque não contribuem com nada e terão como ganho a diminuição dos
riscos de ver seus rendimentos, rendas e patrimônio reduzidos de forma
significativa.
Os
grandes pagadores serão os empregados do setor privado que ganham entre 1 a 3
salários mínimos e que representam cerca de 90% do ganho de 807 bilhões em 10
anos, além da redução do abono salarial anual máximo de 2 para 1 salário
mínimo que corresponde a 170 bilhões.
Tudo
se concretiza em razão do aumento da idade mínima e ou tempo de contribuição,
ou seja, trabalhando de 5 anos ou mais anos para sua aposentadoria, deixam de
ganhar e ainda pagam durante esse período. A maior injustiça escondida e que
pode derrubar a proposta em si.
Apenas
no caso dos funcionários públicos federais, a proposta é justa porque
representa uma redução de cerca de 170 bilhões em 10 anos, que se realizarão
principalmente em razão do aumento das alíquotas de contribuição e idade
mínima, reduzindo a atual transferência da sociedade ao tentar igualar
funcionários públicos e privados no tocante as regras de aposentadorias
previstas na CF de 1988.
Ganhador
ou perdedor será o poder executivo e legislativo porque a população dará seu
veredicto nas próximas eleições. Temos varias propostas que fariam o que o
governo propõe de forma honesta e transparente e que traria a população a
juntar-se ao governo e não a afastar-se do mesmo.
Manuel Jeremias Leite Caldas é Doutor
economia EPGE/FGV e Engenheiro IME-1980. Conselheiro de Administração e Fiscal
em empresas capital aberto, acionistas minoritários.
3 comentários:
Boa Serrão!
Versão atualizada e corrigida.
Verdades escondidas na reforma da previdência.
Os beneficiários são os atuais rentistas, os já aposentados e a classe dominante de políticos, empresários e antigos funcionários públicos dos três poderes federais, porque não contribuem com nada e terão como ganho a diminuição dos riscos de ver seus rendimentos, rendas e patrimônio reduzidos de forma significativa.
Os grandes pagadores serão os empregados do setor privado que ganham entre 1 a 3 salários mínimos e que representam cerca de 80% do ganho de 363,4 bilhões em 10 anos, além da redução do abono salarial anual máximo de 2 para 1 salario mínimo que corresponde a 170 bilhões. Tudo se concretiza em razão do aumento da idade mínima e ou tempo de contribuição, ou seja, trabalhando de 5 anos ou mais anos para sua aposentadoria, deixam de ganhar e ainda pagam durante esse período. A maior injustiça escondida e que pode derrubar a proposta em si;
Apenas no caso dos funcionários públicos federais, a proposta é justa porque representa uma redução de cerca de 170 bilhões em 10 anos, que se realizarão principalmente em razão do aumento das alíquotas de contribuição e idade mínima, reduzindo a atual transferência da sociedade ao tentar igualar funcionários públicos e privados no tocante às regras de aposentadorias previstas na CF de 1988.
Ganhador ou perdedor será o poder executivo e legislativo porque a população dará seu veredicto nas próximas eleições. Temos várias propostas que fariam o que o governo propõe de forma honesta e transparente e que traria a população a juntar-se ao governo e não a afastar-se do mesmo.
Parágrafo retificado
Os grandes pagadores serão os empregados do setor privado que ganham entre 1 a 3 salários mínimos e que representam cerca de 80% do ganho de 363,4 bilhões em 10 anos, além da redução do abono salarial anual máximo de 2 para 1 salario mínimo que corresponde a 170 bilhões. Tudo se concretiza em razão do aumento da idade mínima e ou tempo de contribuição, ou seja, trabalhando de 5 anos ou mais anos para sua aposentadoria, deixam de ganhar e ainda pagam durante esse período. A maior injustiça escondida e que pode derrubar a proposta em si;
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